Prefeitura entra na Justiça para garantir 30% da frota se tiver greve de ônibus

Nova rodada de negociação acontecerá nesta terça-feira (22)

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  • Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2018 às 08:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo CORREIO

A Prefeitura de Salvador informou na manhã desta terça-feira (22) que a Procuradoria Geral do Município (PGM) vai acionar hoje a Justiça para garantir que, em caso de greve, 30% da frota de ônibus circulem na cidade.Neste domingo (20), os motoristas de ônibus fizeram uma paralisação de 24h em Salvador, mas não mantiveram a quantidade mínima exigida pela lei. 

"Nós estamos tentando mediar. A decisão não cabe à prefeitura. É uma decisão que tem que ser tomada pelo sindicato patronal e dos trabalhadores mas como todo ano eu faço procuro me envolver a fim de evitar a greve. Esse é o nosso desejo. A prefeitura vai ao nosso limite para tentar chegar esse entendimento. Se não puder acontecer nós vamos montar um plano de contingência. A PGM vai ingressar na Justiça para caso a greve seja decratada pelo menos um número mínimo de 30% da frota possa rodar para ter uma assistência mínima à cidade. Agora, eu tenho pedido a compreensão aos trabalhadores porque nesse momento o maior esforço que a prefeitura faz é para preservar o emprego", afirmou o prefeito ACM Neto. 

O prefeito afirmou ainda que o país vive numa crise, que afeta principalmente o transporte público. "Esse não é um problema só de Salvador. Esse é um problmea que se verifica em quase todas as capitais do Brasil. Esse problema é agravado pela alta do óleo diesel que praticamente subiu 50%. Um valor muito significativo que pesa no fim da operação. Não tem ninguém errado. Nem os empresários estão errados, nem o sindicato (dos rodoviários) está errado, nem a prefeitura está errada. O que agente tem que procurar é com o diálogo tentar construir o bom senso para tentar evitar a greve", reforçou o prefeito. 

A Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT/BA) nesta terça-feira, às 9 horas, mais uma rodada de negociação entre os Trabalhadores e Empresas do setor de Transporte rodoviário. Os 20 mil rodoviários do estado - cerca de 13 mil em Salvador - afirmam que, caso não haja acordo, a categoria paralisará as atividades por tempo indeterminado a partir de quarta-feira (23). A reunião acontecerá na sede da Superintendência Regional do Trabalho, localizada no Caminho das Árvores, e contará com a participação do Ministério Público do Trabalho. 

O encontro entre rodoviários e empresários, que estava marcado para 9h não havia começado até 11h30. Por volta das 9h houve um encontro entre a superintendente Regional do Trabalho, Gerta Schultz, e a procuradora do Ministério do Trabalho Séfora Char. As duas representantes do Estado tiveram uma conversa separadamente com os rodoviários e empresários. Nesse momento, rodoviários e empresários estão reunidos em salas separadas, para então, a qualquer momento, sentarem à mesa com a procuradora do Ministério Público  do Trabalho  do Trabalho e a superintendente  Regional do Trabalho.

"A intenção é que o patronal diga uma proposta para levar à base na reunião da tarde", disse à imprensa a  superintendente regional do Trabalho Gerta Schultz. Na tarde dessa terça-feira  (21), acontecerá  uma assembleia com os rodoviários.  Na chegada à Superintendência Regional do Trabalho, representantes dos rodoviários falaram com a imprensa. "Creio que o prefeito  teve uma conversa com secretário de Mobilidade para apresentar uma contraproposta. Até entendemos a crise, mas eles terão que desdobrar  para resolver o problema. Mesmo com a contraproposta, os trabalhadores que decidirão", disse na chegada da Superintendência Regional do Trabalho, Daniel Mota, diretor de comunicação do Sindicato dos rodoviários. 

Quem também falou na chegada foi Jorge Castro, assessor de relações sindicais da Integra. Segundo ele, o faturamento em 2017 foi de 928 milhões no ano, um lucro de 77 milhões por mês. No entanto, o custo no mesmo período foi de um bilhão e 47 milhões, o que significa um custo mensal de 87 milhões. "Então, temos um prejuízo anual de 120 milhões e mensal 10 milhões", disse Jorge Castro.  Ele pontou os motivos do prejuízo.  A crise econômica, a gratuidade, a legalização dos mototaxistas, as duas horas de integração com o metrô, pois dos R$ 3,70 da passagem, a gente recebe menos de 40% do valor, sendo que 80% dos passageiros pegam ônibus e metrô", argumentou Castro.

Impasse Na segunda rodada de negociação, realizada nesta segunda-feira (21) pela manhã, a Superintendente Regional do Trabalho, Gerta Schultz, aproximou as partes que aceitaram participar desta nova reunião."A intenção é que amanhã, as empresas apresentem uma proposta em mesa para que a negociação avance e o impasse existente ente as partes se resolva de maneira consensual", disse a superintendente.Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira afirmou que o indicativo de greve está mantido. "Vamos fazer uma assembleia nesta terça à tarde para deliberar a greve. A greve está mantida se não tiver um acordo. Será greve por tempo indeterminado e geral. Se mantiver essa intransigência dos patrões, a greve estará mantida. Não temos outra alternativa". 

Representante da Associação das Empresas de Transporte de Salvador (Integra), Jorge Castro afirmou que não há acordo. "Não tenho condição de fazer percentual (de reajuste). Estamos desequilibrados comercialmente. Se eu der um reajuste de qualquer percentual, aumentamos o desequilíbrio. Se eu não tenho faturamento, eu não tenho como pagar. Se o meu faturamento não é condizente com os custos. Não aceitamos também o pagamento da vacinação pois é uma obrigação do estado. Não aceitamos também o pagamento de parte dos custos para renovação da carteira de habilitação dos trabalhadores", destacou.