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Autoridades italianas se recusaram a retirar cadáver por risco de novas contaminações
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2020 às 16:55
- Atualizado há um ano
Diante das restrições estabelecidas pela quarentena em todo a Itália, a esposa de um idoso morto por coronavírus teve que de ficar confinada com o corpo estirado no chão da casa por dois dias na região de Borghetto Santo Spirito, no Norte do país.
A remoção do cadáver só foi concluída nesta quarta-feira (11), quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou situação de pandemia mundial.
Segundo o jornal Corriere Del Ticino, a mulher teria pedido a ajuda de militares que atuam na contenção do vírus na Itália.
Mesmo assim, pelo risco de contaminação, os soldados decidiram não acessar o espaço até que o resultado de exames do corpo e da mulher sejam liberados.
Os funcionários de uma funerária local fizeram a operação vestindo macacões de proteção e outros equipamentos de segurança.
O caixão especial, feito de zinco, será transferido para um necrotério autorizado para a realização de autópsias de mortos pelo novo coronavírus.
O prefeito da cidade, Giancarlo Canepa, em entrevista à emissora italiana IVG.it, afirmou que não havia mais como esperar o resultado de testes para fazer a retirada do corpo. "As condições do corpo estavam criando uma situação difícil com a esposa dele, forçada a ficar em casa. É o fim de um pesadelo para ela, com a esperança do teste dar negativo e ela poder abraçar os familiares", declarou na manhã desta quarta-feira.Antes, Canepa informou que o homem morto se recusou a receber tratamento em um hospital local, o que teria levado a essa situação.
Ainda segundo o prefeito, nada poderia ser feito pois estavam respeitando os protocolos de segurança da quarentena. A esposa segue em isolamento na casa, até que o resultado dos exames sejam liberados. O local recebeu uma higienização após a retirada do cadáver. Com informações de agências internacionais.