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Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2019 às 07:14
- Atualizado há 2 anos
A revisão nas projeções de crescimento do País acendeu alerta na equipe econômica e deve resultar em novo corte no Orçamento deste ano, admitiu o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior. A nova estimativa do governo para a alta no PIB este ano deve ficar entre 1,5% e 2%, segundo apurou o Estadão/Broadcast, o que resultará na redução da previsão de receitas para a União. >
O governo já tinha anunciado em março o bloqueio de quase R$ 30 bilhões de um total de R$ 129 bilhões em despesas não obrigatórias, que podem ser destinadas para investimentos e custeio da máquina pública. Os ministérios calculavam que teriam dificuldades para tocar suas atividades a partir de agosto. Agora, podem se ver sem recursos até antes disso. >
Ainda não há valor fechado para o novo corte, já que a equipe ainda se debruça sobre os números e as novas projeções macroeconômicas. O valor será anunciado em 22 de maio. >
Mas, para uma fonte da área econômica, o País caminha para testar um "shutdown" na máquina pública. O apagão deste ano pode ser até pior que o verificado em meados de 2017, quando houve impacto sobre emissão de passaportes e ameaça ao funcionamento de agências do INSS e às operações da Polícia Rodoviária Federal>
Somente com o bloqueio anunciado em março, universidades federais, bolsas de pesquisa, funcionamento de museus e pagamentos do Minha Casa Minha Vida já sofreram as consequências da restrição fiscal. Faltam recursos para realização do Censo Demográfico 2020, que precisará ser mais enxuto.>
Margens. Em governos anteriores, houve cortes até maiores em valores absolutos, mas a margem para as despesas com custeio e investimentos também era mais ampla. Com o crescimento acelerado de despesas obrigatórias como benefícios do INSS e salários de servidores públicos nos últimos anos, a equipe econômica tem tido um espaço cada vez menor para acomodar as demais despesas. Por isso, qualquer recurso a menos agora pode afetar o funcionamento da máquina pública.>
Técnicos tentam identificar receitas extraordinárias que possam amenizar o quadro, mas, no curto prazo, há pouca margem de manobra. Hoje a projeção do governo para o crescimento do PIB está em 2,2%, mas o mercado já espera um crescimento bem mais tímido, de 1,49%, segundo o último Boletim Focus. É por isso que agora a área econômica deve rever a sua estimativa.>
O preço do petróleo melhorou, o que eleva a receita com royalties e pode ajudar na reavaliação das receitas. Esse alívio, no entanto, não deve evitar a nova tesourada. O governo espera contar com ao menos R$ 12 bilhões da privatização da Eletrobrás e com as receitas do megaleilão de petróleo do pré-sal. Mas depende de uma sinalização de outros órgãos para incluir no Orçamento. >
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>