Professor da Uefs é investigado por divulgar fotos de alunas de biquíni em rede social

Número de vítima já passa de 20, diz polícia; professor nega

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  • Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2019 às 17:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

(Foto: Reprodução) Um professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que não teve a identidade divulgada, é acusado de criar e divulgar em redes sociais vídeo com fotos de bíquini de estudantes dos cursos de Direito, Engenharia e Artes, além de ex-alunas da instituição de ensino. O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Feira de Santana.

De acordo com informações da Polícia Civil, o caso foi registrado na última quinta-feira (12) e o número de vítimas já passa de 20. Doze mulheres já foram ouvidas na unidade policial, informando que tiveram fotos de biquini divulgadas pelo professor em redes socias, por meio de um vídeo, com a legenda "Elas fora do Campus". O professor, que será indiciado por injúria, também vai ser ouvido ouvido na delegacia.

Procurada pelo CORREIO, a Uefs informou, por meio de nota que, em casos como esse, após a formalização junto à Ouvidoria da instituição é aberto um inquérito administrativo para apuração dos fatos. "A Administração Central da universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) informa que em casos de denúncia desse tipo, após a devida formalização junto à Ouvidoria da Instituição, é feita a instauração imediata de mecanismos regimentalmente previstos para apuração dos fatos, responsabilização e punição a quem couber".

Em vídeo publicado em seu canal de YouTube, o professor fala em "processos de difamação" em grupos de estudantes e servidores aos quais ele não tem acesso e diz que foi hackeado. "Eu uso meu computador em sala de aula. Às vezes aberto. Às vezes uso também em bibliotecas municipal, pública, e etc. Não sei por que via... ou celular, ou computador, ou a senha... não sei por que modo ela pode ter sido acessada, e esse vídeo publicado, mas não fui eu que fiz isso. Eu não faço isso", afirma.

Ele diz que em seus dois canais foram mais de mil vídeos produzidos por ele, sempre sobre arte, economia ou política. "O vídeo aparece uma mãe olhando para o espelho, depois aparece uma pessoa em pé, depois aparece tocando alguma coisa, depois começa a aparecer uma série de mulheres de biquíni. Nem todas elas eu conheço, nem todas elas são estudantes da universidade, e sem sentido nenhum. Um vídeo que não tem mensagem nenhuma", diz.

O professor afirma que vai se defender do ponto de vista jurídico, mas o estrago do "ponto de vista social já foi feito". "Em nenhum momento pararam para pensar que poderia ser invasão, ato difamatório, algo dessa natureza? A mobilização parece ser para difundir esse processo do que tentar realmente entender as coisas", lamenta.