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Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2019 às 16:42
- Atualizado há 2 anos
Seis vítimas fatais foram reconhecidas após acidente de ônibus que deixou pelo menos 10 mortos e 51 feridos na noite deste domingo, 9, na rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123), em Campos do Jordão. O caso ocorreu logo após o trevo de acesso a Santo Antônio do Pinhal, altura do km 31.>
As vítimas fatais foram levadas para o Instituto Médico Legal (IML) de Taubaté. As vítimas reconhecidas foram o auxiliar administrativo Yago Mange, de 25 anos, a vendedora de cosméticos Jaqueline Rodrigues Fernandes, de 26 anos, Luísa Aparecida, de 32 anos, e sua filha Júlia dos Santos, de 3. Todos eram de Cubatão.>
Além delas, o contador Josiel Dourado, de 33 anos, e sua filha Manoela Maciel, de 4, que estavam em um dos carros atingidos pelo coletivo, também já foram reconhecidos por parentes.>
Osvaldi dos Santos, de 35 anos, perdeu no acidente a esposa Luzia Aparecida de Alencar, de 33 anos, e a filha Júlia dos Santos, de 3 anos e meio. Ele disse que a família planejou a viagem há dois meses e que estavam muitos felizes com o passeio."A gente estava muito feliz ontem. Meu Deus do céu! O que vou fazer da minha vida agora? Perdi minha filha e minha esposa de uma vez só. Quero a minha família de volta", lamentou Santos.Passageiros que estavam no ônibus contam que o veículo ficou desgovernado. "Foi tudo muito rápido. O ônibus ficou desgovernado e em alta velocidade. Tombou e saiu arrastando os carros", disse João Carlos Rodrigues, de 53 anos, estava com a esposa Ediluzia dos Santos, de 48 anos. Rodrigues recebeu alta médica após sofrer cortes na cabeça. A esposa continua internada no Hospital Regional do Vale do Paraíba, em Taubaté. >
A auxiliar de serviços gerais Maria Cícera Vieira da Silva, de 49 anos, foi reconhecer o corpo do marido, o motorista Ivan Francisco da Silva, de 42. Era ele quem dirigia o ônibus. Maria contou que o marido havia saído de casa por volta das 6h e que ele não era funcionário registrado da empresa dona do ônibus.>
"Ele fazia um bico. Tinha arrumado um emprego fichado (registrado na carteira de trabalho) em uma empresa da Petrobras em Cubatão. Mas já tinha combinado (com a empresa de ônibus), e não quis deixar eles na mão", contou. Por aplicativo, os dois mantiveram contato ao longo do dia e, por volta das 18h, ele disse que a viagem era "puxada", mas que ele estava para voltar. "Fizemos chamada de vídeo", lembrou. "Ele visualizou a última mensagem às 20h53". A viagem de volta começou às 21h.>
Maria Cícera contou ainda que dirigir na estrada "era a paixão" do motorista, e que ela mesmo já havia viajado no mesmo ônibus que se acidentou. "Comecei a ver as notícias do acidente. Quando vi a foto do ônibus no Facebook, deu pra ver a mão dele, com a aliança. Aí reconheci", disse a auxiliar, aos prantos.>
A vítima Julia Barbara de Oliveira, de 26 anos, estava com a filha Julia, de 6 anos, e o esposo, no ônibus. Ela continua internada no Hospital Regional do Vale do Paraíba e que a filha dela e o esposo tiveram alta. >
Segundo a tia de Julia, Elaine Martins, os três saíram felizes com a viagem. "Na hora do acidente, minha sobrinha abraçou a filha. Ela quebrou a clavícula e a coluna. Minha sobrinha disse que a moça da excursão falou que o motorista estava sem freio de mão", disse Elaine.>
O casal de namorados Maria Clara Rodrigues Guerra e Marcelo Rosa Gonçalves, ambos com 19 anos, foi comemorar o aniversário da avó de Maria Clara, Hélia Fernandes Pereira, em Campos do Jordão. >
Os estudantes contam que estavam em um grupo familiar de dez pessoas para comemorar os 83 anos da avó. Júnior disse que ele e Maria Clara estavam dormindo quando ocorreu o acidente.>
"Eu acordei com uma gritaria, gente chorando e o ônibus tombando Estava do lado da janela e percebi o asfalto no chão. Ralei a cara no asfalto, a mão e o braço", explicou Júnior.>
Maria Clara, que teve cortes na cabeça, disse que três pessoas da família, a tia, irmã e a avó, tiveram ferimentos mais graves>