Pop pet: Um guia com os serviços acessíveis ou gratuitos para bichos que você precisa conhecer

Confira clínicas veterinárias, mutirões de castração, hospedagem barata e até dicas para banho em casa

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  • Thais Borges

Publicado em 16 de outubro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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“Quem não tem dinheiro nem devia querer ter pet”. Você já deve ter ouvido isso antes. Talvez até tenha dito isso a alguém. De fato, ter um animal em casa - de qualquer espécie - vai colocar novos gastos fixos na sua conta mensal. Mas será que é mesmo impossível criar um bicho sem um grande orçamento? 

Não é novidade que a pandemia afetou a renda de muitas famílias. Com notícias que vão do total de desempregados no Brasil passando dos 14 milhões até a pior inflação dos últimos 20 anos, muita gente tem mudado hábitos de consumo - e isso inclui a rotina dos pets. "Os valores cobrados pelos médicos veterinários são justos, só que as pessoas geralmente não entendem porque não foi explicado a elas como prevenir determinadas doenças. Não adianta dizer 'se não tem dinheiro, não pegue o bicho', porque às vezes o bicho vai parar na sua porta", diz a médica veterinária Simone, Freitas, coordenadora da clínica veterinária da Unifacs. Segundo ela, existem alternativas seguras que podem ajudar a reduzir os custos com os pets sem afetar a saúde ou a qualidade de vida deles. No entanto, é preciso ter em mente que existem cuidados preventivos - aqueles que, se não forem feitos, o tutor pode gastar o triplo depois para tratar o animal. 

A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) estima que o gasto médio mensal com um cachorro pode variar de R$ 216,50 a R$ 411,32, de acordo com o tamanho do bicho. 

"Se você tem um animal que gasta em média R$ 200 por mês e pega uma pessoa que ganha um salário mínimo e vive com uma cesta básica, vê que isso vai fazer muita falta", admite Simone. Gatos têm um custo mensal menor - R$ 121,39, pelo mesmo levantamento. 

Saúde Mesmo que o problema financeiro não seja temporário - ou seja, quando o orçamento está sempre apertado -, há possibilidades."Todo mundo devia ter um pet ou a oportunidade de ter um pet, que é para aqueles que querem. Desenvolve inteligência cognitiva para crianças, afetividade. Pode ser uma companhia na solidão. Essas questões atingem pessoas que têm e que não têm dinheiro", diz o médico veterinário Augusto Angelim.Com 30 anos de profissão, ele defende tanto essa opinião que decidiu montar um dos serviços veterinários de preços sociais em Salvador - o Centro de Referência em Castração Animal (Cercan).

Há seis anos, fundou o Centro de Referência em Castração Animal (Cercan) para atender os pets dos moradores vizinhos de sua clínica, a Vidanimal, localizada em Amaralina, que nem sempre tinham condições de arcar com os custos das clínicas habituais. No projeto, a Vidanimal subsidia o Cercan, que, assim, consegue manter os preços acessíveis. 

O nome veio porque, no início, eram apenas castrações. Hoje, a pedido dos clientes, já inclui também consultas, exames e outras cirurgias. "Tem formas de conseguir abrir mão de algumas coisas e dar uma boa condição para o seu animal. Tenho públicos atendidos aqui que a pessoa baixou a renda ou está em dificuldade. Quem sou eu para julgar?", reforça. 

Por enquanto, tutores contam com algumas opções de clínicas com preços sociais. Não existe sistema único de saúde para animais e o Hospital Municipal Veterinário de Salvador ainda não está pronto. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o início das obras da unidade foi adiado no ano passado devido à pandemia, já que as atenções da pasta estavam voltadas ao enfrentamento da covid-19. 

No entanto, no dia 16 de setembro, o órgão publicou o aviso de licitação no Diário Oficial. Depois da análise dos projetos, que leva em média três a quatro meses, a empresa ganhadora terá um ano para entregar o hospital. 

Enriquecimento ambiental  Um dos pontos mais importantes para a criação de pets hoje é o chamado enriquecimento ambiental, que são estímulos ambientais para a qualidade de vida deles. Não é difícil e também não precisa ser caro, como explica a sócia-fundadora da Auau Creche Canina, Ana Paula Canavarro. 

"Não é só deixar coisas no chão. Tem o enriquecimento ambiental físico, que é melhorar o espaço que o animal vive; o alimentar, o social e o cognitivo. Precisa conhecer as necessidades de cada um", orienta.  Em casa, é possível também em investir em brinquedos reciclados e em enriquecimento ambiental, como estabecimentos dedicados a pets, como a creche Auau, fazem (Foto: Marina Silva/CORREIO) Na internet, por exemplo, há muitas dicas para começar."Que pet gasta, não tem dúvida. Mas existem atividades que a gente pode criar sem custo nenhum. Basta ter boa vontade e entender. Vira e mexe a gente pede para os tutores trazerem garrafa pet, caixa de ovo, de sapato. Boa parte dos brinquedos aqui são reciclados", diz. Para os gatos, também não há muito mistério, como ensina a vice-presidente do gatil Irmã Ana Francisca, Ana Paula de Sousa Farias. "Gato gosta de duas coisas: caixa de papelão e bolinha de papel. O mundo de gato é muito simples. Qualquer coisinha que faça um barulhinho eles também gostam", ensina. 

Por isso que prateleiras verticais costumam ser frequentes em casas de tutores de felinos. Para Ana Paula, para tudo há saídas. "Se você não tem condição de dar a ração, dê a mesma comida que você come. Antes não existia ração. Os animais se alimentavam de comida, tendo carinho e um lugar para dormir". 

Exóticos e silvestres Mesmo para animais silvestres e exóticos, que têm rotinas mais específicas, é possível buscar alternativas mais acessíveis de enriquecimento ambiental e brinquedos. No entanto, é importante ter em mente que esses pets têm necessidades nutricionais específicas que, se não forem atendidas, podem levar a doenças associadas. Nesse grupo, estão incluídos bichos comuns nos lares brasileiros, como hamsters, coelhos, porquinhos da índia, jabutis e calopsitas. Todas são espécies autorizadas no país. "É complicado criar pets não convencionais sem dinheiro porque, se você não oferece a alimentação adequada, vai gastar tratando as doenças", explica a médica veterinária Camila Andrade, professora da UniFTC. Além disso, os cuidados preventivos não devem ser deixados de lado também com essas espécies. Assim como cães e gatos, eles também precisam ser levados para uma consulta com um veterinário uma vez por ano. Ainda que muitos precisem ser castrados, não há castrações gratuitas ou com valores sociais para esses pets. 

 "Hoje em dia, você não pode criar nenhum animal sem pensar em ter um dinheiro para gastar com ele. No caso dos não convencionais, como são mais sensíveis, exigem um veterinário especialista. Como são muito delicados, os equipamentos para eles são menores e mais caros, por isso os procedimentos às vezes são um pouco mais onerosos", completa Camila. 

Ainda assim, o custo mental de manutenção desses animais é menor do que o de cães e gatos. Segundo a Abinpet, o valor para roedores, aves e répteis fica em R$ 55,50; R$ 7,80 e R$ 14,90, respectivamente. 

Mas se você é uma tutora ou um tutor com orçamento apertado, preparamos um guia completo com os principais serviços gratuitos ou sociais para pets em Salvador e nas principais cidades da Bahia. A lista vai de clínicas a serviços de hospedagem, passando por dicas de enriquecimento ambiental e de brinquedos para fazer em casa sem gastar muito. 

Guia: tudo que você precisa saber sobre serviços acessíveis ou gratuitos para pets  Clínicas e hospitais veterinários com atendimentos sociais/acessíveis Villa Lata Clínica Popular  Onde fica: Rua das Rosas, nº 598, Pituba.  Dias de funcionamento: segunda a sábado, das 9h às 17h.  Serviços: consultas clínicas, cirurgias e exames laboratoriais para cães e gatos. Precisa marcar? Os atendimentos são feitos por ordem de chegada ou por agendamento no telefone (71) 4141-1606.  Valor: consulta solidária por R$ 35 para animais adotados, resgatados, de rua ou de pessoas em situação de vulnerabilidade (nesses casos, o pagamento é apenas via pix ou espécie). Já a consulta integral sai por R$ 71. 

Centro de Referência em Castração Animal (Cercan) Onde fica? Rua Investigador Wilsom Palmeira, nº 56, Amaralina. Horário de funcionamento: das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, e das 8h às 12h, aos sábados.   Serviços: consultas clínicas para cães e gatos, exames de imagem e laboratoriais e cirurgias. Precisa marcar? É preciso agendar pelos telefones (71) 3347-0981/3347-7017 ou pelo Whatsapp (71) 99697-0981. No entanto, também há atendimento por ordem de chegada. Valor: consulta por R$ 55. 

Hospital de Medicina Veterinária da Ufba Onde fica: Avenida Adhemar de Barros, nº 500, Ondina.  Horário de funcionamento: os portões abrem às 6h e os clientes devem aguardar no estacionamento. A triagem e o atendimento de emergências são de segunda a quinta das 7h às 12h e das 13h às 13h. Às sextas, o horário é das 7h às 12h. Já as consultas agendadas podem ser na parte da manhã e da tarde de segunda a quinta e somente no turno das manhãs nas sextas.  Serviços: clínica médica, clínica cirúrgica, anestesiologia, reprodução e obstetrícia para as diversas espécies domésticas, silvestres e exóticas; exames de imagem e clínicos; consultas nas especialidades veterinárias de ortopedia, oftalmologia, dermatologia, odontologia e oncologia.  Precisa marcar? Se não for uma emergência (que será identificada na triagem), é preciso agendar o serviço pelo telefone (71) 3283-6736, pelo celular (71) 98726-4137 ou presencialmente. Valor: consultas a partir de R$ 55. 

Clínica Veterinária da Unifacs  Onde fica: Avenida Jorge Amado, nº 674, Boca do Rio.  Horários de atendimento: segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, e sábados das 8h às 12h.  Serviços: exames, consultas clínicas e das especialidades de ortopedia e oftalmologia.  Precisa marcar? O agendamento deve ser feito pelo Whatsapp no número (71) 3203-2649.  Valor: R$ 80 (consulta de cães) / R$ 100 (gatos) / R$ 115 (animais exóticos) / R$ 172,50 (ortopedia) / R$ 231 (oftalmologia).

Clínica de Medicina Veterinária da Unime  Onde fica: Avenida Luiz Tarquínio Pontes, nº 600, Centro - Lauro de Freitas  Horário de atendimento: segunda a sexta-feira das 8h às 12h  e das 13:30 às 17h. Serviços: Consultas, emergências, cirurgias, exames laboratoriais e de imagem, exames complementares, histopatológicos, necrópsias, vacinação, sedações e anestesias. Pets atendidos: cães, gatos, bovinos, equinos, caprinos, ovinos, coelhos, cobras, jabutis, lagartos, porquinhos-da-índia, papagaios, aves ornamentais e de rapina, chinchila, hamsters. Precisa marcar? Os atendimentos e os procedimentos são realizados mediante marcação prévia pelo telefone (71) 3378-8168. O tutor deve ser maior de idade e levar documento original com foto.  Valor: a partir de R$ 70.

Clínica-escola de Medicina Veterinária da UniFTC de Feira de Santana Onde fica: Avenida Artêmia Pires, s/n, bairro SIM, em Feira de Santana.  Dias de atendimento: terças, quartas e sextas-feiras.  Serviços: atendimento clínico e cirúrgico para cães, gatos, cavalos, caprinos e ovinos.  Precisa marcar? As consultas acontecem com marcação prévia, que pode ser feita sempre das 8h às 12h, pelo telefone (75) 3602-7044.  Valor: atendimento gratuito para a população de baixa renda. 

Clínica-escola de Medicina Veterinária da UniFTC de Vitória da Conquista Onde fica: Rua Leonídio Oliveira, 218, Recreio, Vitória da Conquista. Dias de atendimento: segundas e quartas-feiras.  Serviços: atendimento clínico Precisa marcar? As consultas acontecem com marcação prévia, que pode ser feita sempre das 8h às 16h, pelo telefone (77) 3025-4680. Valor: preços gratuitos ou sociais (informações pelo telefone). Mutirões de castração barata ou gratuita Castração pelo SUS A castração de cães e gatos pode ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Salvador, é possível agendar em qualquer unidade básica de saúde da rede municipal ou através do email [email protected].  O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h. O serviço oferece 15 castrações diariamente.    Castração SUS pelo castramóvel  O procedimento é o mesmo - para se cadastrar, é preciso entrar em contato com o email [email protected] ou nas unidades de saúde da rede municipal. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o atendimento itinerante atualmente está na Escola Municipal Barbosa Romeo, em São Cristóvão, e ficará na região até o dia 29 deste mês. 

Castração solidária na Villa Lata Clínica Popular  Como funciona: cães e gatos SRD (sem raça definida) com idades entre quatro meses e cinco anos que pesam até 10kg podem ser castrados por R$ 100. Quando o animal tem peso maior do que isso, cada quilo terá acréscimo de R$ 10 no valor final.  Onde fica: Rua das Rosas, nº 598, Pituba. Contato: telefone (71) 4141-1606. 

Castração no Centro de Referência em Castração Animal (Cercan) A clínica oferece castração coletiva e individual. As coletivas - ou mutirões - ocorrem durante a semana, mas há dias específicos para cães e gatos. As individuais são indicadas para animais com necessidades específicas na cirurgia, mas ainda com valor social.  Onde fica? Rua Investigador Wilsom Palmeira, nº 56, Amaralina. Precisa marcar? É preciso agendar pelos telefones (71) 3347-0981/3347-7017 ou pelo Whatsapp (71) 99697-0981. Valor: R$ 100 (castração coletiva de cães e gatos) / R$ 400 (castração individual). 

Castração no Centro Veterinário Popular Salvador  A clínica oferece mutirões de castração para cães e gatos.   Onde fica? Rua Cônego Pereira, nº 1, Sete Portas. Fica dentro da loja Agromix.  Precisa marcar? É necessário agendar ligando para o telefone (71) 2132-0156 ou por Whatsapp no número (71) 98407-0196.  Valor: R$ 90 (gatos) / R$ 100 (cães até 10kg) / R$ 110 (cães de 10kg a 20kg) / R$ 120 (cadelas até 10kg) / R$ 150 (cadelas de 10kg a 20g).  Vacinas  A vacina antirrábica (contra a raiva) é obrigatória para cães e gatos. Ela é oferecida gratuitamente pela prefeitura de Salvador, mesmo após o fim da campanha de vacinação, em unidades básicas de saúde. Para conferir a lista de pontos fixos, acesse o link.  (Foto: Bruno Concha/Secom) Rações  Existem três grandes grupos de ração no mercado: as superpremium, as premium e as chamadas rações de combate. As superpremium são as mais indicadas por veterinários. Mas mesmo entre elas, existem diferenças.

Para quem costuma comprar as marcas ND ou Biofresh, que normalmente são mais caras, uma possibilidade é passar a comprar uma ração superpremium mais barata, como a Premier, segundo a médica veterinária Simone Freitas, coordenadora da Clínica Veterinária da Unifacs. "Mas a pessoa deve olhar, sozinha ou com o médico veterinário, quais são as vitaminas ali, porque pode ser que precise fazer alguma suplementação de nutrientes", alerta. Se ainda assim o valor estiver salgado, é possível 'descer' o nível para a segunda linha - a premium. Mas uma mudança para as rações de combate não é indicada, como reforça Simone."Não vale a pena oferecer (ração de combate) a médio prazo porque você vai ter problemas com a imunidade desse animal, que não vai estar bem nutrido", diz a médica veterinária.Além disso, as quantidades costumam ser diferentes. Às vezes, com uma ração superpremium, serão apenas 100 gramas de ração por dia, enquanto uma ração de combate exigirá 250 gramas. "A situação no país não está permitindo nem que a gente se alimente bem, quem dirá os animais. Mas a médio prazo tem que pesar isso", completa. 

Para comparação: uma ração top de linha premium como a N&D para cães adultos de raças pequenas sabor cordeiro e blueberry (2,5 kg) custa 163,99 no site da Petz. Já a Premier na versão Seleção Natural para raças pequenas (2,5kg), também considerada superpremium, sai por 89,99 na mesma Petz. Por outro lado, uma ração premium da marca Golden na versão Mini Bits para cães pequenos custa R$ 51,99 no saco de 3kg. 

Quando falamos de gatos, é possível comparar a ração superpremium Biofresh, também top de linha, que sai por R$ 129,51(versão para gatos adultos em um saco de 1,5kg) com a também superpremium Royal Canin, que sai por R$ 89,54 (versão Cat Indoor para gatos adultos também de 1,5kg). Já entre as rações premium, a Golden para gatos adultos custa R$ R$ 48,51 no saco de 3kg - o dobro da quantidade das outras. As pesquisas das três foram feitas no site da PetLove. Algumas marcas de rações premium são Golden Formula, Dog Chow, Pedigree Equilíbrio Natural, Affinity, Faro.  Já entre as rações superpremium estão N&D, Biofresh, Royal Canin, Premier Formula, Hills e Purina Pro Plan.  Se você tem um animal silvestre ou exótico, por outro lado, não é indicado mudar a qualidade da ração."Falar de alimentação mais em conta é meio complicado para pets não convencionais, porque é um mercado um pouco restrito. A maior indicação para o cuidado e para economizar no tratamento de doenças é a alimentação de qualidade", diz a médica veterinária Camila Andrade, professora da UniFTC. Se você tem um papagaio legalizado, por exemplo, ou aves como calopsita, agapornis e periquito australiano, o mais indicado é dar a ração peletizada, que será o alimento completo. "Não dá para falar para dar somente sementes, porque elas não têm grande valor nutritivo e os animais podem ficar obesos, tendo problemas", alerta. Entre as marcas recomendadas por ela para esses animais estão as rações Nutrópica e Megazoo. 

Com roedores e lagomorfos (coelhos), não é incomum que os donos ofereçam ração de coelho para abate, que tem pouco valor nutritivo. Segundo a veterinária, há quem os alimente até com ração para cavalos. No entanto, isso provoca transtornos gastrointestinais e problemas odontológicos. "Tanto coelhos quanto porquinhos-da-índia têm crescimento contínuo dos dentes. Quando não comem o alimento adequado, que é o feno e a ração adequada, o dente não será desgastado e eles não vão conseguir comer mais", explica. O feno deve ser oferecido 24 horas por dia - de preferência, do tipo capim Coast Cross ou Tifton. A proporção deve ser de 80% da alimentação composta por feno e o restante pela ração indicada para cada espécie. 

Já quem tem répteis como jabutis pode optar pela ração especializada ou por um mix de alimentos. "A ração facilita muito a vida de quem tem jabuti, mas você pode oferecer alimentos como brócolis, escarola, rúcula", ensina Camila.  Alimentos proibidos Alguns alimentos nunca devem ser oferecidos aos animais. Não é incomum que os pets comam as comidas dos donos, mas, em alguns casos, essa ingestão pode ser fatal. Separamos aqui alguns dos principais itens, mas a lista é ainda maior. Para cães: abacate, álcool, uvas, passas, chocolate, derivados de leite, ossos cozidos, frutas cítricas e coco.  Para gatos: chocolate, leite e derivados de leite, uva, alho, cebola, ovo cru, peixes enlatados, álcool, carne crua.  Para roedores: alimentos processados, fritos e açucarados, derivados de leite, chocolate, café, alface, feijão, batata crua, alho, caule e folha de tomate. Para lagomorfos (coelhos e lebres): são herbívoros, mas não devem comer alface, repolho, beterraba, uva, oleaginosas e qualqueer coisa de origem animal.  Para jabutis: ração para outros animais, açúcar, leguminosas e grãos.  Para aves: chocolate, cebola, alho, abacate, alimentos ricos em gordura, sódio e açúcar. Sementes e caroços também devem ser evitadas - algumas, como as de cerejas e maçãs liberam cianeto quando mastigadas, o que pode ser extremamente perigoso.  Brinquedos em conta/que podem ser feitos em casa Brinquedo interativo  Os brinquedos interativos são os preferidos de muitos animais. Eles estimulam as atividades cognitivas dos cachorros, porque normalmente são recheados de comida ou petiscos. Além de estimular a inteligência, é uma ferramenta muito útil para cachorros com problemas de ansiedade.  (Foto: Fernanda Varela/CORREIO) Mas quem tem cão sabe que são brinquedos caros. O Kong, que é a marca mais conhecida desse tipo, pode passar dos R$ 100 em alguns modelos. Mas é possível ter iniciativas parecidas, colocando petiscos em caixas de papelão fechadas, em tubos de papelão ou até em legumes e verduras. No caso das verduras, é possível usar cenouras ou abobrinhas e cortá-las como um tubo, para que sejam recheadas com patê, petisco ou ração. O efeito também será o mesmo.  

Garrafa PET Em uma garrafa PET vazia e limpa, faça uns dois ou três furos pequenos no plástico (do tamanho de um dedo, por exemplo). Esse furo pode ser feito com uma tesoura, estilete ou mesmo com fogo (uma vela, por exemplo). Se optar pela tesoura ou pelo estilete, é importante revesti-lo com uma fita adesiva macia para evitar que o cão se machuque. Lembre de retirar o rótulo e o lacre que vem junto com a tampa. 

Depois, coloque um pouco de petisco ou ração dentro da garrafa. Entregue ao cachorro, que vai se distrair tentando pegar a comida lá dentro, ao mesmo tempo que se diverte.  (Foto: Dog Hero/Divulgação) Corda de roupa  Tem uma peça de roupa velha em casa? Pode usá-la para fazer uma corda como brinquedo. Divida em três partes e depois amarre as três partes em um nó único. Já com as três partes, faça uma trança apertada com o tecido. Ao final, dê outro nó e o brinquedo está pronto. A corda deve ser usada sob supervisão. 

Bolinha de papel  Basicamente, entregue uma bolinha de papel para o gato. Amasse um papel no formato de bola e a entregue para ele. 

Toalha ou pano sem uso Você pode reaproveitar uma toalha ou um pano sem uso colocando grãos de ração ou petiscos em cima dela, enquanto estiver aberta. Depois, enrole-a como um tubinho e ofereça ao pet, que poderá farejar e desenrolar a toalha à medida que for encontrando a comida.  (Foto: Dog Hero/Divulgação) Varal de petiscos  Usando um pedaço de barbante, prenda a linha entre dois objetos, como um varal, numa altura acessível para seu pet (nesse caso, para cães). Coloque pedacinhos de frutas como maçãs ou legumes como cenouras no varal, para que o animal se exercite tentando pegar os petiscos. (Foto: Dog Hero/Divulgação)  Também é possível fazer de uma forma mais rígida, usando uma tira de madeira ou cabo de vassoura. Nesse caso, ao invés dos petiscos, é possível colocar algumas garrafas pet com o furinho que ensinamos aqui.  (Foto: Marina Silva/CORREIO) Tubinhos de feno para roedores e lagomorfos O rolinho de papelão do papel higiênico que acabou também pode virar brinquedo para os pets silvestres e exóticos. Basta colocar um pouco de feno dentro e pendurar em algum lugar perto da casinha deles que vai gerar uma interação. 

Caixa de papelão  Essa é versátil para diferentes espécies. Para gatos, basta entregar a caixa pura. Para roedores pequenos, é possível fazer um buraquinho na caixinha e colocar um pouco de feno dentro. Eles vão ficar entrando e saindo, como uma toquinha. A recomendação das veterinárias, contudo, é ter cuidado para que a caixa de papelão não seja tingida e nem tenha grampos.   (Foto: Gatil Irmã Ana Francisca/Acervo pessoal) Arranhador  Dá para fazer um arranhador em casa usando um cano de PVC ou até um tubo de papelão (em algumas lojas de tecido, é possível conseguir até de graça). Enrole uma corda de sisal em todo o tubo, porque será o material que o gato vai arranhar, usando cola quente. Há formas de deixá-lo mais firme, por exemplo, prendendo em uma base de madeira. 

Quem deu as dicas: para cachorros, a sócia da creche Auau Ana Paula Canavarro e a Dog Hero; para gatos, a vice-presidente do Gatil Irmã Ana Francisca, Ana Paula de Sousa Farias, e para exóticos e silvestres, a médica veterinária Camila Andrade, professora da UniFTC.  Enriquecimento ambiental Caixa de ovo  Cães que comem muito rápido podem ter alguns problemas. Não é incomum que vomitem logo após comer. Por isso, especialistas recomendam os chamados comedouros lentos. No entanto, eles geralmente são caros. 

Ao invés de comprar um comedouro novo com pinos e divisórias, uma solução é colocar a comida numa caixa de ovo usada. Basta distribuir a ração nos espaços onde ficam os ovos e o resultado será o mesmo para o cachorro. Para gatos, também pode ser uma brincadeira estimulante. (Foto: Dog Hero/Divulgação) Prateleiras suspensas 

O mundo dos gatos é bem vertical. Por isso, é normal que eles subam nos móveis. Uma dica é instalar prateleiras suspensas na parede, em diferentes níveis. Em algumas madeireiras, é possível conseguir gratuitamente pedaços de madeira. (Foto: Gatil Irmã Ana Francisca/Acervo pessoal) Terra vegetal 

Se você cria um jabuti em casa, é importante que o animal tenha uma área própria com enriquecimento ambiental. Coloque um pouco de terra mais limpa nesse local - uma terra vegetal usada em caqueiro, por exemplo. Se não tiver como, pode ser uma terra mais limpa retirada de algum lugar. Se possível, plante algumas mudinhas, entre os alimentos que podem ser ingeridos pelo jabuti. Como são animais de sangue frio, é importante que essa seja uma área de sol. Evite usar pedras, porque o jabuti pode comê-las.  Como dar banho em casa Esse é um ponto que acaba sendo mais específico dos cachorros. Felinos, lagomorfos (coelhos), roedores, aves e répteis, em geral, não precisam tomar banho. 

Nos principais petshops de Salvador, um banho em um cachorro de tamanho médio fica em torno de R$ 50. Agora, imagine pagar esse valor toda semana, se o seu doguinho for um dos que precisa ser limpo com essa periodicidade. Para muita gente, não cabe no orçamento. 

Por isso, a estudante de Medicina Veterinária Silvana Argolo, do Banho & Tosa em domicílio (@banhoetosa.silvana), listou algumas dicas para quem quer começar a dar banho em casa no seu pet - ou para quem já faz isso, mas não tem muita certeza do que está fazendo, conferir se está no caminho certo. 1) O primeiro passo é separar todo o material que será usado: o shampoo, o condicionador, a escova, o pente, o secador (se for usar), a toalha.  "Existem vários tipos de escova para cada tipo de pelo. Se é um pelo cacheadinho, a gente usa a rasqueadeira. Se é um pelo liso, usamos pente ou aquela escova com bolinhas na ponta. Se for um spitz alemão, use a escova sem bolinha", recomenda Silvana.  2) Ainda antes do banho, inspecione todo o corpo do animal para identificar se tem algum nó. Cães com pelo longo, como de raças como shih tzus e spitz são mais suscetíveis a ficar com nós no pelo. Esses nós devem ser desmanchados e penteados antes de qualquer coisa. "Quando você joga água, aquele nó tende a ficar mais concentrado. Fica um nó muito pior, por isso é importante pentear o animal todo antes do banho", orienta.  3) Proteja os ouvidos do cachorro no banho. Segundo Silvana, a melhor opção para quem não tem prática é usar o algodão hidrofóbico, que é aquele ortopédico. "Pode fazer um bolinho e colocar no ouvido, porque ele não vai absorver água. O algodão branco comum é hidrofílico, então absorve água e pinga por dentro". Esse algodão comum pode ser usado, por outro lado, para limpar os ouvidos do animal, com auxílio de uma solução otológica, se a pessoa tiver em casa. No entanto, lenço umedecido usado em bebês é uma alternativa que funciona para fazer a limpeza superficial do ouvido.  4) Dê o banho com calma, com tranquilidade, para que o cachorro não fique agitado. "O animal sente muito a nossa energia", alerta Silvana. O shampoo e o condicionador não precisam ser necessariamente produtos para pet. Se você tiver shampoo e condicionador para bebês, pode usar sem problemas.  "O que eu indico e confio é o Johnson's para bebês, mas pode usar outras marcas para bebês. É um shampoo neutro que não vai agredir a derme do animal, principalmente os que têm sensibilidade cutânea", ensina. Eles podem ser usados inclusive no rosto, ao redor dos olhos e do nariz, sem causar danos oculares aos cães com sensibilidade na córnea. Ela indica, ainda, que o shampoo seja aplicado duas vezes: uma para retirar a sujeira superficial e outra para fazer a limpeza mais profunda. Se o cão tem pelos lisos, é recomendável usar também o condicionador ou uma máscara de hidratação, para fechar as cutículas, já que o shampoo deixa o pelo ressecado.  5) Cuidado com a temperatura da água: sempre faça um teste e observe se está muito gelada ou muito quente. Se o tempo estiver frio, o banho deve ser morno para que o cão não fique estressado ou pegue algum resfriado.  "Eu recomendaria o banho morno sempre, porque ele é ativador da circulação sanguínea. Então, a água morna se torna relaxante e o animal fica mais calmo", afirma Silvana.  6) Na hora de secar, há três opções. Se o cachorro precisa de secador, mas é medroso ou tem comportamento agitado, use sempre no botão médio e com muita calma. Evite os movimentos bruscos para que não seja criada uma memória ruim do banho. Na hora de secar, cuidado com o rosto. Se não conseguir proteger o rostinho do secador, faça um rodízio - três segundos com o jato apontando para o animal, três segundos sem apontar.  "Para os animais que não gostam mesmo do secador, o ideal é que a pessoa seque ele no ventilador. Pode ligar, colocar ele na frente e ir massageando. O pelo vai secar no tempo", explica a estudante de medicina veterinária.  Além disso, se o cachorro tem pelo curto e tem acesso ao sol, não precisa secar nem com ventilador, nem com secador. "Você só tira os 10% da água com a toalha mesmo e ele vai seguir a vida dele", completa. Em todo caso, é recomendável discutir isso com a veterinária ou veterinário que acompanha o animal.  7) Um animal de pelo longo demora, em média, 40 a 50 minutos no banho. Os que têm pelagem curta normalmente terminam antes. Se são cães que têm acesso constante à rua e pelo longo, o ideal é que tomem banho toda semana. Se não passeiam na rua com frequência, pode ser até a cada 15 dias. "Os de pelo curto que não se sujam podem tomar banho a cada 20 dias ou até uma vez por mês. Mas os donos precisam observar se o animal não está com cheiro desagradável, olhar se patinhas estão com grama ou espinho, se os ouvidos têm muita produção de cera ou se as regiões íntimas estão sujinhas. É a rotina do animal que determina a frequência do banho", completa. Hospedagem barata  Hotéis para animais costumam ter um valor alto. No entanto, quem precisa viajar e não tem com quem deixar seu bichinho pode recorrer a serviços como o da Dog Hero, plataforma que une pessoas que oferecem serviço de hospedagem em casa aos tutores. 

Na Bahia, são ao menos 400 'heróis' cadastrados - os hospedeiros - para receber pets de diferentes tipos. Desses, ao menos 280 ficam em Salvador. Pelo próprio filtro do site, os valores começam em R$ 20 por noite, mas o preço médio em Salvador é de R$ 45. Em comparação, a maioria dos hotéis na região têm preços entre R$ 75 e R$ 115. Plataformas como a Dog Hero servem para conectar pessoas com hospedagens familiares aos tutores (Foto: Dog Hero/Divulgação) É possível escolher hospedeiros que moram em casa ou apartamento, assim como filtrar apenas aqueles que aplicam medicação ou que têm experiência com animais idosos, por exemplo. No entanto, antes de reservar o serviço, converse com os hospedeiros e confira também as avaliações de usuários anteriores. 

Existem outras plataformas, como a Pet Anjo, que também oferecem hospedagem. Em Salvador, a reportagem encontrou valores a partir de R$ 28.   Passeios  Hoje existem creches e profissionais que oferecem o serviço de dog walker - passeador de cães, no inglês -, mas, vamos combinar que, para quem tem tempo e disposição, passear com os animais é gratuito. De fato, nem todo lugar permite o acesso deles e, em 2018, este jornal publicou uma lista de 100 locais pet friendly em Salvador. 

Mas sabemos que cães estão entre aqueles bichos que têm mais necessidade de sair por aí e socializar. Por isso, existem locais gratuitos que são reservados para eles. São os Dog Parks - os antigos cachorródromos. Só em Salvador, já são 21 e há outros três em construção, segundo a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal). Onde ficam: Praça Imbuí, Praça Afonso Ruy (Itaigara); Praça ACM (São Caetano); Praça Vale dos Rios (Stiep); Praça Dendezeiros (Cidade Baixa); Praça Alto do Parque (Itaigara); Praça Alpha Plus (Paralela); Praça Santos Dummont (Pituba); Praça Jardim Apipema (Jardim Apipema); Praça Benjoim (Caminho das Árvores); Praça Nossa Senhora Assumpção (Pituba); Praça Horto Florestal (Horto); Praça Imbuí Ville; Praça Stella Maris; Praça Recanto das Ilhas (São Rafael); Praça Mussurunga; Praça Jardim Armação; Praça Segredos de Itapoã (Piatã); Praça Helena Jambeiro (Cajazeiras III); Praça Joaquim Nery Filho (Itaigara); Praça Aquarius (Pituba).  Há outros três Dog Parks em fase de construção na Rua Rodrigues Dória (Jardim Armação), Rua Monsenhor Eugênio Veiga (Itaigara) e Rua Rodrigo Argolo (Rio Vermelho).  Onde adotar um pet Abrigo São Francisco de Assis (Abpa Bahia) Requisitos: a pessoa deve ter mais de 18 anos, renda própria e passar poa uma entrevista de avaliação online (ligação, videochamada e Whatsapp). Uma vez aprovada, deve apresentar cópia de RG, CPF e comprovante de residência. Com felinos, a pessoa deve morar numa casa com muro deno mínimo dois metros de altura ou em um apartamento com telas.  Contato: para adoção de cães, o email [email protected]. Para gatos, o email [email protected] Valor: taxa de R$ 120 (referente aos exames e vacinas, além do delivery até a casa do adotante).

Gatil Irmã Francisca  Adoção de gatos.  Requisito: ter mais de 18 anos, apresentar RG e CPF e ter casa ou apartamento telados, para que o animal não tenha acesso à rua.  Onde? Os gatinhos que ficam na Petz Bonocô são da ONG, que também tem feirinhas previstas para acontecer no Mundo Pet Rio Vermelho em outubro.  Contato: via Instagram no perfil @gatilirmafrancisca  Valor: taxa de R$ 100 pelos exames e vacinas. 

Feira de adoção da colônia de gatos  Neste sábado (16), na Reale Rações, na Avenida Juracy Magalhães, nº 47, no Rio Vermelho. Acontece das 9h às 12h. Interessados devem apresentar cópia do RG e comprovante de residência. 

Instituto Patruska Barreiro  Contato: via Instagram @institutopatruska ou pelo telefone (71) 99933-1450.    

Projeto Adoção de Peludos  O adotante precisa ser maior de 21 anos e morar em Salvador ou na Região Metropolitana. Para gatos, a pessoa deve assinar um termo e pagar uma taxa de R$50, que cobre as despesas prévias com o bichinho e para manutenção do projeto. Contato: via Instagram @adocaodepeludos 

Abrigo Animais Aumigos  Contato: via Instagram @abrigoanimaisaumigos, pelo telefone (71) 4104-0116 ou pelo email [email protected]

Doce Lar Contato: via Instagram @adocaodocelar10 ou pelo (71) 99962-1189 (whatsapp). 

Projeto Adoção de Gatitos Requisitos: ser maior de 18 anos ou autorização dos responsáveis; morar em Salvador ou Lauro de Freitas; ter telas em todas as janelas e saídas (em caso de apartamentos) ou muros altos que evitem fugas (em caso de casa). O adotante também deve pagar uma taxa de adoção de R$ 20 para a manutenção do projeto Adoção de Gatitos. Contato: via Instagram @adocaodegatitos.