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Rede Nordeste, JC
Publicado em 6 de abril de 2022 às 21:58
- Atualizado há 2 anos
Os sete policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos na perseguição que resultou na morte da menina Heloysa Gabrielly, de 6 anos, na comunidade de Salinas, há uma semana, foram afastados das atividades na praia de Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco.>
O anúncio foi feito pelo secretário estadual de Defesa Social, Humberto Freire, na tarde desta quarta-feira (06), no Palácio do Campo das Princesas, onde os pais da menina foram recebidos pelo governador Paulo Câmara. >
"Os policiais que estavam na ocorrência, eles precisam realmente passar por todas as oitivas necessárias. E o comando da Polícia (Militar) já retirou daquela localidade, dessa atuação naquela localidade, e as investigações prosseguem. Não só nesse inquérito policial militar, mas na Polícia Civil, onde também serão ouvidos, e na Corregedoria", afirmou.>
Freire reforçou que os policiais não foram afastados das ruas, mas apenas da unidade que fica em Porto. >
"O Bope é uma unidade que normalmente fica aquartelada. Então, naquela localidade onde há um emprego, eles já foram retirados aquela operação", disse Humberto Freire.>
Na saída do Palácio do Campo das Princesas, o pai de Heloysa deu uma declaração à imprensa. "Nós só queremos justiça. Eles (governo) estão em total apoio a nós. Eles passaram confiança de que não vai passar impune essa morte", afirmou o jangadeiro Wendel Fernandes. >
“Nos solidarizamos com os pais de Heloysa, escutamos o que eles tinham a dizer, assim como os representantes das entidades de direitos humanos que os acompanharam, e asseguramos que a investigação do caso será rigorosa e célere”, afirmou o governador Paulo Câmara, por meio de sua assessoria.>
Versões>
A versão apresentada pela polícia no dia seguinte à morte da menina foi a de que duas viaturas do Bope estavam perseguindo dois suspeitos de tráfico de drogas, que estavam em uma moto. Na troca de tiros, Heloysa foi baleada.>
Imagens de câmeras de segurança, no entanto, só mostram um homem na moto. Depoimentos de moradores de Salinas também apontaram que só os policiais teriam atirado no momento da perseguição - apesar de uma viatura entregue para a perícia >
Enquanto aguarda resultados de perícias do Instituto de Criminalística que vão apontar de onde partiu o tiro que matou a menina, a Polícia Civil de Pernambuco está ouvindo testemunhas do caso. O delegado Roberto Ferreira está à frente do inquérito. >
As duas viaturas usadas pelos militares do Bope e as armas foram periciadas no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife.>
MPPE acompanha caso>
O MPPE afirmou que também está acompanhando as investigações. "O MPPE vem a público compartilhar que está atento aos fatos e dando suporte à atuação dos promotores de Justiça, bem como às suas seguranças diante das três situações investigadas, garantindo a efetiva apuração.">
Além do inquérito sobre a morte da menina, também foi instaurada uma investigação pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e outra pela própria Polícia Militar. Esses dois procedimentos visam avaliar a conduta dos policiais do Bope na ação que resultou na morte da menina.>
O Centro Integrado de Defesa Social Municipal da Prefeitura de Ipojuca, de onde está sendo coordenada a Operação Porto Seguro (reforço policial após o temor de comerciantes e turistas de Porto de Galinhas), está contando com um profissional de plantão da Corregedoria Geral da SDS, todos os dias da semana, segundo a SDS.>