'Pouco transformadora', diz Bellintani sobre troca de técnicos na Série A

Presidente do Bahia criticou limitação aprovada por clubes e CBF

Publicado em 25 de março de 2021 às 19:09

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Contrário à decisão dos clubes e CBF em instituir medida que limita o número de trocas de treinadores durante o Campeonato Brasileiro, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, usou as redes sociais para manifestar o seu ponto de vista e explicar o motivo de ter votado contra a proposta no conselho técnico do torneio.

De acordo com o presidente tricolor, a limitação no número de contratação de treinadores é pouco transformadora e tenta passar um ar de modernidade ao Brasileirão.

"Para tentar dar um ar de modernidade ao Campeonato deste ano, à margem da real transformação que seria o Fair Play Financeiro, propõe-se uma medida aparentemente bonitinha, mas pouco transformadora: a limitação de contratação de treinadores", disse.

Bellintani criticou o não uso de aplicações do Fair Play financeiro no futebol brasileiro. Segundo ele, as medidas para punir clubes que gastam mais do que arrecadam, foram esquecidas e não serão colocadas em prática nesta temporada.

"O Fair Play Financeiro do futebol brasileiro, projeto muito importante elaborado ao longo de anos, deveria começar a ser implantado no país em 2021, com punições progressivas aos clubes que gastam mais do que podem. Isso foi aprovado e bastante divulgado"

"Na reunião do Conselho Arbitral de 2020, o Bahia já havia lamentado a lentidão prevista para aplicação das penas no projeto brasileiro. Ainda assim, tínhamos esperança que em 2021 fossem iniciadas as punições aos clubes que colocam em campo times que não podem bancar", continuou Bellintani.

A medida aprovada pelos clubes limita a duas trocas no comando técnico das equipes durante a Série A. Treinadores que pedirem demissão também só poderão trabalhar em no máximo dois times diferentes na mesma divisão. Caso esse limite seja ultrapassado, apenas funcionários que já estão no clube há pelo menos seis meses poderão ser efetivados no cargo.

Confira na íntegra as explicações do presidente do Bahia:

1. O Fair Play Financeiro do futebol brasileiro, projeto muito importante elaborado ao longo de anos, deveria começar a ser implantado no país em 2021, com punições progressivas aos clubes que gastam mais do que podem. Isso foi aprovado e bastante divulgado.

2. Na reunião do Conselho Arbitral de 2020, o Bahia já havia lamentado a lentidão prevista para aplicação das penas no projeto brasileiro. Ainda assim, tínhamos esperança que em 2021 fossem iniciadas as punições aos clubes que colocam em campo times que não podem bancar.

3. Para nossa surpresa, o assunto foi “esquecido” em 2021. As penas previstas, que já eram brandas, simplesmente foram desconsideradas e a implantação real do projeto seguirá indefinida. “Podem contratar e não pagar”, é a mensagem perpetuada por mais uma temporada.

4. Para tentar dar um ar de modernidade ao Campeonato deste ano, à margem da real transformação que seria o Fair Play Financeiro, propõe-se uma medida aparentemente bonitinha, mas pouco transformadora: a limitação de contratação de treinadores.

5. Ora, se não haverá punição aos clubes que gastam mais do que arrecadam, se todo mundo pode continuar dando calote, se insistiremos em adiar mudanças realmente estruturantes, não venham controlar quantos treinadores eu devo ou não devo contratar em um campeonato.

6. O intervencionismo só faz sentido se for sistêmico. Sendo pontual, para dar falsa impressão de modernidade, com o respeito que tenho a todos, não contarão com meu carimbo. A velha máxima de “vamos mudar alguma coisa para permanecer tudo como está” não terá o meu apoio.