Quem é Zé Trovão, líder caminhoneiro foragido que foi localizado no México

Bolsonarista, ele tem garantido apoio de parte da categoria ao presidente

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  • Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2021 às 16:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Reprodução

Um dos principais líderes das manifestações em favor do presidente Jair Bolsonaro, Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, foi localizado no México nesta quinta-feira (9) e, ao que tudo indica, deve ser preso nas próximas horas pela Polícia Federal. Considerado foragido da Justiça há uma semana, ele contou que foi descoberto pela embaixada brasileira e que pretende se entregar às autoridades.

As declarações foram prestadas pelo próprio manifestante em um dos vídeos que divulga para caminhoneiros por meio das redes sociais. Em seu canal no Telegram, ele conta com mais de 24 mil seguidores. "Em alguns momentos eu devo ser preso. Eu não vou mais fugir. Chega, eu estou cansado disso. Para quem não sabe, estou no México. A embaixada brasileira acaba de entrar em contato com o hotel que eu estou. Em alguns momentos, provavelmente a polícia vem aqui me recolher", afirmou.

A ordem de prisão contra ele é da última sexta-feira (3), expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República. Zé Trovão é investigado por incitar atos com contornos violentos no 7 de setembro contra o STF e contra o Congresso Nacional. Apesar das restrições, ele segue, pela internet, orientando caminhoneiros a favor de Bolsonaro e incentivando a paralisação total da categoria.

Antes de ter a ordem de prisão decretada, ele havia descumprido medidas cautelares de Alexandre de Moraes, como a que o proibiu a participar de transmissões pelas redes sociais. Chegou a desafiar o ministro que o prendesse. Além disso, driblou a ordem de bloqueio da chave Pix por meio da qual arrecadava recursos para financiar as manifestações divulgando um novo número.

Até a decretação de sua prisão, o caminhoneiro paulista tinha residência fixa em Joinville, interior de Santa Catarina. Defensor da volta de um regime ditatorial, ele já havia morado no Paraná e em Minas Gerais.

Em agosto, começou a aumentar o tom das postagens sobre as manifestações do 7 de setembro e o STF. "Vamos lutar contra os desmandos da Justiça brasileira", dizia em um dos vídeos. "A Justiça começa pela limpeza dos 11 ministros do STF", conclamou em outra postagem.

O advogado do caminhoneiro, Levi de Andrade, informou que entrou com um pedido de habeas corpus no STF. Antes de Zé Trovão admitir que iria se entregar, nesta quinta, Andrade havia afirmado que ele não iria se entregar às autoridades. "Ele está em um lugar seguro. Muda de lugar a cada 6 horas e de carro também. Ele sabe que a qualquer momento pode ser preso, mas está preparado psicologicamente", comentou o advogado em ao UOL.