Protesto que vai plantar árvores lembra cinco anos da chacina do Cabula

Chacina aconteceu em 2015 e deixou 12 mortos

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  • Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 05:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo CORREIO

A chacina que matou 12 pessoas no bairro do Cabula completa cinco anos nesta quinta-feira (6). Para lembrar a data, e homenagear as vítimas, um protesto está marcado para esta manhã, a partir das 8h. Doze érvores serão plantadas, uma para cada uma das vítimas mortas por policiais militares, em 2015. Marcado para acontecer na Vila de Maré, o ato deve contar com a presença de amigos e familiares dos jovens mortos e foi organizado pelo grupo Reaja.

Em razão da data, o CORREIO, buscou informações sobre o processo que apura o caso, e que corre em segredo de Justiça. Segundo informações do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), houve recurso para anular a sentença que absolveu os réus envolvidos no caso. Acolhido o recurso, o processo voltou para a 2ª Vara do Tribunal do Júri para continuidade da instrução processual, com produção de provas e audiência, que ainda estão em curso.

No ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou recurso para que a investigação fosse transferida para esfera federal e manteve o caso no tribunal baiano.  

O CORREIO também procurou a Polícia Militar para saber se os polícias envolvidos nos crimes seguem trabalhando. “Enviamos sua solicitação para a Corregedoria e, assim que tivermos a resposta, retornaremos”, disse a PM. Não houve retorno até o fechamento desta reportagem.

Histórico Os nove policiais foram absolvidos em primeira instância pela juíza Marivalda Almeida Moutinho, em setembro de 2015. A decisão de Marivalda foi dada quando o juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira, da 2ª Vara do Júri, que aceitou a denúncia do MP-BA, entrou de férias. Ela substituiu o juíz e inocentou os policiais,  “após analisar as provas técnicas do processo”, conforme informou o TJ-BA na época.

Em setembro deste ano, no entanto, à pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que recorreu da decisão da juíza Marivalda, o julgamento que inocentou os PMs foi anulado pela Primeira Turma da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

Nomes Foram denunciados pelo MP-BA o subtenente Júlio César Lopes Pitta, identificado como o mentor da alegada chacina, assim como os soldados Robemar Campos de Oliveira, Antônio Correia Mendes, Sandoval Soares Silva, Marcelo Pereira dos Santos, Lázaro Alexandre Pereira de Andrade, Isac Eber Costa Carvalho de Jesus e Lucio Ferreira de Jesus, assim como o sargento Dick Rocha de Jesus.

Na ação da PM, morreram: Adriano de Souza Guimarães, 21 anos; Jeferson Pereira dos Santos, 22, João Luís Pereira Rodrigues, 21, Bruno Pires do Nascimento, 19, Vitor Amorim de Araújo, 19; Tiago Gomes das Virgens, 18, e Caique Bastos dos Santos, 16; Evson Pereira dos Santos, 27, e Agenor Vitalino dos Santos Neto, 19; Natanael de Jesus Costa, 17, e Ricardo Vilas Boas Silva, 27; e Rodrigo Martins Oliveira, 17.

O inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sobre a operação policial da Rondesp concluiu que houve confronto com os suspeitos e os policiais militares agiram em legítima defesa.