Prefeitura entrega Hospital Municipal em Cajazeiras; atendimentos começam hoje

Unidade foi inaugurada pelo prefeito ACM Neto e tem capacidade para 1,1 mil internamentos por mês

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  • Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2018 às 16:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

"Eu acreditei desacreditando, mas agora estou vendo que virou realidade. Fiquei muito feliz". Foi assim que a dona de casa Mirian Oliveira, 37 anos, resumiu a inauguração do Hospital Municipal de Salvador. A unidade fica no bairro de Boca da Mata, na região de Cajazeiras, e foi entregue pelo prefeito ACM Neto na manhã desta quarta-feira (4). Mirian e a pequena Ana Luíza (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Mirian é mãe de três filhos, entre eles da pequena Ana Luíza, 1 ano e 3 meses. Ela contou que, sempre que precisa de atendimento para a filha, procura a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cajazeiras 8 e, em casos mais graves, o Hospital Eládio Lasserre, em Cajazeiras 5.

"O atendimento não é dos melhores. Algumas vezes, levamos horas para ser atendidos. Quando soube que a prefeitura iria construir um hospital aqui fiquei muito feliz, mas depois houve uma conversa de que não seria mais um hospital, por isso, duvidei se sairia do papel. Graças a Deus saiu. A gente precisa muito porque tem muita gente e poucos hospitais", contou. População acompanha os discursos antes da inauguração (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Uma multidão se aglomerou na porta do hospital na manhã desta quarta para acompanhar a inauguração. O prefeito ACM Neto ficou emocionado e chorou antes de iniciar o discurso. Ele contou que enfrentou a descrença das pessoas em relação à obra e que até mesmo alguns aliados duvidaram que ela fosse se concretizar.

"Muita gente disse que era impossível. Alguns me rotularam de louco. Como é que a prefeitura, que há cinco anos estava quebrada, vai consegui fazer uma obra de R$ 120 milhões? E vai conseguir manter uma obra que vai custar R$ 100 milhões todo ano? Está aí. Virou uma realidade", disse. "Esse é um momento de muita emoção porque eu sei que estou realizando o sonho de milhares de pessoas pobres de Salvador, que sofrem nas filas aguardando por internamento hospitalar", disse. Prefeito durante a inauguração do hospital (Foto: Marina Silva/ CORREIO) O prefeito contou que Cajazeiras foi escolhida por ser um dos bairros da capital com maior número de população carente que depende do sistema público de saúde. Diversos secretários, parlamentares e até prefeitos assistiram a inauguração. O presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior, também compareceu à cerimônia.

"É uma obra histórica pela magnitude, pelo investimento e qualidade das instalações e equipamentos, realizando atendimentos de alta complexidade. É um orgulho para todos nós estarmos aqui na inauguração de uma unidade deste tipo, a primeira unidade municipal de grande porte que a prefeitura entrega à população, instalada em uma região pobre e populosa", disse.

Esse será o primeiro hospital municipal de Salvador. Ele tem ênfase em atendimentos de urgência e emergência, com capacidade para 500 atendimentos por dia, e cerca de 600 mil procedimentos por mês. No total, 800 funcionários vão trabalhar no local, sendo 170 médicos. O bloco operatório tem seis salas (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Estrutura A unidade oferece 210 leitos, sendo 30 de UTI (adulto e pediátrico), 150 de clínica médica e cirúrgica e 30 de clínica pediátrica. A emergência tem ênfase em traumatologia, ortopedia e urgências clínicas. Para isso, há 26 leitos de observação para adultos, 7 para crianças e 22 poltronas para aplicação de medicamentos. Esse mesmo setor conta ainda com salas de curativo, aplicação de gesso e estabilização, de reanimação de vida e leitos similares ao de terapia intensiva.

Os primeiros pacientes serão transferidos a partir das 19h desta quarta (4). Eles serão encaminhados através da Central Municipal de Regulação das UPAs e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que tem uma regulação própria. Eles serão instalados nos leitos do 2º andar. Família Silva acompanhou a construção do hospital (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Para a moradora Solange Silva, 73, o hospital vai ajudar no desenvolvimento do bairro. "Quando vim morar aqui, a região não tinha nada, era apenas mato. Vi Boca da Mata e Cajazeiras crescerem e, por isso, fiquei muito contente com a notícia de que a prefeitura iria fazer o hospital. Vai ajudar a desenvolver mais e vamos ter mais atendimento perto de casa", disse.

A filha e a neta dela, Sônia Regina Silva, 43, e Kettlin Cristina, 5, também foram até o local conferir o novo hospital. "Eu queria ver como ficou, mas ele ainda não está funcionando. Estou curiosa para ver como ficou. Minha filha estuda em escola que foi inaugurada pela prefeitura, e agora temos um hospital perto de casa. Que bom que Cajazeiras não está esquecida", contou Sônia.

Atendimentos Até o próximo dia 29 de abril, a capacidade será de 30 atendimentos por dia no hospital, com os pacientes sendo encaminhados pela regulação. A partir do dia 30 de abril, com o funcionamento em 100%, o hospital estará aberto para todos os casos de urgência e emergência mediante classificação de risco. Já o atendimento ambulatorial será aberto no próximo dia 9 deste mês.

O hospital será gerido pela Santa Casa de Misericórdia, e terá também um ambulatório de egressos apto a realizar 3 mil consultas por mês. Os pacientes terão direito a consultas de cardiologia, cirurgia geral, neurologia, cirurgia pediátrica, pediatria, generalista e ortopedia e traumatologia. Unidade vai realizar diversos procedimentos (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Será oferecido também Serviço Social, pré-consulta de enfermagem e agência de transfusão sanguínea - às agências, segundo o Ministério da Saúde, cabe armazenar o sangue e seus derivados, fazer exames pré-transfusionais, liberar e transportar os produtos para as transfusões. Já o Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico oferece vários exames com objetivo de esclarecer o diagnóstico ou realizar procedimentos específicos para os pacientes. Serão até 13.150 exames mensalmente. O bloco operatório tem seis salas pode e pode realizar até 500 intervenções cirúrgicas todos os meses.

O titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), José Antônio Rodrigues, destacou os investimentos que a prefeitura tem feito na pasta. Ele contou que o número de equipes do programa de saúde da família saltou de 104, antes da atual gestão, para 256 atualmente.

 "Quando assumimos, tínhamos uma UPA, em Periperi, que não tinha nenhuma funcionalidade. Com o prefeito ACM Neto, nós construímos mais oito UPAs tipo 3, todas habilitadas e qualificadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, criamos quatro multicentros de saúde, atendendo mais de 20 mil procedimentos por mês", afirmou. Prefeito se emocionou durante o evento (Foto: Marina Silva/ CORREIO) O novo hospital tem capacidade para realizar 100 mil exames laboratoriais por mês, além de ressonância magnética, radiologia digital, ultrassonografia, endoscopia, colonoscopia, tomografia, eletroneuromiografia, eletroencefalografia, ecocardiografia, eletrocardiografia, teste de esforço, Holter e MAPA.

A unidade acabou de ser entregue, mas a prefeitura já planeja a ampliação. Segundo o município, um Hospital Dia com um Centro de Vídeo-Endoscopias, com três salas de exames e oito poltronas de repouso, e uma Unidade de Atenção Domiciliar complementam a programação assistencial.

Futuramente será associado ao Hospital Dia um bloco auxiliar que terá duas salas de cirurgia ambulatorial, 12 leitos de internação, um ambulatório cirúrgico, consultório de enfermagem e de anestesiologia, cujo objetivo é fazer o pré e pós-atendimento de pacientes cirúrgicos, além de mais 60 leitos de internamento e 20 leitos de UTI, totalizando 300 leitos e um centro de ensino e pesquisa no HMS.