Produção de soja na Bahia deve cair mais de 20% em 2019

Cálculo é feito com base na safra de 2018, que foi de recorde no estado

  • D
  • Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 10:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Aibda/Divulgação

A produção de soja na Bahia deve cair em 2019. A estimativa de queda na safra do produto baiano foi calculada pelo segundo prognóstico para a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas (também chamados de grãos), divulgado pelo Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (11). 

O primeiro prognóstico para 2019, divulgado em novembro, indicava recuo de 15,7% na safra baiana de soja do próximo ano. Agora, a previsão de queda é ainda maior: a produção deve totalizar 4,9 milhões de toneladas no próximo ano, ficando 20,8% menor que a safra recorde de 2018 (de 6,2 milhões de toneladas). 

A redução prevista da safra de soja no estado se deve à estimativa de queda (-22,8%) no rendimento médio da cultura, em 2019. Se o prognóstico for confirmado, a Bahia deverá ter, dentre os principais estados produtores de soja, a maior retração percentual na safra do grão, entre 2018 e 2019.

Para o Brasil como um todo, o segundo prognóstico para a safra 2019 de soja é de 117,7 milhões de toneladas, com aumento de 1,0% em relação ao primeiro prognóstico, mas recuo de 0,2% em relação à produção de 2018. A área a ser plantada com a leguminosa deverá ser de 35,4 milhões de hectares, 0,4% maior que a de 2018. Já o rendimento médio estimado é de 3.323 kg/ha, 1,6% menor, em decorrência das incertezas quanto ao clima durante o ciclo da cultura.

Crescimento Em todo o Brasil, a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2019 estima uma produção de 231,1 milhões de toneladas, 1,7% acima da que deve ser colhida em 2018, com uma área a ser colhida prevista de 62,0 milhões de hectares, 1,9% maior.

Houve aumento de de 4,4 milhões de toneladas (+1,9%) em relação ao primeiro prognóstico, divulgado em novembro, quando se previa, para 2019, uma safra nacional de grãos de 226,7 milhões de toneladas, 0,2% menor que a de 2018.

O crescimento deve-se principalmente às maiores estimativas de produções do milho 2ª safra (+9,3%, chegando a 61,2 milhões de toneladas) e algodão (+5,5%, chegando a 5,2 milhões de toneladas). Houve declínio, porém, nas estimativas de produção para a soja (-0,2%, indo a 117,7 milhões de toneladas), arroz (-4,5%, com produção estimada em 11,2 milhões de toneladas) e feijão 1ª safra (-8,0%, chegando a 1,4 milhão de toneladas).

Safra recorde em 2018 Como não houve revisão na estimativa para a safra baiana de grãos em 2018 entre outubro e novembro, o total de soja produzido pelo estado deve chegar a 9.328.019 toneladas, 15,5% maior do que a safra 2017 (8.078.077 toneladas) e um recorde para a Bahia.

Com isso, a Bahia deve fechar 2018 como sétimo maior produtor de grãos do país, superando, ainda que por pouco, São Paulo (que deve ter uma produção de 9.294.916 toneladas) e respondendo por 4,1% da safra nacional. Mato Grosso deverá continuar na liderança da produção brasileira de grãos, com uma participação de 26,8%, seguido pelo Paraná (15,4%) e Rio Grande do Sul (14,8%).

As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.

Crescimento Segundo o IBGE, a estimativa é que, em 2018, 14 das 26 lavouras investigadas na Bahia tenham crescimento. Os maiores ganhos, em termos absolutos, devem ser nas safras de cana-de-açúcar (+1,4 milhão de toneladas), soja (+1,1 milhão de toneladas), milho 1ª safra (+446 mil toneladas) e algodão herbáceo (+414 mil toneladas).

Por outro lado, as safras baianas com maiores estimativas de queda, em toneladas, são as de mandioca (-551,1 mil toneladas), milho 2ª safra (-469,8 mil toneladas) e banana (-247 mil toneladas).