Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Ricardo Freire diz que brasileiros precisam falar bem do seu país

Publicitário e criador de um dos principais sites brasileiros de turismo, abriu o Agenda Bahia

  • Foto do(a) author(a) Wladmir Pinheiro
  • Wladmir Pinheiro

Publicado em 13 de outubro de 2013 às 21:28

 - Atualizado há 2 anos

O Brasil perdeu uma boa chance de atrair milhares de turistas estrangeiros para Salvador e as outras 11 cidades-sede da Copa do Mundo 2014. Bastava apostar no turista que não conseguiu ingresso para os jogos. Como? Oferecendo o que o país tem de melhor: festa e diversão em todos os cantos. Uma maneira de fidelizar o visitante com uma imagem bem positiva.

O alerta foi feito pelo criador do site Viaje na Viagem, Ricardo Freire. Em sua apresentação no Fórum Agenda Bahia, Freire lembrou que não há mais tempo de investir nessa estratégia. Mas é urgente promover uma campanha por aqui: o brasileiro ser o embaixador da sua própria terra. Segundo ele, é preciso mostrar a importância do turista internacional e garantir que serão bem recebidos.A Bahia precisa sair na frente e receber os torcedores estrangeiros sem rivalidades (Evandro Veiga/CORREIO)“O brasileiro fala mal do seu país para os estrangeiros. Mas os estrangeiros não falam mal da sua origem com um turista. Essa mentalidade no Brasil tem que mudar”, acredita Freire, que atuou por muitos anos como publicitário de campanhas famosas, como ‘Essa não é uma Brastemp’.

Hoje referência no turismo, o especialista cita como exemplo as Copas da África e da Alemanha. “Eles realizaram grandes festejos para os turistas que não tinham ingressos para os jogos. A gente vive o Carnaval em qualquer esquina, nem precisaria de FanFest”, defende.

Contra o estereótipo da frieza dos alemães, o governo vendeu, paralelamente aos jogos, a ideia de que o país era animado e sabia como receber bem os turistas. “O resultado: o país passou a aparecer entre os dez maiores destinos do mundo já nos anos seguintes“, explica Freire. O efeito do pós-Copa também foi sentido na África do Sul. O número de turistas estrangeiros passou de 10 milhões para 12 milhões, o dobro do que visitou o Brasil no mesmo período.

Freire acredita que ainda dá para trabalhar esse espírito de festa com nossos vizinhos, como Argentina e Uruguai. “A Bahia precisa sair na frente e estimular que o povo receba os torcedores estrangeiros bem, sem rivalidades”, sugere.

Bilhete sem limite

Entre as soluções para deslanchar o turismo no país e que a Bahia pode investir, Ricardo Freire sugere, por exemplo, uma boa conexão de voos com bilhete único. Pela oferta de voos na modalidade ‘airpass’, os turistas poderiam viajar entre as várias cidades-sede com preços mais baratos. “Durante a Copa, a Alemanha lançou um pacote de bilhete aéreo que custava 79 euros e dava direito ao turista viajar ilimitadamente pelo país, além de transporte público gratuito enquanto durou o evento”, conta. O resultado foi que aumentou o número de pernoites nos lugares.

Outro exemplo de como divulgar bem um país no mercado internacional é tão velho que, como brinca Freire, até para achar registros no Google é difícil. A campanha Visit Thailand Year, criada pelo governo tailandês, tornou a ideia de visitar o país do Sudeste Asiático algo que hoje poderia ser chamado de um viral. “Todo mundo quis conhecer aTailândia, só se ouvia falar disso.

O resultado foi que o número de turistas estrangeiros passou de 2,8milhões em1986, ano do lançamento, para 5,2 milhões, em 1990”, conta Freire como se tirasse uma lenda do baú.

O desafio é tirar o foco da busca internacional pelo tripé Rio-Foz-Amazônia, que habita o imaginário estrangeiro. “Esses lugares podem nem ser os mais conhecidos, mas eles são conhecidos em qualquer lugar. A Bahia tem d brigar para ocupar esse lugar”, diz Freire. O caminho para isso é longo e inclui passar as cidades do Rio de Janeiro, Florianópolis, Foz do Iguaçu, São Paulo e Búzios, destinos campeões de procura, segundo o Ministério do Turismo.*Os caminhos para o turismo baiano1 – AIRPASS. Pacote de passagens aéreas que leve turistas até as cidades-sede com preços mais baixos. A Alemanha, durante a Copa de 2006, ofereceu um passe por 79 euros, que dava direito ao turista de viajar por onde quisesse;

2 - CHIP DE DADOS. Internet rápida, seja 3G ou 4G, facilita que o turista divulgue imagens e informações sobre o país. A proposta de Ricardo Freire é que o visitante já receba seu chip encomendado no aeroporto e possa postar suas fotos pelo caminho;

3 - NORDESTE UNIDO. Assim como aconteceu no Caribe, o Nordeste deveria se unir em uma campanha de divulgação, mostrando ao mundo seu diferencial: além de praias e calor, tem cultura, roteiro religioso. Sem furacão, como seus rivais;

4 – LENÇÓIS. Ricardo Freire defendeu voo com conexões em Salvador, Porto Seguro e Chapada. “A Chapada é o único destino de natureza que pode ser visitado o ano todo”, lembra. Com a conexão, o turista pode curtir o ecoturismo e depois a praia;

5 – ÔNIBUS. Investir no bom serviço para o turista é um diferencial do destino. Freire sugeriu que fosse criado um portal na internet com os horários, destinos e preços das viagens de ônibus pelo estado. Como já existe na Argentina.

Exemplos pelo mundo[[saiba_mais]]