Professor é indiciado por homicídio após morte da esposa no Paraná

De acordo com o delegado, imagens do circuito interno de monitoramento do prédio mostram “agressões brutais, cruéis contra a vítima” na garagem

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  • Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2018 às 21:58

- Atualizado há um ano

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O professor Luis Felipe Mainvailer, 32 anos, foi indiciado ontem à tarde pela Polícia Civil pelo feminicídio da esposa, a advogada Tatiane Spitzner, 29 anos, que caiu do 4º andar do prédio onde moravam em Guarapuava, no Paraná, no último domingo.

Segundo o delegado Bruno Miranda Maciozeki, Luis foi indiciado por homicídio qualificado, motivo torpe, uso de meio cruel que impossibilitou a defesa da vítima e condição do sexo feminino. “(Ele) retirou o corpo do local e apagou as manchas e marcas de sangue existentes no hall do edifício com evidente intuito de induzir ao erro os peritos e o juiz”, explicou o delegado. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) ainda vai analisar se oferece denúncia à Justiça.

O delegado também contou que o professor foi indiciado pelo furto do carro da que usou para viajar em direção à fronteira com o Paraguai, onde foi preso após sofrer um acidente na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, a 340 quilômetros de Guarapuava, no mesmo dia da morte de Tatiane.

O delegado também informou que as imagens do circuito interno de monitoramento do prédio mostram “agressões brutais, cruéis contra a vítima” na garagem. Segundo Bruno Maciozeki, também havia marcas “evidentes” no pescoço da vítima que indicam esganadura. O Instituto Médico-Legal ainda não concluiu o laudo de necropsia.

Testemunha

Anteontem, o Jornal Nacional divulgou o depoimento de um vizinho de outro prédio na frente de onde ocorreu o crime que disse ter visto a mulher com uma das pernas para fora, debruçada sobre o parapeito, ameaçando se jogar, mas depois desistiu. A testemunha também revelou que viu a mulher e o homem se seguraram e ocorria uma briga entre eles no chão da sacada do apartamento.

Depois, o vizinho viu os dois levantarem do chão e entrarem no apartamento, o homem primeiro e, em seguida, a mulher. Um tempo depois, o homem saiu de novo na sacada e segurou no parapeito. Ele teria acenado negativamente com a cabeça, demonstrando estar muito nervoso.

Em seguida, a testemunha, já dentro de casa, ouviu um barulho na rua, como se um objeto tivesse caído. O vizinho contou que viu o homem sair pela portaria do edifício e caminhar em direção a calçada. O homem teria colocado as mãos na cabeça e dito: “o que você fez?”.

Por fim, a testemunha foi em direção ao homem, que seria Luis Felipe, e chamou o socorro. Nesse momento, Luis teria dito chorando: “Não adianta, ela já está morta”. Depois, ele a carregou e levou para dentro do prédio.