Prates explica Raniele na lateral e diz que time será 'repensado'

Bahia perdeu para o Bahia de Feira por 3x0, foi eliminado na semifinal do Baianão e deu adeus ao sonho do tetra

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  • Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2021 às 00:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

O sonho do Bahia em conquistar o tetra do Campeonato Baiano acabou. Na noite desta quarta-feira (12), o tricolor foi derrotado pelo Bahia de Feira por 3x0, na Arena Cajueiro, em Feira de Santana, e acabou eliminado do estadual. O Tremendão disputará o título contra o Atlético de Alagoinhas, que bateu a Juazeirense nos pênaltis.

O Esquadrão entrou em campo com a vantagem do empate, após vencer a partida de ida da semi por 1x0. Mas levou um gol de Bruninho logo no início, aos 8 minutos de jogo. No fim, viu Diones e Felipe Valdívia também marcarem e sacramentarem a classificação do Bahia de Feira.

Após o jogo, o técnico do time de transição do Bahia, Cláudio Prates, falou sobre a eliminação e assumiu a responsabilidade."Nunca a culpa vai ser dos atletas. Eu me considero sempre, ganhando ou perdendo, à frente do processo. São escolhas. A gente fez escolhas hoje exatamente pelos problemas que tivemos durante a semana. Os jogadores que estavam mais equilibrados fisicamente. Porque sabemos da pressão que a gente sofre aqui, é a mesma que o Bahia dá em casa. Sempre a responsabilidade é do treinador. Com certeza, hoje também será", comentou o treinador."Um grupo extremamente jovem, que a gente tinha que lidar semanalmente com a questão emocional, de confiança, o aprendizado diário que a gente tem. Tudo na vida é aprendizado. Espero que tenham saído um pouquinho mais cascudos, com mais experiência, para poder dar os frutos. Quem continuar ou não continuar no clube que siga sua vida com bom aprendizado", seguiu Prates.

Uma das novidades da escalação foi a presença de Raniele, que é volante de origem, na lateral direita. O treinador do Esquadrão falou sobre a escolha e explicou que Douglas Borel, que é jogador da posição e ficou no banco, havia sentido problemas nos últimos duelos.

"Borel sentiu muito esses dois jogos seguidos. Teve cãibra nos dois jogos, logo no começo do segundo tempo. A gente sabia da dificuldade que teria em relação ao campo. E, obviamente, pela volta do Cazumba, que é um cara que dá muito volume pelo lado. Então o que o Raniele sofreu o Luis sofreria, o Borel sofreria. Só foi uma opção, porque o Raniele jogou todo um Paulista de lateral-direito. É, teoricamente, um dos jogadores mais experientes que a gente tem no elenco. E daria consistência ali. São as escolhas que o futebol tem que ter. Se ele faz o gol ou dá o passe no momento de finalizar, a bola foi na mão do goleiro, a gente não estaria conversando isso. Então são opções. Infelizmente, o Borel não conseguiu, pela juventude dele - vai ser um menino que tem a crescer - dar uma sequência, que seria o natural do jogo, ele voltaria para dentro. Foi essa a opção", disse.

Com o fim do sonho do tetra no estadual, Prates afirmou que a equipe de transição deve passar por mudanças. Ele citou as deficiências do grupo e disse que será repensado para o Campeonato Brasileiro sub-23.

"O que a gente já vinha conversando há um tempo com a diretoria, também com o Jayme Brandão, que está sempre à frente do processo da transição, era sobre repensar, após o fim do campeonato. A gente vinha sabendo, e não éramos só nós. A torcida e, internamente, a gente sabia de algumas deficiências que tinha, mas fazia parte do processo dar experiência a jovens jogadores", falou."Neste aspecto, continuamos o projeto. Mas sabendo que, se chegasse a uma final ou não chegasse a uma final, a gente teria que, obviamente, fazer alguns ajustes dentro do percurso. É cedo ainda, está todo mundo de cabeça quente, muito triste pela eliminação. Mas, obviamente, isso já foi conversado antes com a diretoria", continuou.Confira outros trechos da entrevista do técnico Cláudio Prates

Faltou qualidade ou experiência? Pode colocar as duas questões importantes. A experiência a gente já vem falando disso. Estou sendo repetitivo desde o começo do campeonato. A gente já tinha saído para o jogo. A gente não recuou o time. A gente tentou fazer 1x1. Porque 1x0 levaria para os pênaltis. Então a gente tentou jogar. Volto a frisar. Perdemos duas chances antes de o Bahia de Feira fazer o gol, que nos dariam a colocação para a final. Fizemos três jogos com o Bahia de Feira. Ganhamos dois e perdemos o que não poderíamos ter perdido, que era para alcançar uma final, que seria muito bom para esses moleques, em termos de experiência. Seria bom para o Bahia. A gente fica triste exatamente por não ter conseguido dar ao torcedor o que eles mais queriam, que foi o que conseguimos dar na Copa do Nordeste. Seria esse tetracampeonato, a hegemonia mais uma vez. Mas faz parte do processo. A gente tira isso de lição. E temos que seguir em frente.

Pecados da equipe Eu não consigo considerar futebol por sorte. É por merecimento. Fiz eles acreditarem que, até agora, a gente estava aqui por merecimento. Era a melhor defesa, pecava muito na parte ofensiva. Como hoje continuou, infelizmente, pecando. Tivemos a chance de matar o jogo duas vezes. E, na bola, quando bateu no nosso gol, sofremos o gol. São coisas que a gente tira como lição. O que conversei quanto a dar casca aos jovens, a gente conseguiu dar. Vamos repensar para o planejamento do Brasileiro.