Renato Kalil diz que mulher encontrada morta tinha 'irritabilidade'

Polícia irá fazer perícia no médico para desvendar a causa da morte dela

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  • Da Redação

Publicado em 15 de março de 2022 às 10:01

- Atualizado há um ano

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No depoimento prestado à polícia após a morte de sua esposa, Ilana Karil, o ginecologista Renato Kalil disse que ela sofria de "irritabilidade frequente" e que contava com o acompanhamento regular de um psiquiatra. Ilana foi encontrada morta na madrugada de segunda-feira (14) na residência do casal em São Paulo.

No boletim de ocorrência do caso, divulgado pelo site Universa, aparece a informação de que a morte foi causada por um disparo de arma de fogo e foi registrada na Polícia Civil como suicídio consumado.

O BO também revela que foi requisitado exame residuográfico em Ilana e também em Kalil, a fim de detectar vestígios que podem indicar uso de arma de fogo. 

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'Irritabilidade' Kalil contou à polícia que Ilana fazia uso de remédios controlados.Ele afirmou também que os problemas passaram a ser mais constantes nos últimos dois anos e que eles haviam discutido na noite de domingo (13). 

Ainda de acordo com a versão do médio, na madrugada de segunda Ilana estaria irritada por causa de seu Instagram. O último post dela, nos Stories, dizia: "Fui censurada de novo. E lá vai... Quem viu, viu. Quem não viu, não vai ver mais. E viva a ditadura". No boletim de ocorrência, há referência ao episódio de forma genérica: "Ilana estava revoltada por ter tido que apagar o seu Instagram por questões outras que o casal vinha enfrentando".

Os dois teriam se deitado por volta da uma da manhã. Kalil relatou à polícia que a mulher não teria conseguido dormir e, depois de uns 40 minutos, foi para a sala, no andar inferior da casa. 

Ainda de acordo com a versão apresentada pelo médico, por volta de 3h40 da madrugada de segunda-feira, ele teria ouvido o tiro. A mulher teria enviado mensagens a ele se despedindo. Ele afirma que a encontrou na sala e que na mesa havia uma carta de despedida e uma garrafa de bebida. Segundo o ginecologista, ela já estava morta. 

Kalil diz que acionou os seguranças da rua onde vive que, por sua vez, chamaram socorro e a polícia. Segundo sua versão, a arma pertencia a seu pai, estava escondida e em situação regular. Ele disse a polícia que a esposa não sabia manuear armas.

Os policiais ainda vão analisar o laudo do IML (Instituto Médico Legal) e da perícia no local para confirmar o suicídio ou abrir outra linha de investigação. 

Ilana, 40 anos, era formada em nutrição, mas trabalhava como instrumentadora cirúrgica de Renato. Eles tinham duas filhas.