Projeto ajuda manter jovens agricultores em seus locais de origem no Baixo Sul baiano

Com apoio da Fundação Odebrecht, Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves transforma vidas como a de Robenilson dos Santos

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  • Murilo Gitel

Publicado em 10 de dezembro de 2017 às 06:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Robenilson - aqui com seus pais - é um dos beneficiados pelo projeto (foto: Divulgação)

O jovem Robenilson dos Santos, 21 anos, cultiva banana e graviola juntamente com sua família, no município de Presidente Tancredo Neves (a 251 km de Salvador), no Baixo Sul da Bahia. Há três anos, o produtor rural concluía sua formação na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), instituição que há 15 anos trabalha para que estudantes do Baixo Sul baiano tenham acesso a uma educação contextualizada a realidade em que vivem, o que contribui para o crescimento profissional. Fixar as pessoas em seus loais de origem é um eixo da sustentabiliade.

“Hoje penso no futuro com uma visão diferente. Tenho o desejo de manter minha propriedade rural sustentável, como um exemplo, e quero permanecer no campo com qualidade de vida”, afirma Robenilson, que hoje garante uma renda média mensal de R$ 2.500 apenas com esses cultivos.

A CFR-PTN, que tem apoio da Fundação Odebrecht, oferece o Ensino Médio integrado ao Técnico em Agropecuária e utiliza a Pedagogia da Alternância, sistema no qual os alunos alternam uma semana na escola em período integral (com aulas práticas e teóricas) e duas na propriedade da família, onde os novos conhecimentos. O itinerário formativo desta unidade de ensino desafia os estudantes a aliar conhecimento tradicional a novas tecnologias para ampliar a visão empresarial e de sustentabilidade no meio rural.  

No total, 296 jovens concluíram a capacitação nesta Casa Familiar, que já soma 100 comunidades atendidas e mais de 2.000 pessoas impactadas diretamente e 30 mil indiretamente. Atualmente, 110 alunos são beneficiados. “Promover uma formação cidadã, preocupada em servir a outras pessoas das comunidades e melhorar a qualidade de vida dos agricultores. Esse é o nosso maior patrimônio”, destaca o diretor da CFR-PTN Quionei Araújo. 

Cultura da sustentabilidade 

Também apoiada por parceiros como Braskem, Mitsubishi Corporation e Embrapa, a CFR-PTN integra o Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade (PDCIS), fomentado pela Fundação Odebrecht, e é uma das escolas associadas à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por trabalhar pelos valores e desenvolvimento da cultura da sustentabilidade e da paz. Ao longo de sua trajetória, recebeu prêmios como o de Tecnologia Social do Banco do Brasil e foi reconhecida como promotora do desenvolvimento sustentável pelo Itaú Social.

Ivanete Santos, 29 anos, também é formada pela instituição de ensino e hoje atua como educadora na CFR-PTN. Sua rotina alia ministrar aulas de geografia e de matérias da base técnica, como solo e cultivo do milho, com visitas às propriedades dos alunos. “Em um dia, oriento de três a quatro famílias. A parte mais gratificante deste trabalho é o reconhecimento por parte delas. Consigo acompanhar de perto a mudança de comportamento e valores dos jovens, que se tornam mais responsáveis e passam a ter objetivos de vida, se sentem valorizados e enxergam um futuro no trabalho rural”, ressalta.

O foco é a educação para a vida, fornecendo ferramentas que permitem o surgimento de uma nova geração de empresários rurais.“Tenho o conhecimento como fonte para a melhoria de vida da minha família e comunidade, pois tudo o que aprendo repasso para outros pequenos produtores”, afirma Gustavo Nascimento, 15 anos, que está apenas no primeiro ano de formação.  Construção de oportunidades 

Atualmente, a Fundação Odebrecht apoia três Casas Familiares no Baixo Sul da Bahia, por meio do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade PDCIS. “Oferecemos às instituições que apoiamos uma tecnologia social focada na construção de oportunidades, que gerem efetivas transformações sociais”, observa o superintendente da Fundação Odebrecht, Fabio Wanderley. “Mobilizamos nossa expertise e nos colocamos à disposição das instituições, apoiando no planejamento estratégico de ações, prestação de contas, acompanhamento e avaliação de indicadores, conquista de novos investidores sociais e desenvolvimento contínuo de educadores e corpo docente”, acrescenta.

Outra iniciativa de destaque é o Programa Tributo ao Futuro – Novas Gerações, também coordenado pela Fundação Odebrecht. A ação é uma importante fonte de captação de recursos para viabilizar projetos educacionais executados pelas Casas Familiares.

“Anualmente, mobilizamos integrantes, empresas parceiras do Grupo Odebrecht e demais cidadãos para doação de recursos ou destinação de imposto de renda a esses projetos. A última campanha, finalizada em novembro deste ano, arrecadou mais de R$ 2 milhões com a participação de aproximadamente 4.800 pessoas”, enumera Wanderley. 

De acordo com a Fundação Odebrecht, as três Casas Familiares receberam em 2017 aportes de cerca de R$ 7 milhões. Para 2018, a estimativa é de que esse número chegue a R$ 8 milhões.