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Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 13:48
- Atualizado há 2 anos
Os parentes da família encontrada carbonizada em um carro em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, acreditam que a filha, Ana Flávia participou de todo o crime. Flávio, tio da suspeita, contou que não há como explicar o que aconteceu.>
"Eu acredito que nada explica. Não tem o que explicar. Acabou com a nossa família, com a minha irmã, um sonho de um garoto, com a vida de um cunhado que para mim era um irmão, um paizão", disse ele durante o Encontro com Fátima Bernardes.>
Ele diz que nunca houve um sinal de que um crime desse tipo pudesse ocorrer na família. Mas afirma que o comportamento da sobrinha mudou depois do namoro com Carina, que começou há cerca de 1 ano e meio, que a distanciou mais da família. Tio diz que nada explica crime (Foto: Reprodução/TV Globo) "Sempre foi um relacionamento tranquilo. Começou a esfriar um pouco quando ela conheceu a Carina, de 1 ano e meio para cá. Ela esfriou com os tios, com a avó, ficou uma pessoa fria, mas mesmo assim, trabalhava com a mãe na loja", conta.>
Ele negou que o cunhado fosse contra o relacionamento por homofobia. "No depoimento, foi falado que o meu cunhado era homofóbico. Eu consegui derrubar isso por terra, porque ela teve um relacionamento anterior, um casamento, que tem fotos do meu cunhado sendo padrinho dela", diz.>
Para Flávio, o crime é muito pior do que o da família Richthofen, ao qual tem sido comparado - a filha Suzane comandou a morte dos pais com ajuda do namorado e do cunhado."É muito doído falar, mas é bem pior que o caso Suzane. A Suzane pagou para fazerem e poupou o irmão. A minha sobrinha participou e não poupou a vida do irmão. Se torna pior que a Suzane", acredita.Flávio chegou a ver a sobrinha na delegacia, de longe, mas diz que não tem mais intenção de falar com ela. Para ele, Ana Flávia não demonstrou nenhum sinal de arrependimento. "Não vi nenhuma lágrima, o olhar dela é indiferente", diz.>
Planejamento O assalto à casa da família começou a ser planejado entre setembro e outubro do ano passado. Essa é uma das três versões que a suspeita Carina Ramos, 31 anos, deu à polícia em depoimento, de acordo com o jornal Agora São Paulo. >
Carina e a namorada, Ana Flávia Menezes Gonçalves, 24, foram presas no dia seguinte ao crime por suspeita de envolvimento no caso. Ana Flávia é filha do casal morto e irmã do adolescente que também foi assassinado. Três homens também foram presos acusados de participar do triplo homicídio.>
Segundo Carina, Flaviana Gonçalves, 40 anos, mãe de Ana Flávia, chegou a ser monitorada no ano passado. Além dela, foram mortos o marido Romuyuki Gonçalves, 43, e o filho Juan, 15. >
Juliano Ramos Júnior, 22, primo de Carina, teria sido a pessoa designada para seguir Flaviana e conhecer em detalhes seus hábitos. Ele é um dos presos e já confessou envolvimento.>
Inicialmente, Carina negou qualquer envolvimento com o crime e disse que a ideia de roubar a família da namorada foi do primo, e que ela teria rejeitado. Disse que nem acreditou que Juliano falava sério até o dia em que entrou na casa das vítimas, no último dia 27, em Santo André, também no ABC, com pelo menos três comparsas.>
Carina disse que depois do crime foi ameaçada pelo primo, que teria dito que ia matar "todo mundo" caso ela o denunciasse - incluindo aí ela mesma, as filhas e a avó.>
Depois que Juliano foi preso, ele disse à polícia que tanto Carina quanto Ana Flávia participaram do assalto e deram aval para a morte da família. Depois disso, as duas deram novos depoimentos em que confessaram que planejaram o assalto, mas negaram participar das mortes.>
Depoimentos Juliano contou à polícia que Carina e Ana Flávia relataram que a família tinha na casa um cofre com R$ 85 mil. Isso foi que deu a ideia do crime. >
Depois de invadir a casa, os bandidos torturaram Juan na frente do pai para que o comerciante informasse a senha do cofre. Romuyuki afirmou não saber a combinação numérica, dizendo que era a esposa quem era responsável pelo cofre.>
O grupo esperou Flaviana chegar do trabalho para abrir o cofre, que não tinha dinheiro, segundo Juliano. Foi aí que Ana Flávia e Carina teriam autorizado a morte da família, pensando na herança.>