Polícia pede prisão preventiva de agressor de procuradora-geral no interior de SP

Delegado entendeu que ele representa risco às colegas de trabalho

  • D
  • Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2022 às 17:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão preventiva do procurador Demétrius Oliveira de Macedo, filmado agredindo a procuradora-geral da prefeitura de Registro (SP), Gabriela Samadello Monteiro de Barros. 

O delegado Daniel Vaz Rocha, do 1º Distrito Policial da cidade, representou pela prisão do acusado na 1ª Vara Criminal. Ontem, o delegado explicou que não viu componentes para prisão em flagrante no caso. À polícia, o agressor afirmou que sofria assédio moral no ambiente de trabalho.

Segundo o despacho do delegado, o procurador  “vem tendo sérios problemas de relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho, sendo que, em liberdade, expõe a perigo a vida delas, e consequentemente, a ordem pública".

O governador Rodrigo Garcia (PSDB) comentou o caso nesta quarta-feira (22) e disse que a agressão não ficará impune. "Que a Justiça faça a sua parte e puna todo e qualquer covarde que agrida uma mulher”.

"Comportamento antissocial" Segundo a procuradora, o agressor tinha um comportamento "antissocial" no local de trabalho. Eles conviveram por quase 10 anos. Ela fez um pedido para abertura de um procedimento contra Demétrius e pouco depois ele a agrediu. 

Falando à TV Tribuna, a procuradora contou que no começo eles tinham uma boa relação de trabalho. 

"No início, sim. Acredito que até 2018 ainda conversávamos. De vez em quando, saíamos juntos, quando tinha uma festa de aniversário de alguém da procuradoria", relembrou.

Depois que Gabriela foi nomeada procuradora-geral da cidade, Demétrius ficou mais fechado e mudou de comportamento, conta. "Era uma pessoa antissocial, não conversava com a gente, não dava ‘bom dia’, não cumprimentava na rua, não era colaborativo, não se integrava no trabalho. Era praticamente impossível um trabalho em grupo com ele", acrescentou. 

Com o comportamento do colega, Gabriela diz que passou a temer alguma relação violenta dele, mas não imaginava que chegaria ao ponto de ser espancada. “Eu tinha medo, sim. Tinha medo de que fosse acontecer isso, mas não imaginava que fosse ser uma violência física, achava que fosse um ‘bate boca’, uma discussão”.