Quem é você na festa da firma?

Perfis de 'paquerador', 'esponja' ou 'vestida para matar', entre outros, prejudicam carreiras

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 05:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: (ilustrações Morgana Lima)

Ao contrário do que alguns imaginam, as festas de confraternização de final de ano das empresas não são as melhores oportunidades para beber ou comer sem limites. Elas também não foram feitas para importunar chefes com ideias mirabolantes ou pedidos de promoção. Mesmo as realizadas longe do ambiente de trabalho servem como um momento de descontração, um agradecimento pelas conquistas obtidas ao longo do ano e, por isso mesmo, é preciso levar em consideração que ocorrem com a participação de outros colegas, além de chefes e diretores.

Para evitar que a confraternização represente um arranhão na imagem do profissional,  a sugestão do diretor de Relações Empresarias da Associação Brasileira de Recursos Humanos Luiz França é que esses compromissos sejam encarados como uma extensão das atividades de trabalho, só que com um pouco mais de leveza. A dica de ouro é evitar excessos. 

“A confraternização não é o lugar de vestir a melhor roupa, mas de levar o melhor de si mesmo, sempre com o sorriso no rosto, buscando respeitar a cultura vigente naquela empresa ou organização”,  esclarece. O especialista destaca que embora a celebração possa acontecer num evento externo, a cultura presente no ambiente de trabalho permanece. 

Contatos

Mais que uma oportunidade de diminuir o ritmo pesado do dia a dia, a festa da empresa pode ser a oportunidade para atualizar a rede de contatos graças a uma aproximação com colegas de áreas diferentes. É uma chance, também, de  marcar pontos com as chefias. 

No entanto, a dica é não forçar aproximações, afinal, se os comportamentos inadequados comprometem a imagem, a postura correta e uma conversa agradável com colegas ou  superiores podem contar pontos favoráveis. 

Compartilhando das orientações, o psicólogo Uellington Pereira lembra que o ideal é se comportar como se estivesse na empresa. “Nada de pedir aumento, só falar de trabalho, consumir álcool em excesso, brincar de modo excessivo ou fazer complô ou formar panelinhas. O momento deve ser leve”, diz. 

Luiz França ressalta que justamente por ter esse caráter celebrativo, as queixas  não são bem-vindas. “Se não for de coração aberto, é melhor não ir. A confraternização pode ser uma oportunidade excelente para ampliar o conhecimento e o entrosamento com funcionários de outros setores e de outras áreas”, reforça.

França lembra que como nessas ocasiões há uma quebra nas estruturas hierárquicas, é importante que as pessoas interajam numa perspectiva leve e humana, deixando um pouco de lado as relações de trabalho. 

Apesar da informalidade, o  coach de carreiras Wladimir Martins salienta que vale o cuidado para evitar o comportamento de excesso de descontração com piadas que possam constranger ou criar saias-justas.

“A descontração também não deve ser desculpa para que o funcionário se transforme no locutor ou mestre de cerimônias da festa sem ser convidado”, comenta. Ele lembra que a festa também não deve ser desculpa para ir à forra e brigar com colegas, criando, assim, um ambiente ruim. 

Evite ser um desses personagens  O Paquerador Age como se a festa de confraternização fosse  uma balada.A festa não é o melhor momento para isso, mesmo que não haja restrição em relação ao envolvimento entre colegas. No entanto, se certifique que o interesse é correspondido. Deixe qualquer intimidade para outro local.  Atos de deselegância com colegas de trabalho ficam marcados. A Vestida para Matar  A festa da empresa é uma extensão do ambiente corporativo e, por isso, os trajes devem ser discretos e formais. Nas festas à beira da piscina ou em ambientes informais, procure estar informal também, mas com discrição e elegância para evitar chamar atenção excessiva sobre o traje. O momento é de confraternizar e não de chocar. O Antissocial Ficar num canto amuado não é uma atitude simpática no espaço em que todos querem celebrar o fim de um ciclo e o início de outro. Mesmo que haja timidez, busque ser agradável e sorridente com todos. O momento não é para reclamar do buffet, do local ou dos colegas. Sorria e se permita conhecer as personalidades fora do escritório. O Esponja  Embora algumas empresas queiram presentear os colaboradores com boas comidas e bebidas, o ambiente não permite que o trabalhador se comporte como se a comida e a bebida do mundo fosse se acabar ali. Haja com moderação. Esqueça qualquer pensamento de se vingar na comida cara ou no whisky importado. Lembre-se:  haverá outro dia. O Blogueiro de Plantão  A festa não pode ser objeto de selfies indesejadas ou fotos comprometodoras para serem compartilhadas em redes sociais. Antes de marcar quem quer que seja, pergunte se a pessoa deseja. Evite registrar situações constrangedoras, propositais ou não. No celular, deixe apenas as fotos dos que querem participar do registro.  O Puxa-Saco  A festa de confraternização não é o momento para monopolizar a atenção do chefe com assuntos de trabalho. Ele pode até lhe ouvir, mas por educação. Evite ser desagradável ou monopolizar a atenção dos superiores, eles também querem e devem socializar com os demais funcionários e colaboradores da organização.