Quatro serão indiciados por homicídio qualificado pela morte de jogador

Além disso, outros três serão indiciados por outros crimes no caso

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 14:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Paraná deve concluir nesta quarta-feira (21) o inquérito sobre a morte do jogador Daniel Corrêa, assassinado em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O empresário Edison Brittes e outras três pessoas responderão por homicídio qualificado por tortura e ocultação de cadáver. O delegado Amadeu Trevisan vai apenas juntar os laudos da perícia e do IML ao inquérito para encaminhá-lo à promotoria de Justiça.

Além de Edison, que confessou ter assassinado Daniel, serão indiciados Igor King, Eduardo Henrique Ribeiro e David Vollero. Todos já estão presos. Os quatros participaram do espancamento de Daniel, ainda na casa de Edison, e estavam no carro que levou o jogador para o matagal onde seu corpo foi achado, em 27 de outubro. Daniel ainda foi vítima de golpes de faca que praticamente o degolaram e teve o pênis decepado.

Allana Brites e Cristiana Brittes, filha e mulher de Edison, serão indiciadas por fraude processual no curso do processo e coarção de testemunhas. As duas também estão presas.

Já o sétimo suspeito preso, Eduardo Purkote, será indiciado por lesão corporal grave. Segundo a polícia, ele participou do espancamento de Daniel, o que é negado pela defesa. "O que a gente observa nos depoimentos são algumas contradições. Algumas pessoas colocam o Purkote no crime outras não colocam. Depende da análise que devemos fazer nas próximas 24 horas. Ele deve continuar preso pelo menos pelas próximas 24 horas até que seja feita toda análise do conteúdo inquérito", afirmou ontem o delegado, segundo o Uol.

Cronologia do crime Sexta (26): Daniel chega a Curitiba. Ele vai a duas festas, inclusive o aniversário de Allana em boate Sábado (27): A festa continua na casa da família de Allana, em São José. O crime aconteceu este dia. O corpo foi achado neste mesmo dia em um matagal. Segunda (29): Amigo reocnhece o corpo de Daniel Quarta (31): Corpo de Daniel foi velado em Minas Gerais Quinta (1): Suspeito de matar Daniel é preso e confessa crime. Mulher e filha também foram presas Sexta (2): Perícia é feita na casa onde Daniel foi espancado

Linha do tempo (com informações da TV Globo) 21h30: Daniel chegou a Curitiba na sexta à noite, por volta das 21h30. Ele deixou as malas na casa de um amigo, com quem iria se hospedar, e saiu depois de um banho para uma festa, a primeira da noite.

00h: Por volta de meia-noite, ele e o amigo seguiram para o aniversário de Allana, em uma boate da cidade. Eles tinham convites para a festa, entregues pelo próprio pai da aniversariante.

05h40: O amigo de Daniel vai embora da boate. O jogador prefere ficar e diz que vai seguir para a casa de Allana, na Região Metropolitana, onde a festa seguiria

06h36: Daniel avisa ao amigo por mensagem que já estava na casa de Allana. Uma testemunha  contou à polícia que os convidados estavam ouvindo música e bebendo. Cristiana, que segundo a família não estava bem, foi a primeira a ir deitar. Outras pessoas também se recolheram. Ficaram na festa Daniel, Edison e outras oito pessoas

08h07: Daniel começou uma conversa com outro amigo. Ele contou que estava em uma festa, com várias pessoas dormindo. Por áudio, ele respondeu ao amigo, que perguntou se estava bêbado, e disse que "não muito". Ele falou também que tinha uma "coroa" na casa, que era a mãe da aniversariante, e que faria sexo com ela. Afirmou ainda que o pai estava junto. O amigo diz para ele se cuidar e que poderia ser expulso da casa. Daniel mandou uma foto ao lado de Cristiana, que aparenta estar dormindo. O amigo quer saber se ele fará sexo com ela acordada ou dormindo

 08h34: Daniel manda uma nova foto ao lado de Cristiana para o amigo e diz que fez sexo com ela. Depois, ele manda a seguinte mensagem, a última: "O que aparecer amanhã é nóis". O amigo quer saber o que isso quer dizer, mas Daniel não responde mais. Posteriormente, o amigo disse à polícia que ele, Daniel e outros dois colegas tinham um grupo de WhatsApp onde mandavam fotos das "conquistas" amorosas, geralmente quando a mulher estava dormindo

10h30: Corpo do jogador é encontrado, ainda sem identificação, em um matagal, com mutilações, marcas de faca e sinais de tortura. 

À noite: O amigo que hospedou Daniel fica preocupado porque ele não deu mais notícias e eles tinham um compromisso. Ele manda mensagem para Allana, que afirma que o jogador foi embora sozinho da casa dela. Este amigo foi quem reconheceu o corpo do jogador, dois dias depois.