Polícia apura erro em cordas que causou morte em 'pêndulo humano'

Não houve rompimento dos cabos conectados a Adam Cardoso ao saltar de viaduto em Minas Gerais

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 11:48

- Atualizado há um ano

A Polícia Civil de Minas Gerais vai investigar se houve falha humana na morte de Adam Esteves Cardoso, 25 anos, que morreu depois de saltar de um viaduto no último sábado (3), na prática conhecida como pêndulo humano. Os responsáveis podem ser indiciados por homicídio culposo.

'Meu filho ficou todo estourado', diz pai de jovem que morreu em 'pêndulo humano'

Adam sofreu múltimplas fraturas e morreu na hora depois de cair em queda livre de uma altura de 107 metros. O empresário estava amarrado por cordas e equipado com um capacete, segundo informações são da revista Época. Adam caiu de uma altura de 107 metros Testemunhas e responsáveis pela empresa Lagartos da Montanha, de Belo Horizonte, que organizava os saltos, devem começar a ser ouvidos nos próximos dias. A página do Facebook informa que a empresa realiza saltos de rapel e rope jumping, o pêndulo, desde 2015.  Viaduto da Prainha, onde salto foi realizado (Foto: Reprodução) O salto deveria deixar o empresário a uma distância de pelo menos 5 metros do chão para que ele pudesse balançar de um lado a outro do viaduto, como um pêndulo. Assim que o movimento parasse, ele seria colocado no chão com segurança. Cada salto de pêndulo humano custa R$ 130.

À Época, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que a empresa não tinha autorização para realizar suas atividades no local. “O DNIT não autoriza esse tipo de prática. Esclarece ainda que não existe nenhum registro de pedido para autorização de evento esportivo no km 410 da rodovia BR-381”, informou o órgão por meio de nota.

Acidente fatal “Ninguém queria que ele fosse, a mãe dele pediu para ele não pular. Mas ele estava empolgado, era jovem e insistiu que conhecia gente que já tinha pulado. Então ele foi, estava alegre no dia, eu vi as imagens antes do salto. Mas ele pulou e foi direto para o chão. Como ele caiu em pé, o corpo dele encolheu com o impacto. Meu filho ficou todo estourado. Eu precisei ir até lá para ver com meus próprios olhos porque eu não queria acreditar nisso”, disse Luiz Carlos, pai de Adam, à revista Época. Adam e o pai (Foto: Reprodução) Adam Esteves foi a décima sexta pessoa a saltar no dia do acidente. Um primo, que o acompanhava no passeio, pulou antes dele. Depois de saltar, os instrutores soltaram a corda lentamente até o primo alcançar o chão, descer e retirar o equipamento. Em seguida, ele aguardou no ponto de pouso para assistir o salto de Adam Esteves.  

“O Adam convidou o primo para passear com ele. Veja você, meu filho pagou R$ 130 para morrer e gastou outros R$ 130 para o primo dele ficar traumatizado. Ele foi parar no hospital em estado de choque. Agora, já está em casa mas não para de lembrar do que aconteceu e chorar. Os dois eram muito amigos, cresceram juntos”, afirmou Luiz