Puxada pelas passagens aéreas, inflação na RMS cai 0,27%

Foi o menor IPCA para um mês de agosto em 20 anos

  • D
  • Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 11:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/CORREIO

Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação do país, ficou em -0,27% na Região Metropolitana de Salvador, abaixo tanto da taxa de julho deste ano (0,24%) quanto do índice de agosto de 2017 (-0,06%), e uma deflação mais intensa que a registrada no país como um todo (-0,09%).

Foi o menor IPCA para um mês de agosto na RMS em 20 anos, desde 1998, quando o índice havia sido de -0,67%. Com essa terceira desaceleração seguida da inflação na RMS, o IPCA acumulado no ano está em 2,94% (havia sido de 3,22% em julho), ainda superior à média nacional (2,85%), mas reduzindo a distância em relação a ela. Mesmo com a redução no ritmo de aumento, a inflação acumulada em 2018 na RMS se mantém num patamar bem acima do acumulado no mesmo período em 2017 (1,15%).

Nos 12 meses encerrados em agosto, o IPCA chegou a 3,48%, em Salvador, desacelerando em relação ao registrado nos 12 meses encerrados em julho (3,71%) e menor também que a média nacional (4,19%).

Deflação Em agosto, a deflação (-0,27%) medida pelo IPCA na Região Metropolitana de Salvador foi fruto da queda média nos preços de apenas dois dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o índice: Alimentação e bebidas (-1,01%) e Transportes (-0,91%).

São os grupos de maior peso na formação do IPCA, representando, juntos, quase metade (46,5%) das despesas médias das famílias da RM Salvador.

A deflação dos alimentos (-1,01%) foi a mais intensa para um mês de agosto desde 2010 (quando a variação havia sido de -1,09%). Teve forte influência da alimentação no próprio domicílio (-1,38%), puxada por itens como farinha de mandioca (-8,48%), cebola (-36,81%), banana-prata (-13,98%) e carne-seca e de sol (-4,84%).

Já a variação negativa dos transportes (-0,91%) foi resultado em grande parte das reduções nas passagens aéreas (-29,98%) e nos automóveis novos (-2,77%).

Em ambos os grupos, apesar de o IPCA ter sido negativo, houve aumentos em itens importantes. Entre os alimentos, o leite em pó (5,41%), o leite longa vida (3,22%) e o arroz (4,36%) foram alguns dos produtos que exerceram pressão de alta na inflação de agosto. Já entre as despesas com transportes, a gasolina (0,91%) continuou subindo e já acumula no ano de 2018 aumento de 16,23%: o terceiro maior considerando-se os itens individualmente.

Artigos de residência (1,50%) e Vestuário (0,92%) são as principais pressões inflacionárias de agosto na RM Salvador Dentre os setes grupos com altas no IPCA de agosto, na RM Salvador, as principais pressões inflacionárias vieram dos Artigos de residência (1,50%) e de Vestuário (0,92%).

No primeiro caso, houve aumentos importantes tanto em móveis e utensílios (1,57%) quanto em aparelhos eletroeletrônicos (1,51%). No vestuário, a contribuição maior veio das roupas femininas, que tiveram aumento de 2,60%.

A energia elétrica também continuou a pressionar a inflação da RM Salvador para cima em agosto, com um aumento de 0,87%. Na região metropolitana, a energia tem a maior inflação acumulada no ano, dentre todos os itens considerados pelo IPCA: 25,71%. É também o maior acumulado no ano no país para esse item.

Na Região Metropolitana de Salvador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos, ficou em -0,13% em agosto, desacelerando fortemente em relação a julho (0,15%) e ficando abaixo da média nacional (0,00%).

No acumulado no ano, o INPC da RMS ficou em 2,62%, pouco abaixo da média nacional (2,83%); nos 12 meses terminados em agosto, o índice acumula alta de 2,81%, também menor que a nacional (3,64%).