Sacerdote e cartomantes afirmam que pessoa amada volta, mas não em três dias

Descubra os mistérios da amarração

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  • Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2015 às 15:34

- Atualizado há um ano

Aritana de Oxóssi faz trabalhos de amarração, mas apenas se o carma da pessoa permitir o relacionamento. O valor varia a depender de cada caso, explica o sacerdote (Fotos: Angeluci Figueiredo)"Trago o amor em três dias" é anúncio fácil de achar em jornal e poste de luz. O que não é tão simples é cumprir a promessa. Para saber se é possível pedir a pessoa amada de volta amanhã mesmo e garantir um final de semana romântico a dois, consultamos três especialistas nas artes do além. Entrevistamos o sacerdote Aritana de Oxóssi, a bruxa Alice Lapa e a cartomante Rosana Barros. Os três concordaram: a pessoa amada volta, mas não em três dias. O tempo de cada trabalho depende mais dos planos sobrenaturais do que do calendário.Além disso, as vontades mudam. Às vezes, a pessoa que você queria chega, mas ela não é mais tão amada quando volta. A seguir, veja o que cada entrevistado ensina sobre os caminhos sobrenaturais do amor.Sacerdote cecumênico“Ninguém volta em três dias. O prazo natural é de 28 dias e pode acontecer a qualquer momento dentro disso. É imprevisível. E se a pessoa tiver no carma que não é para ficar junto, aí não tem jeito. Quem promete o contrário é charlatão”, dispara Aritana de Oxóssi, 43 anos.Antes de qualquer trabalho de amarração ele joga os búzios para saber se a união contraria o destino. A consulta custa R$ 150 e pode ser paga com cartão de crédito. Se as conchas mostrarem que os caminhos não estão proibidos, ele faz o serviço. “O valor de um trabalho pode ir de R$ 1 a R$ 1 milhão. Depende do caso”, explica. A magia de Aritana segue “as 21 linhas brancas” da Umbanda. O material utilizado para  cada ritual pode variar, mas em todos é preciso nome completo e data de nascimento. “As pessoas chegam aqui com nome no SPC, desesperadas, sem nada. Tem muito charlatão que se aproveita disso. Já eu busco ajudar quem me procura”, afirma.Alice Lapa trabalha tanto com magia negra como branca, mas afirma que é preciso estar preparado para as consequências (Fotos: Angeluci Figueiredo)A missãoAritana já foi evangélico e desde criança fazia previsões. “O pastor dizia que era o Espírito Santo, mas depois descobri que não era isso”, lembra. Ele  não é pai de santo: é sacerdote de Umbanda, “cargo que está acima de babalorixá”, diz. Ele conta que é bastante procurado por poderosos que querem saber o futuro. “Previ a vitória de Rui para governador, vi a derrota do Brasil na Copa do Mundo e aos 15 anos já tinha previsto um tsunami”, se orgulha. Antes dos 22 anos, se apresentava como Sílvio França. Até que viu, às 2h da manhã, uma cacique fumando em Canabrava. A entidade se apresentou como Aritana. “Eu estava num momento difícil da minha vida. Mas o índio disse: ‘Seu chamado é indígena e sua missão é fazer o bem’”. Desde então, se dedica a cumprir essa missão. “Eu já ganhei uns R$ 15 milhões, mas ajudo muita gente. É que não divulgo o que faço na mídia”, explica.Fique de olhoOs trabalhos não são feitos apenas para unir pessoas, alerta Aritana. Alguns podem ser feitos para separar. Nesses casos, é preciso ficar de olho e desfazer, explica. “A pessoa pode perceber que teve trabalho quando um enjoar do outro, quando o homem vai para a mulher e ela sente aquela energia feminina. Assim acontece a separação”, avisa. Seja para desfazer trabalho ou procurar amarração, os principais clientes dele são evangélicos. “Deus é um só. Meus filhos também são evangélicos e a gente se dá muito bem”, apazigua.Contato: 71 3328-4731Bruxaria de família“Primeiro, prometiam trazer a pessoa amada em sete  dias. Agora, são três. Mas não é assim que acontece, porque o tempo espiritual não é o tempo dos homens”, entrega Alice Lapa, 50 anos. Alice sabe do que está falando: a bruxaria faz parte da história da família e ela joga tarô desde criança. Hoje, cobra R$ 90 pela consulta. Também começou cedo a fazer feitiços. Conta que aprendeu com a mãe, que aprendeu com a avó e daí por diante. “Os outros prometem essas coisas impossíveis para se aproveitar dos clientes. As pessoas chegam até a gente desesperadas. Muitas vezes nem é de um trabalho que precisam: só conversar. E os charlatões se aproveitam dessa fragilidade para arrancar o que podem”, denuncia.Isso não quer dizer que a pessoa amada não volte. A amarração existe e funciona, defende Alice. Mas não tem como prever quando vai acontecer. “Já fiz feitiço que demorou quatro anos para se realizar”, alerta.Rosana trabalha com magia branca. Seus trabalhos são guiados pela cigana AmetistaMagiasA amarração pode ser feita com magia branca ou negra. A depender do pedido, se usa velas, água de flor, incensos. “O material de todas é barato. Para ruindade é mais barato ainda, custa uns R$ 60. Para fazer magia branca, cobro R$ 250 e já estou lucrando. Tem quem cobre mais de R$ 2 mil”, alerta.Antes de escolher a magia, é preciso saber lidar com as consequências. A branca só traz a pessoa amada se realmente ainda houver amor. Caso não exista, ela não volta. A negra é mais poderosa e a pessoa amada volta de qualquer jeito, diz Alice. “Mas pode não voltar quando você quer e nem do jeito que você quer. Normalmente elas voltam com problemas e caminhos que foram fechados pela própria magia. É muito comum as pessoas se arrependerem e aí tem que desfazer o feitiço. Além disso, como são forças das trevas que estão agindo, o relacionamento fica conturbado. Em termos de felicidade, não vale a pena fazer”, avisa. Alice faz qualquer trabalho, mas prefere não mexer com magia negra. “É uma energia que não gosto. Cobro R$ 2 mil em um trabalho como esse, para a pessoa desistir. Mas, se ela pagar, eu faço. E digo mais: devolvo o dinheiro se o trabalho não funcionar”, afirma.Contato: 71 9124-1305Os caminhos da cigana“Não existe isso de um  dia ou três para trazer alguém. Tudo vai do universo”, explica Rosana Barros, 41 anos. Ela faz magia cigana - apesar de não ser do povo, descobriu na Umbanda que já foi cigana em outras vidas. Na religião, aprendeu também que muita coisa interfere em um trabalho. Entre elas, a lua: a cheia é melhor para atrair forças positivas. Já a minguante faz as coisas darem errado. A entidade que a acompanha é a cigana Ametista. É ela quem ajuda a ver o futuro no tarô e  guia os trabalhos. “Ametista não faz magia negra e não prejudica pessoas”, adianta.O tempoNem toda amarração é difícil. Algumas são fáceis e só pedem papel, mel e açúcar (veja ao lado). Para as mais complicadas, Rosana cobra R$ 250. A vantagem de não trabalhar com magia negra é que não é preciso desfazer o feitiço, caso uma pessoa desista da outra. “Caso você desista, o tempo vai desfazendo a magia branca. Ela desaparece quando você se esquece”, diz.O trabalho é dedicado às entidades da Umbanda e tudo   depende do que se quer alcançar. Se é amor, melhor pedir a Oxum. A entidade também interfere no material, que não costuma ser caro. Normalmente, usam-se delicadezas como milho branco e água de flor. A missão de Rosana é ajudar as pessoas. “Já joguei tarô de graça e fiz trabalhos sem cobrar nada, porque a caridade está nos meus caminhos”, diz. Quando cobra, a consulta custa R$ 70 e é paga em dinheiro. Contatos: 71 9131-3318 / 8648-3295