Potenciais não são aproveitados pela indústria do turismo na Bahia

Debate aponta a falta de planejamento para explorar mais o setor no estado

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  • Jorge Gauthier

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 10:35

- Atualizado há um ano

O bem e o mal do turismo na  Bahia está no mau aproveitamento do excesso de potencialidades do estado, segundo definiu o empresário Alexandre Zubaran, membro do Conselho Nacional de Turismo e da Bahiatursa S/A. Zubaran participou ontem do debate Atratividade do Turismo Baiano: Carências e Potencialidades, ocorrido no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) como atividade de encerramento da primeira edição da Agenda Bahia, evento promovido pela Rede Bahia.   “Há muita coisa boa na Bahia que não é aproveitada enquanto produto turístico. Isso é um erro de estratégia no planejamento do fluxo de turismo do estado”, disse  Zubaran, que também é membro do Conselho de Administração do Instituto Marca Brasil.

No painel de discussão, que contou ainda com participação de Cláudio Tinoco, presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), e do professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Marcus Alban Suarez, destacou-se a falta de um planejamento do estado para aproveitar seus recursos culturais como um elemento que atraia mais turistas.

  “Comparando com o potencial turístico que a Bahia tem, o que está sendo feito  para aproveitar é muito pouco. Glauber Rocha é o cineasta baiano que criou o Cinema Novo e nós não temos nenhum festival de cinema no estado. A Bahia não sabe aproveitar os ícones que tem. É muita coisa que não é administrada com planejamento”, disse Marcus, que é doutor em economia pela Universidade de São Paulo.

O presidente da Saltur destacou que, em função das demandas do setor, o órgão em 2011 planeja criar um projeto que visa montar as estratégias para o turismo da Bahia nos próximos 10 anos.

“A Agenda Bahia se antecipou à discussão que nós estamos fazendo na Saltur. Precisamos planejar a cidade e o estado para receber os eventos esportivos de grande porte na próxima década”, disse.

Infraestrutura

O mediador do debate, Armando Ollandezos, secretário executivo do cluster de turismo da Costa dos Coqueiros, destacou que, além do aproveitamento insuficiente dos recursos do estado, a infraestrutura é outro entrave para o desenvolvido do potencial turístico da Bahia. “Falta integração dos setores público e privado para traçar estratégias efetivas de desenvolvimento do turismo. O aeroporto de Salvador está no limite. Como irá ser feita a atração de turistas se não há formas de recebê-los? É preciso planejar o estado”, disse. Para o professor da Ufba, as estratégias de divulgação da Bahia para a Copa do Mundo de 2014, evento que tem audiência de 3 bilhões de pessoas, por exemplo, pode trazer prejuízos para o turismo.

“Se dermos visibilidade global para Salvador do jeito que ela está será um tiro no pé. Não podemos chamar atenção para uma cidade que está suja, insegura e com deficiência de mobilidade para seus visitantes”, destacou o professor, lembrando da má utilização de pontos da cidade como o Pelourinho e a orla.