Professores da rede estadual fazem protesto contra corte de salários

Segundo sindicato, professores tiveram cortes nos salários que variam entre R$ 300 e R$ 1 mil

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  • Eduardo Dias

Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 11:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Eduardo Dias/CORREIO

Professores da rede estadual de ensino realizam um protesto em frente à sede da Secretaria de Educação, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), na manhã desta sexta-feira (28). Os profissionais protestam contra o  corte de dois dias nos salários dos servidores realizado pelo governo do estado por conta de duas paralisações realizadas nos dias 18 e 19 de fevereiro. De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB Sindicato), os cortes variam por professores, de  R$ 300 a R$ 1 mil.

Com dizeres como: "Devolva o meu dinheiro!",  cerca de 50 manifestantes foram para frente do prédio da secretaria. A entrada do local foi isolada por grades e duas viaturas da Polícia Militar fazem a segurança da unidade. O protesto foi organizado pela APLB-BA. O coordenador da APLB-BA, o professor Rui Oliveira, acusou o governo de 'esconder' os contracheques até o dia do pagamento do salário, impossibilitando que os trabalhadores notassem o corte nos salários. 

"Os contracheques só foram liberados ontem, com indicativo dos cortes aleatórios. Foram cortes no Reda, dos professores do Colégio da Polícia Militar, entre outros. São cortes sem critérios, uma retaliação contra os professores, na verdade", afirmou.

Ele alegou que a medida tomada pelo governo do estado soou na categoria como uma forma de retaliação. Segundo ele, os professores realizaram dois protestos antes do Carnaval, e, pela primeira vez, o governo descontou do salário dos servidores. 

"Pela primeira vez, em menos de uma semana depois de um ato, tivemos o salário cortado. O ano passado nós paramos nove vezes e ninguém cortou nada, sempre tivemos o compromisso de repor os dias e iríamos fazer o mesmo com os dias que paramos. O governo do estado agiu de forma truculenta com os trabalhadores, sem conversar com ninguém", disse Rui.

Rui revelou ainda que a categoria está em indicativo de greve e uma assembleia geral, na próxima quarta-feira (4) irá definir o futuro dos professores. "Tudo vai depender do governo. Vamos permanecer por aqui e esperar o secretário aparecer para receber a gente. Se vai receber, não sei", completou. 

Segundo a organização, o ato dos professores está sendo realizado simultaneamente em outras cidades do interior, como Itabuna, Feira de Santana e Vitória da Conquista, em frente às sedes do NTE de cada município.

Em nota, as secretarias de Educação (SEC) e de Administração do Estado (Saeb) informaram que "a decisão de efetuar os descontos seguiu entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), na linha de que a administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação".

Ainda segundo as pastas, "o Estado não foi informado oficialmente sobre a paralisação, que aconteceu uma semana após o início do ano letivo e às vésperas do Carnaval" e "menos de 30% das escolas estaduais aderiram à paralisação".

Ainda de acordo com as secretarias, no caso de professores que trabalharam e houve o desconto, a orientação é comunicar imediatamente à escola e esta ao Núcleo Territorial de Educação (NTE), pois será feita uma folha antecipada. A reposição dos salários para os que paralisaram as atividades acontecerá mediante calendário e comprovação da reposição das aulas pela direção das escolas e NTE.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro