Policial é presa pela 4ª vez por perseguir ex-namorados

Rafaela Ferreira descumpriu medida protetiva ao furar pneu de carro de ex e esfaqueá-lo no DF

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  • Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2021 às 14:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

A policial civil do Distrito Federal Rafaela Luciene Motta Ferreira, de 40 anos, foi presa nesta quinta-feira (2) por descumprimento de medida restritiva, que a proibia de se aproximar de um ex-namorado. O pedido foi acatado pela Justiça após a agente furar os pneus e esfaquear a vítima, no domingo (28). Essa é, pelo menos, a quarta vez que Rafaela é presa por crimes cometidos contra pessoas com quem ela se relacionava.

Na delegacia, ela assinou um termo circunstanciado de ocorrência e foi liberada. Em depoimento, ela contou que "passou ocasionalmente pela rua do ex-namorado e que o homem correu e pulou em cima dela". Ela afirma que não foi responsável por furar o pneu do carro e que ele se machucou com um canivete ao tentar agredi-la. O caso é investigado como lesão corporal e dano.

Ao g1, o corregedor da Polícia Civil, Adval Cardoso, informou que Rafaela está na carceragem da Polícia Civil, presa preventivamente por tempo indeterminado, após audiência de custódia, nesta quinta-feira (2). Ela será encaminhada à Penitenciária Feminina do DF. Além de responder por processos administrativos, ela também teve as armas recolhidas.

Atualmente, a policial está afastada do serviço na corporação em razão de licença médica.

Outras prisões

Antes disso, a policial havia sido presa após invadir a Corregedoria da Polícia Civil e tentar impedir o depoimento de uma pessoa com quem ela se relacionava e que estava a denunciando, em 3 de agosto. À época, ela também assinou um termo circunstanciado e foi liberada no mesmo dia. Três dias depois, a Justiça determinou a prisão preventiva da agente, que, depois de 21 dias, foi solta.

Além disso, a Polícia Civil apreendeu um diário na casa de Rafaela, que continha supostas ameaças feitas a ex-namorados dela . Em uma das páginas, está escrito: "Vou pagar quantos assassinos de plantão forem necessários para acabar com a vida de todos eles".

A defesa confirma que caderno pertence à agente, no entanto, nega que a policial seja a autora dos textos. O material foi anexado ao processo que tramita na Justiça contra Rafaela. O termo circunstanciado, que Rafaela assinou duas vezes para deixar a prisão é usado para quem é pego cometendo infração de menor poder ofensivo. O procedimento pode ser feito na delegacia e, imediatamente, o caso é remetido ao Judiciário, mas o suspeito não fica preso.

Em outra denúncia contra Rafaela, de 2018, um ex-namorado que acusa a policial de perseguição, contou que a mulher chegou a ligar 98 vezes, em um único dia, para ele. Ela o teria conhecido por meio de um aplicativo de relacionamentos.

Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o casal saiu algumas vezes, até que o então namorado pediu para terminar o relacionamento.

Rafaela também teria ameaçado os familiares do ex-namorado. "Acho que você devia ter um pouquinho mais de precaução. Você tem família aqui, você tem pai idoso, tem mãe idosa, eles moram sozinhos. Você tem irmã, tem sobrinho, então para de ser idiota", teria dito.

Consta ainda contra Rafaela uma sentença de março de 2020. Ela foi condenada, em primeira instância, por "coação no curso do processo" – quando se usa violência ou ameaça para favorecer interesse próprio ou alheio. Segundo a Justiça, a vítima também era um ex-namorado. Rafaela respondeu em liberdade, recebeu pena restritiva de direitos, mas recorreu da decisão.