Política & Economia: 'Inovação vai mover o mundo pós-pandemia'

Gerente regional da Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham), Lilian Marins falou sobre transformações socioeconômicas

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  • Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: O jornalista Donaldson Gomes entrevista Lilian Marins

O mundo que vai emergir do cenário “pós-pandêmico” será cada vez mais voltado para a inovação. O processo de aceleração nas transformações socioeconômicas que emergiu com a pandemia do novo coronavírus deve se manter mesmo depois que o as condições sanitárias se normalizarem, acredita  Lilian Marins, gerente regional na Bahia da Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham).

Ela acredita que as empresas brasileiras precisam olhar mais fora como uma estratégia para sustentar um processo de crescimento econômico. “Quando uma empresa ou um empreendedor busca aprender com experiências internacionais, ele amplia o seu repertório. E não há inovação sem isso. Eu não tenho como criar novas possibilidades sem sair da bolha”, analisou durante participação no Programa Política & Economia, apresentado pelo jornalista Donaldson Gomes. 

Lilian Marins destaca o potencial do Brasil para a inovação, e da Bahia, em particular. Falta apenas que os empreendedores passem a trabalhar melhor a metodologia do processo, acredita. “Somos um povo extremamente criativo, uma prova disso é que o Brasil deve ser o local onde mais se abrem empresas no mundo. O problema é que é onde mais se fecham também. É uma explosão de ideias, mas falta aprender como coloca-las em prática”, diz. 

Além disso, ela defende a necessidade de investimentos do setor público na melhoria da mão de obra. “Tudo o que eu puder enfatizar como melhoria necessária, eu irei focar na questão da educação”, destacou.   

Ela conta que aprendeu bastante com duas experiências recentes no exterior. No Vale do Silício, nos Estados Unidos, Lilian diz ter aprendido que a sociedade deveria olhar para o desenvolvimento tecnológico de maneira menos negativa. “Se a gente usa a tecnologia potencializando o melhor do humano, vamos conseguir fazer uma transformação sustentável”, avalia. Posteriormente, no Canadá, constatou a importância do olhar para o chamado capital humano. 

“O que eu aprendi de muito importante foi a olhar com muito cuidado para o que se convencionou chamar de ESG (que pode ser traduzida como a preocupação com o meio ambiente, o social e com a governança)”, conta. “Se as empresas brasileiras não estiverem atentas, vão perder competitividade no cenário mundial”, avisa. 

“Quando o empresário baiano, que está acostumado a trabalhar com a realidade local, se permite buscar experiências positivas em outros estados ou países, a chance dele conhecer processos novos para ele é muito grande”, explica. Ela cita como exemplo o ambiente da Amcham. “Nós reunimos 33% do PIB (Produto Interno Bruto), então perceba como temos um terreno fértil para a troca de informação e conhecimento”, destaca. “É na troca que há riqueza”. 

Ela lembra que a pandemia acabou “acelerando” mudanças que poderiam acontecer em um intervalo de tempo muito maior. “Novos modelos de negócios foram criados neste cenário que estamos vivendo. Quando você está num contexto de dificuldades é que se pensam em novas fórmulas, é neste cenário em que se buscam novos modelos”, acredita. 

Segundo ela, um dos principais papéis da Amcham é o de antecipar tendências. “Conteúdos e ideias que já estão sendo trabalhadas lá fora, nós buscamos trazer para eles aqui”.