Rodoviários não vão circular em Salvador entre as 4h e 8h desta sexta (28)

Decisão foi tomada após reunião de conciliação no TRT-5; rodoviários farão assembleia no período

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 27 de maio de 2021 às 17:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho

Os rodoviários de Salvador não vão circular das 4h às 8h da próxima sexta-feira (28). Isso porque a categoria fará assembleia nas garagens das empresas de ônibus da cidade nesse período para analisar a proposta de parcelamento no reajusto de salário da categoria apresentada pela desembargadora Dalila Andrade, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5).

A audiência de conciliação entre as empresas e trabalhadores aconteceu nesta quinta-feira (27). Uma nova reunião foi agendada para a próxima segunda-feira (31), já com a aceitação ou negativa dos rodoviários à proposta. 

Procurada, a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) afirmou que foi pega de surpresa com a notícia e montou uma operação a fim de diminuir os danos da paralisação dos rodoviários durante a Assembleia. O serviço será operado por ônibus do Sistema de Transporte Especial Complementar (STEC), os Amarelinhos, desde 4h até as 8h, horário previsto para a saída dos ônibus das garagens das concessionárias. 

Toda a frota dos Amarelinhos estará voltada para esta operação enquanto durar a paralisação. A equipe operacional da Semob criou 17 novas linhas, que atenderão os principais corredores de tráfego da cidade, além possibilitar a integração com o metrô. 

Secretário de mobilidade, Fabrizzio Muller afirmou que, apesar de todos os esforços, essa operação está distante de ser a ideal, mas buscaminimizar ao máximo os impactos para a população. "Também orientamos que aqueles que puderem, evitem sair neste horário até que a situação esteja normalizada, principalmente para evitar as aglomerações dentro dos coletivos”, afirmou.  Clique aqui e confira linhas e itinerários que vão circular durante paralisação dos rodoviários em Salvador

Discussões Em nota, o Sindicato dos Rodoviários afirmou que vai aproveitar a assembleia da quinta-feira para debater a decisão judicial que suspende a imunização dos rodoviários contra a Covid-19. 

A vacinação "indiscriminada" dos rodoviários de Salvador foi suspensa nesta quinta-feira (27) pela desembargadora Gardênia Duarte, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). 

O pedido foi feito pela Prefeitura de Salvador, que confrontou a decisão de 1º grau que determinou a vacinação da categoria contra a covid-19 sem escalonamento por faixa etária.

"Hoje tivemos essa notícia da cassação de nossa liminar, mas nosso jurídico está reunindo para recorrer dessa decisão. Temos muito rodoviários sem se vacinar, principalmente os da limpeza, que lavam os ônibus e dão manutenção. Nossa luta continua em prol da vacina para rodoviários e rodoviárias", afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira.

O argumento utilizado pelo município foi de que o Sindicato dos Rodoviários não possui legitimidade para propor a ação civil pública que garantiu a vacinação. A Prefeitura também alega que as decisões judiciais obtidas pela categoria são uma "pretensão de furar fila” da vacinação.

Secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates afirmou que a derrubada da decisão não afetará a vacinação de motoristas e cobradores residentes na capital, e sim apenas a imunização de "forma genérica" de demais trabalhadores da categoria, entre eles trabalhadores de postos administrativos.

"A liminar falava em todos os rodoviários. Mas o Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação contra a Covid-19 (PNO) define como rodoviários cobrador e motorista. O setor administrativo das empresas não está no PNO. Então, por isso que eu acho que a prefeitura recorreu e pediu a suspensão da liminar. Porque isso extrapolava o PNO e poderia nos trazer problemas no futuro", disse Prates em entrevista ao Bahia Meio Dia.

O titular da SMS também confirmou que a vacinação dos rodoviários está em estágio avançando, restando apenas poucos trabalhadores aptos da categoria que ainda não receberam suas doses da vacina contra o coronavírus.