Prefeito busca entendimento entre empresários e rodoviários

Caso não haja acordo, a categoria paralisará as atividades por tempo indeterminado a partir de quarta-feira (23)

Publicado em 21 de maio de 2018 às 19:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

O prefeito ACM Neto participou nesta segunda-feira (21) de duas reuniões para tentar um entendimento entre empresários e trabalhadores do sistema do transporte coletivo da capital baiana. Pela tarde, durante quase três horas, o prefeito recebeu uma comissão formada por líderes dos trabalhadores no Palácio Thomé de Souza.

“A reunião foi muito positiva e estou confiante que os dois lados vão chegar a um acordo”, afirmou o prefeito. Pela manhã, também no Palácio Thomé de Souza, a reunião foi com os empresários do setor. “A prefeitura sabe da importância do transporte coletivo para milhões de usuários e vai trabalhar muito para que os dois lados cheguem a um bom termo”, finalizou ACM Neto.

Neto falará também sobre a situação dos ônibus em coletiva do Palácio, às 9h30, nesta terça-feira (22).

Rodoviários e empresários Terminou sem acordo, por volta das 12h30, mais uma rodada de reuniões para discutir a renegociação salarial dos rodoviários da Bahia. Os 20 mil rodoviários do estado - cerca de 13 mil em Salvador - afirmam que, caso não haja acordo, a categoria paralisará as atividades por tempo indeterminado a partir de quarta-feira (23). A categoria publicou o informe em jornal de grande circulação no último final de semana.

Para mitigar os efeitos de uma possível greve, a Procuradoria Geral do Município vai entrar com uma ação na Justiça nesta terça (22) pedindo que seja garantida uma frota mínima de 30% dos ônibus durante a paralisação. 

Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira afirmou que o indicativo de greve está mantido. "Vamos fazer uma assembleia nesta terça à tarde para deliberar a greve. A greve está mantida se não tiver um acordo. Será greve por tempo indeterminado e geral. Se mantiver essa intransigência dos patrões, a greve estará mantida. Não temos outra alternativa".

Diante da resistência dos empresários em ceder à campanha salarial, os trabalhadores do transporte rodoviário diminuíram os pedidos de reajuste. Na manhã desta segunda-feira (21) eles propuseram reduzir de 6% para 5% o reajuste salarial, de 10% para 8% o aumento no ticket alimentação. 

Porém, impuseram ainda outras duas condições, que é a de os patrões bancarem a renovação da CNH e vacinação para doenças contagiosas, como as viroses. Eles também pedem a manutenção de direitos já conquistados, como os dois domingos de folga mensais, por exemplo.  As duas partes não chegaram a um consenso. 

Representante da Associação das Empresas de Transporte de Salvador (Integra), Jorge Castro afirmou que não há acordo. "Não tenho condição de fazer percentual (de reajuste). Estamos desequilibrados comercialmente. Se eu der um reajuste de qualquer percentual, aumentamos o desequilíbrio. Se eu não tenho faturamento, eu não tenho como pagar. Se o meu faturamento não é condizente com os custos. Não aceitamos também o pagamento da vacinação pois é uma obrigação do estado. Não aceitamos também o pagamento de parte dos custos para renovação da carteira de habilitação dos trabalhadores", destacou.