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Nilson Marinho
Publicado em 8 de agosto de 2017 às 04:03
- Atualizado há 2 anos
Gatos escaldados, muitos motoristas resolveram completar o tanque, no final de semana, temendo um novo aumento no preço dos combustíveis. No entanto, esta segunda-feira (7) guardava uma surpresa positiva: as tabelas dos postos mais baratos de Salvador amanheceram com alguns dígitos a menos.>
O CORREIO esteve em 20 postos e constatou que houve uma diminuição de R$ 0,17, na comparação entre o estabelecimento mais em conta visitado pela reportagem e o de menor preço segundo o levantamento feito na semana passada. A economia com estes poucos centavos pode chegar a R$ 8,50 em um carro com tanque de 50 litros.>
Antes do anúncio de aumento de impostos pelo governo federal, o preço médio da gasolina em Salvador era de R$ 3,69. Após o reajuste, o motorista vinha se preocupando com o valor médio de R$ 3,91. >
Segundo relatório da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o aumento na capital baiana foi de 5,96%. Em todo o Brasil foi de 8,23%. Isso até os postos de Salvador resolverem baixar os preços. Posto Sissi P4, ao lado do Cemitério Campo Santo, na Federação, tem a segunda gasolina mais barata entre postos visitados: R$ 3,59 (Foto: Marina Silva/CORREIO) Mas por que baixou? O motivo da queda dos valores nas bombas é a livre concorrência entre os estabelecimentos, segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis-BA), José Augusto Costa. “Isso está acontecendo por conta de uma briga de mercado na busca desenfreada por vender mais. As empresas são livres para vender no preço que quiser”, afirmou.>
Costa destacou, no entanto, que há distribuidoras vendendo o litro de gasolina por R$ 3,55, sendo que alguns postos estão vendendo o litro do combustível por R$ 3,56 ao consumidor. “Não sei como estão conseguindo vender por esse valor. Mas o preço é livre e a concorrência também é livre”, comentou ele, ao analisar o preço praticado pela maioria dos cerca de 200 postos da cidade. “Não sei como estão conseguindo vender por esse valor. Mas o preço é livre e a concorrência também é livre.” (José Augusto Costa, presidente do Sindicombustíveis-BA) O presidente do sindicato confirmou que houve queda nas vendas quando o valor do combustível chegou a ser vendido por até R$ 4,25, mas não soube precisar o percentual de redução do consumo.>
Em nota, o sindicato explicou ainda que a variação de preços depende dos valores repassados pelas distribuidoras, do mercado, da concorrência, do custo de cada revendedor, além dos impostos que pesam no preço final.>
Mais caros e mais baratos Quem saiu na frente na lista da gasolina mais em conta pela segunda vez foi o Posto Shell Aeroclube, localizado na Av. Octávio Mangabeira, na Boca do Rio. Por lá, o litro da gasolina sai por R$ 3,54 - valor abaixo da média da semana anterior ao aumento, que era de R$ 3,69. Na semana passada, a gasolina podia ser comprada por R$ 3,76 no mesmo local (ver mais opções abaixo).>
De acordo com Ulisses Guedes, proprietário do posto, o valor baixo é para promover o local inaugurado há pouco mais de um mês. “Na verdade, é uma tática que estamos utilizando para poder atrair a clientela. Ainda não temos um levantamento concreto para saber se esses preços vão causar prejuízos”, diz. A gasolina aditivada pode ser encontrada por R$ 3,89 e o álcool por R$ 2,87.“Na verdade, é uma tática que estamos utilizando para poder atrair a clientela." (Ulisses Guedes, dono de posto de combustíveis) Na lista dos mais caros está o Posto Shell Pituba, na Pituba, que, diferente do Shell Aeroclube, resolveu manter o valor do combustível na casa dos R$ 4,15. >
Gás natural E tem muito motorista que, mesmo sabendo das desvantagens do gás natural para o motor, passou a utilizá-lo como alternativa para economizar. É o caso do taxista Everton Cleiton, 25 anos. “(Vou optar pelo gás) pelo menos até quando os preços baixarem novamente. O aumento só trouxe prejuízo, principalmente para quem precisa do carro para trabalhar. É por isso que sempre estamos atentos às viradas de preços para aproveitar as melhores ofertas”, disse o motorista.>
Quem também tem sentido no bolso os efeitos dos impostos é o caminhoneiro de grãos Natanael Castro, 42, que chega a gastar R$ 2 mil para abastecer o tanque do caminhão com capacidade para receber até 600 litros. “Todas essas inflações vão se transformando em uma bola de neve. Aumenta o gás, a gasolina, só não aumenta o valor do frete”, lamenta. >