Punidos? Veja o que aconteceu com outros PMs filmados em abordagens violentas

Relembre casos ocorridos no Santo Antônio Além do Carmo e Bonfim

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  • Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 18:00

- Atualizado há um ano

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As imagens de uma grávida sendo agredida por policiais em junho de 2018 no Santo Antônio Além do Carmo viralizaram nas redes sociais. Um ano antes, outro caso tornou-se público quando dois moradores do Bonfim, também em Salvador, levaram tapas e chutes numa abordagem. Nesta terça-feira (4), o vídeo de um adolescente sendo agredido por um PM, em Paripe, levantou novamente a discussão sobre excessos policiais. O CORREIO relembra essas histórias e o que aconteceu com os policiais militares filmados.

Em 2018, uma grávida de três meses foi agredida enquanto protestava contra uma ação da Polícia Militar durante os festejos da Trezena de Santo Antônio, no bairro do Santo Antônio Além do Carmo. Junto com dezenas de outras testemunhas, ela criticava a abordagem a um jovem, pego com um cigarro de maconha. 

Por temer pela vida do rapaz, a mulher sugeriu que ele não entrasse na viatura e acabou sendo atacada com tapas, socos e puxões de cabelos, conforme mostrou, à época, um vídeo de 11 minutos gravado por uma turista alemã.

De acordo com a Polícia Militar, sobre este caso, a corporação instaurou um inquérito para apurar a abordagem. Ao ser concluído, o documento foi enviado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). Ainda conforme a PM, o ministério solicitou diligências complementares em setembro de 2019, que envolveu escuta de testemunhas e envio de imagens para perícia.

Estas novas informações foram enviadas ao MP em novembro do ano passado e a Polícia Militar ainda aguarda uma decisão do órgão sobre a situação dos envolvidos.

Há três anos, outro caso de agressão policial foi flagrado em vídeo quando quatro rapazes levaram tapas, murros, chutes nos rostos, pernas e costas também durante uma abordagem no Bonfim, na Cidade Baixa. As imagens de 2 minutos e 11 segundos foram gravadas à noite na Travessa Álvares de Azevêdo, uma transversal da Rua do Céu. 

Os jovens aparecem de costas, virados para a parede de um de conjunto de casas, são agredidos e, mesmo sem revidar, continuam apanhando. Pelo menos três policiais militares são vistos praticando os espancamentos. Em determinado momento, uma das vítimas chega a apanhar simultaneamente de dois policiais. 

Conforme explicações da PM, com relação a esse caso, os policiais militares que participaram responderam a um processo e foram afastados da área. Um deles cumpriu detenção e outros dois receberam advertência.

No caso ocorrido neste domingo (2) com o jovem de Paripe, agredido e insultado por causa do cabelo black power, o policial envolvido foi identificado e ouvido na manhã desta terça na sede da 19ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), onde é lotado. Segundo o Departamento de Comunicação da PM, o agente foi afastado das ruas e cumprirá expediente administrativo. O vídeo da agressão foi enviado à corregedoria para que seja instaurado um inquérito com o objetivo de apurar o fato nas esferas administrativa e criminal.