Pescar camarões em trechos da Bahia está proibido até o final de dezembro

Lagosta também deve ser poupada até o final de novembro por causa do óleo

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  • Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 05:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

O óleo que chegou à costa do Nordeste segue causando estragos. Agora, pescadores estão proibidos de pegar camarões e lagostas em parte do Litoral Norte e do Litoral Sul do Estado. Por conta do risco de contaminação dos pescados, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ampliou o período de defeso na região. A instrução normativa publicada nesta terça-feira (29), Diário Oficial da União (DOU), estabelece períodos adicionais para o ano de 2019.

O primeiro será de novembro a 31 de dezembro em dois trechos: entre os municípios de Mata de São João e Camaçari, na Bahia, e a divisa dos Estados da Bahia e Espírito Santo. Isso vale para camarões rosa (Farfantepenaeus subtilis e Farfantepenaeus brasiliensis), branco (Litopenaeus schmitti) e sete barbas (Xiphopenaeus kroyeri).

Na área entre os municípios de Mata de São João e Camaçari também estará proibida a pesca de lagostas vermelhas (Panulirus argus) e verdes (P. Laevicauda) de 1º a 30 de novembro. O mesmo vale para a divisa dos Estados de Pernambuco e Alagoas. Manchas de óleo na Praia do Forte, em Mata de São João (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) O Ministério explica que a decisão foi tomada por causa da grave situação ambiental “resultante de provável contaminação química por derramamento de óleo no litoral da Região Nordeste”, diz a determinação.

Na prática, essa decisão estabelece que pescadores atingidos pelo desastre recebam até duas parcelas extras do seguro defeso. Desde a sexta-feira (25), o Ministério da Agricultura está autorizado a prolongar o período de defeso sempre que houver grave contaminação por agentes químicos, físicos e biológicos. Cerca de 60 mil pescadores artesanais das áreas atingidas pelo óleo, mapeadas pelo Ibama, estão aptos para receber o benefício, segundo levantamento do próprio Ministério.

Na Bahia, os pescadores estão amargando prejuízos. Eles contaram que a primavera é um período bom para a pesca porque, com o mar menos agitado e ventos mais brandos que no inverno, a água fica mais clara e os cardumes se aproximam mais da costa. Isso possibilita também a diversidade dos tipos de pesca, além da maior variedade de espécies de peixes. A Bahia Pesca estima que 16 mil pescadores e marisqueiras estão sendo afetados pelo desastre.