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Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 08:57
- Atualizado há 2 anos
Presença quase invisível, ele estava lá ao lado de Michel Temer: na sexta-feira (15) na posse de Carlos Marun como ministro da Secretaria de Governo, no discurso de posse como presidente interino, em maio de 2016, e no pronunciamento após a primeira denúncia contra ele apresentada pelo então procurador-geral Rodrigo Janot, em junho.>
O "teleprompter" (ou TP, aparelho comum na televisão, que exibe o texto a ser lido pelo apresentador diante da câmera ou da plateia) virou acessório tão importante para Temer que a Presidência gastará agora até R$ 20 mil na compra de dois novos. Os dois hoje disponíveis, diz o governo, são insuficientes. A informação é da Folha de SP.>
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Segundo assessores, o peemedebista tomou gosto pela ferramenta, que ajuda a dar mais naturalidade à fala. Com o maquinário, o texto é projetado em duas placas transparentes colocadas uma de cada lado à frente de Temer, de modo que ele possa se movimentar sem perder as palavras de vista.>
Vistos de longe, os painéis do tamanho de uma folha A4 parecem simples aparatos de vidro. As frases, que vão deslizando na tela sob o controle de alguém que opera o sistema num computador, são enxergadas só do púlpito.>
Oratória>
Advogado e político veterano, Temer já era tido como de boa oratória. O presidente nem sempre segue à risca o texto previamente escrito.>
Na cerimônia de quinta no Planalto, arriscou até citar um verso de "Disparada", música famosa na voz de Jair Rodrigues. "Prepare o seu coração para as coisas que eu vou lhe contar", disse, virando-se para o ministro Marun.>
O pregão aberto pela Presidência prevê pagar até R$ 9.896 em cada um dos dois TPs (incluindo monitores, cabos, suportes e o software que faz o texto rolar).>
De acordo com o edital, é necessário comprar mais equipamentos porque o transporte dos atuais para viagens é demorado (eles vão antes de Temer, em aviões da Força Aérea Brasileira, e nem sempre voltam a Brasília a tempo para outros eventos).>
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também usava TP com frequência. Em reunião ministerial em 2015, ela se queixou ao operador: "Podia passar mais rápido, por favor?". Segundos depois, fez uma pausa e apanhou papéis sobre o púlpito. "Eu vou preferir ler, sabe?".>