Rodoviários de Feira e Juazeiro dão prazo para regularização de pagamentos

Cidades do interior baiano acordaram com paralisação de trabalhadores do transporte público

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 19:32

- Atualizado há um ano

Duas cidades baianas iniciaram o dia com paralisações de seus trabalhadores do sistema rodoviário: Feira de Santana e Juazeiro. Em ambos os casos, os rodoviários chegaram a um acordo e suspenderam a greve, mas com o alerta de que podem parar por tempo indeterminado a qualquer momento.

As empresas responsáveis pelo transporte municipal em Feira de Santana são a Rosa e São João. O CORREIO tentou contato com as duas, mas não teve retorno. O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Feira de Santana afirma que aproximadamente 650 trabalhadores aderiram à paralisação.

Vice-presidente do sindicato, José de Souza afirma que a manifestação aconteceu porque os funcionários não receberam o pagamento no dia devido. No caso, o último dia 20. Ainda de acordo com de Souza, atrasos no pagamento dos salários são recorrentes desde o mês de setembro. 

"Vínhamos flexibilizando desde setembro. Desta vez não houve nenhum comunicado avisando [que o salário atrasaria]. Decidimos fazer uma assembleia com os companheiros de manhã e decidimos não sair, só sair com o dinheiro na conta", disse o rodoviário, alegando que a categoria não foi procurada por ninguém para negociar.

Por conta da paralisação, a Prefeitura de Feira de Santana colocou nas ruas 107 vans e micro-ônibus para atender os bairros na cidade. Ainda de acordo com a Prefeitura, a zona rural da cidade não foi afetada.

A SMTT (Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito) disponibilizou 19 linhas para atender a população e suprir a falta dos 132 ônibus que deixaram de circular por conta da paralisação dos trabalhadores rodoviários nas garagens da concessionárias Rosa e São João.

As vans que fazem parte do esquema de rodízio pelo STPAC ((Sistema de Transporte Público Alternativo e Complementar) foram ativadas para cobrir o Feira IX, Feira X, Viveiros, Conceição, Gabriela, Panorama, Feira VII, Jomafa, Aviário, Feira VI, Novo Horizonte, Asa Branca, Jardim Cruzeiro, Santo Antônio dos Prazeres, Campo do Gado Novo, Mangabeira, Candeal, João Paulo e o Feira V.

Prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins à Procuradoria Geral do Município que provocasse o Ministério Público, para que fosse garantida pelo menos 30% da frota circulando. Além disso, "o Governo Municipal deixa bem claro que a Prefeitura não tem absolutamente nenhum pendência financeira com as empresas. A questão toda é entre elas e os trabalhadores".

A paralisação foi encerrada no começo da tarde. O Sindicato alega que não quer que os trabalhadores sejam vistos como radiciais e por isso vão continuar trabalhando normalmente até a próxima segunda-feira (25). No entanto, caso o dinheiro não caia nas contas até lá, a promessa é de fazer uma paralisação sem previsão de retorno já a partir da terça-feira (26).

Juazeiro vive uma situação semelhante. Cerca de 50 profissionais pararam as atividades por cerca de duas horas alegando a empresa Joafra não paga benefícios como férias, FGTS e rescisões contratuais há alguns meses. Um representante da empresa foi até a garagem onde os rodoviários estavam concentrados e prometeu regularização de parte dos débitos até o próximo sábado (23).

Procurada, a prefeitura de Juazeiro afirmou que a Companhia de Segurança, Trânsito e Transporte (CSTT) está em contato com os envolvidos para intermediar o diálogo e cobrar a efetividade do serviço, a fim de não comprometer o transporte público na cidade.