'Presidente': mulher que teve auxílio negado diz o que faria se estivesse no cargo

Entre as medidas adotadas pela capixaba estaria o apoio ao isolamento social

Publicado em 8 de maio de 2020 às 09:22

- Atualizado há um ano

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A capixaba Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, 31, virou notícia após ter seu auxílio emergencial de R$ 600 negado por ser "presidente da República". A informação errônea constava em sua carteira de trabalho digital apesar de ela jamais ter concorrido ao cargo.

Apesar de indignada com a situação, visto que ela está desempregada e precisa do dinheiro, ela brinca com a situação bizarra. Tanto que Adeyula já começa a preparar seu plano de governo caso seja chamada para assumir o posto.

"Sou a favor do isolamento social. É a única forma de proteger nossas vidas. E o auxílio emergencial é fundamental para nos mantermos neste momento. Mas quem devia receber não está recebendo. Se eu fosse presidente, iria regularizar essas informações, fazer uma análise decente e fazer esse dinheiro chegar a quem precisa. Porque sei que tem muitas pessoas precisando", contou ela ao Extra.

'Presidente da República' Adeyula teve o benefício negado por estar empregada, segundo constava em sua careita de trabalho digital. Segundo o jornal A Gazeta, o cargo de presidente da República teria sido dado a moradora do Espírito Santo pela Secretaria de Estado de Educação (Sedu). Além disso, a mesma carteira de trabalho diz que ela ainda ocupa uma segunda função, a de auxiliar de secretaria pela Prefeitura de Vila Velha.

Cursando Gestão em Recursos Humanos, a Adeyula teve seu contrato encerrado com a Sedu em agosto de 2019. Lá ela trabalhava como cuidadora infantil - com função e remuneração bem diferentes da de Jair Bolsonaro, o real presidente do Brasil. 

Antes, ela atuava como auxiliar de secretaria pela Prefeitura de Vila Velha. Apesar de o vínculo ter sido interrompido, a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), uma das bases usadas na análise do auxílio emergencial, diz que ela permanece como servidora municipal.

Para tentar resolver a situação, ela entrou em contato com os Recursos Humanos (RH) da prefeitura, mas ninguém atendeu. Tentou falar com a ouvidoria, que aconselhou a procurar o RH. Ela também tetou falar com a Sedu para entender porque o cargo dela na carteira de trabalho está "presidente da República", mas ninguém atendeu. 

Na casa da Adeyula, apenas o marido está empregado. Com o salário dele são pagas as despesas de da família, composta pelo casal e pelos dois filhos pequenos. Segundo ela contou ao jornal, o esposo teve o salário reduzido por conta do coronavírus, o que agravou a necessidade do auxílio emergencial.

"Acabei sendo prejudicada devido aos erros de vários órgãos. Ninguém dá um direcionamento do que devo fazer. Eu ligo para o 111 (número do auxílio emergencial) e eles alegam que não tenho direito ao auxílio emergencial. Segundo eles, estou trabalhando. Porém, estou desempregada de agosto de 2019. Você procura vários meios de conseguir uma informação, mas eles ficam em um jogo de empurra-empurra", disse Adeyula a 'A Gazeta'.