Próxima Semana do Clima será realizada na República Dominicana

Evento internacional chegou ao fim nesta sexta-feira (23), em Salvador

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  • Gil Santos

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 17:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO

A próxima Semana Internacional do Clima vai acontecer na República Dominicana. O anúncio oficial foi realizado na tarde desta sexta-feira (23), último dia do evento em Salvador. O país caribenho será o próximo a reunir pesquisadores, especialistas, governantes, estudantes e outros interessados nas transformações climáticas para discutir problemas e soluções para os efeitos do aquecimento global. Cidade Ideal recebeu visitantes de várias partes do mundo (Foto: Bruno Conchas/ Secom) Quem fez o anúncio foi o dominicano Victor Viñas, da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ele disse estar honrado com a ideia do país natal ser o anfitrião da próxima edição do evento.

“Temos muito o que fazer em relação ao clima. A Bahia tem uma população de 15 milhões de habitantes, 5 milhões mais que toda a República Dominicana. O estado foi a primeira capital do Brasil. A República Dominicana foi o primeiro local onde desembarcou Cristóvão Colombo. Temos semelhanças e diferenças, mas um interesse em comum que é discutir o clima. Queremos convidar a todos, e nos comprometemos a continuar o legado que vem sendo construído na Semana do Clima”, afirmou. Pesquisadores do mundo inteiro discutiram durante os cinco dias do evento (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) Viñas fez o anúncio durante a plenária de Martin Frick, diretor sênior da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). A plenária reuniu especialistas para avaliar o resultado da Semana do Clima da América Latina e Caribe (Climate Week), realizada em Salvador entre os dias 19 e 23 de agosto.

Para a diretora da organização internacional The Nature Conservancy, Maria Isabel Studer, as discussões sobre o clima que aconteceram na capital baiana ratificaram que os problemas climáticos afetam setores diversos da sociedade, com impacto na economia, no transporte, mas, principalmente, na sobrevivência das espécies.

“Precisamos ver onde estão as barreiras para o crescimento. Necessitamos transformar os modelos de negócios das empresas e dos países, e pensar como vamos dar uma resposta para o que diz a comunidade científica, sobre termos apenas 10 anos para estabilizar a temperatura. Mas esse não é somente um tema de mudança climática, nem apenas de transição energética ou de melhorias no transporte, mas do futuro da humanidade”, disse. Público lotou as salas para acompanhar os debates (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) Studer afirmou que a América Latina é rica em recursos naturais e, por isso, tem a obrigação de defender essas bandeiras. Ela disse também que é preciso mais interação entre os poderes e segmentos da sociedade para ter resultados.

“Necessitamos de ações e de integração entre as políticas federais, dos estados e das cidades. E que as universidades trabalhem essas questões, assim como toda a sociedade civil, e pensem formas de promover e impulsionar projetos nesse sentido”, contou.

Já Martin Frick destacou o caráter didático do evento, em que a troca de experiências possibilita o surgimento e amadurecimento de ideias, além de provocar autocrítica. “Se a gente quiser ter agenda sustentável é preciso pensar naqueles que precisam da gente. Esse exercício da semana climática foi muito importante para pensarmos essas questões e o que cada um de nós pode fazer nesse sentido”, afirmou. Aumento no nível do mar e fim de recursos hídricos foram temas de algumas salas (Foto: Betto Jr/ CORREIO) Os especialistas destacaram que o aumento no número de queimadas na Amazônia, o desmatamento, e a elevação do nível do mar estão colocando em risco vidas em todo o mundo. Eles frisaram a necessidade do planeta reduzir a emissão de carbono, e de adotar medidas para substituir sistemas de produção que degradam o meio ambiente.

A solução para os problemas climáticos, na visão dos pesquisadores e com base nas discussões da última semana, é mais investimento na preservação das florestas e rios, e mudança de comportamento dos humanos. Eles reforçaram que é necessário que os países cumpram as metas do acordo de Paris e estejam, verdadeiramente, envolvidos na causa.   Público recebeu mudas e produtos sustentáveis (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) Os estudiosos contaram que existe dificuldade em consegui recursos para implementar ações sustentáveis e que os governos sozinhos não podem promover as transformações necessárias para salvar o planeta, por isso, a participação da iniciativa privada é crucial.

Mais de 5 mil pessoas se inscreveram para a Climate Week, um recorde. Antes de encerrar a última plenária do evento, os pesquisadores frisaram a necessidade do engajamento de toda a sociedade na defesa do meio ambiente e disseram que sem isso a humanidade vai continuar caminhando em direção ao abismo.