Policial baleado em ataque a ônibus responde a três processos e tinha arma irregular

Embora afastado por questões de saúde, soldado foi flagrado com uma pistola irregular

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 13:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

O soldado Anselmo Souza dos Prazeres, que foi baleado durante uma troca de tiros na Avenida Suburbana, no bairro de Itacaranha, responde a três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) na Corregedoria da Polícia Militar. A informação foi divulgada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) na manhã desta sexta-feira (11). 

Ainda segundo a SSP, Anselmo era um dos quatro policiais envolvidos nos ataques a ônibus na localidade, na noite de quinta (10). Ainda de acordo com a secretaria, embora estivesse afastado das atividades por questões de saúde, o soldado foi flagrado com uma pistola 380 irregular durante o ataque.

Leia também: Tudo o que se sabe sobre a greve de grupo da PM na Bahia

Anselmo foi baleado nas nádegas durante a troca de tiros com equipes da Operação Gemeos da Polícia Militar e socorrido para o Hospital do Subúrbio, onde segue internado em estado de saúde estável e sem risco de morte. Ele será ouvido quando receber alta. Os outros três policiais que participaram do crime fugiram - um deles foi atingido e não há informações sobre seu estado de saúde.

Por meio de nota, o presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), o deputado estadual Marcos Prisco, disse que Anselmo receberá apoio jurídico.

“A Aspra conta com o apoio jurídico para seus associados e o policial é um associado e, como qualquer cidadão, tem direto à defesa. Até o maior traficante tem. Por que ele não?”, declarou. 

A Corregedoria da PM e a Polícia Civil investigam os casos de vandalismo e outros crimes relacionados ao grupo que convocou greve na última terça-feira (8).

Relembre o caso Um policial militar foi baleado durante um ataque a dois ônibus na noite desta quinta-feira (10), em Itacaranha, na Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana), no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Além do coletivo da Expresso Metropolitano, um outro da empresa Integra ficou atravessado, bloqueando a via.

De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o ataque aos ônibus foi liderado por quatro policiais militares ligados ao movimento grevista comandado pela Aspra.

Ainda segundo a secretaria, equipes da Operação Gemeos da Polícia Militar faziam rondas na região quando ouviram disparos de arma de fogo. Os policiais flagraram dois carros tentando fugir do local depois de atravessarem o ônibus na pista. Durante aproximação e voz de prisão, o quarteto iniciou uma troca de tiros.

Leia também: Reunião entre policiais e governo do estado termina sem acordo

A SSP-BA informou também que durante o confronto, o soldado Anselmo Souza dos Prazeres, lotado na 18ª Companhia Independente da PM (CIPM/Periperi) e ligado à Aspra, acabou ferido. O órgão diz que ele estava envolvido nos ataques e tentava fugir. Ferido, foi socorrido para o Hospital do Subúrbio onde está custodiado.

Nas redes sociais, um cinegrafista amador divulgou as imagens do ônibus interceptado pelos PMs grevistas e relatou a tensão no local, com a via interditada. "Todo mundo em pânico", comenta ele. Assista.

Por meio de nota, a SSP-BA informou ainda que a ação criminosa com as devidas identificações já foram repassadas ao Ministério Público da Bahia  e Ministério Público Federal para as devidas medidas e ações cíveis e criminais.

Procurada, a Aspra, que é presidida pelo deputado estadual Marcos Prisco, afirmou em nota que a SSP-BA tenta criminalizar a mobilização de policiais e bombeiros militares da Bahia e classifica a informação como falsa.

Confira na íntegra: O deputado estadual, mais uma vez, rebate nota encaminhada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) que tenta criminalizar mobilização de policiais e bombeiros militares da Bahia. Na noite desta quinta-feira (10), o parlamentar recebeu com surpresa a informação de que um policial teria sido baleado e preso por cometer atos de vandalismo. 

 “É preciso provar o que se fala. Soltar “fake news”, ligar qualquer que seja a pessoa que cometer crime à Aspra se trata de uma calúnia que cabe responsabilização penal. Se acusam qualquer que seja a pessoa de supostamente praticar crimes em nome da Aspra é preciso provar”, reclama. O parlamentar avalia ação judicial para responsabilizar secretário por divulgar, por meio da SSP, notícias falsas. “Ao contrário deles, queremos a verdade dos fatos”, afirmou.