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Carolina Cerqueira
Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Coronavírus, aulas suspensas ou ensino à distância. O ano de 2020 foi bastante turbulento para a educação e ainda vem provocando reflexos na vida de muitos estudantes. Nas vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entidades estudantis voltaram a pedir nova data para o exame e a Defensoria Pública da União pediu à Justiça o adiamento do certame, devido ao novo crescimento dos casos de covid-19 no país. Nesta terça-feira, 12, a Justiça Federal em São Paulo negou o pedido e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que as provas serão realizadas em 17 e 24 de janeiro, conforme o calendário.>
Com as provas confirmadas, resta agora saber a melhor forma de comparecer ao exame sem correr riscos de ficar doente. O Enem é uma das provas nacionais mais importantes para ingresso no ensino superior, principalmente nas universidades públicas, e por isso, gera muita preocupação.>
Com a pandemia, os estudantes passaram por muitas adaptações em pouco tempo. Uma parte teve de se acostumar a estudar pela internet, mas muitos estão sem aulas até hoje. A falta de materiais adequados e de uma boa estrutura de estudos em casa também são fatores negativos. Isso sem contar com o psicológico, que precisa estar em dia para a prova, que é longa e exige resistência. >
Para o candidato Rafael de Carvalho, de 17 anos, esta edição do Enem vai ser ainda mais desafiadora. Ele conta que teve dificuldades para se concentrar e se dedicar aos estudos à distância e que, agora, ainda tem mais um obstáculo a ser enfrentado.“O exame já gera muita pressão sobre o estudante e, para piorar, agora tem a pandemia. Além de me preocupar com a prova, vou precisar me preocupar em manter o distanciamento e usar máscara. Isso pode acabar prejudicando muitos candidatos”, acredita Rafael. O estudante, no entanto, garante que, além da caneta e do documento de identidade, seu kit-prova deste ano vai incluir o álcool em gel e uma máscara reserva.>
Medidas de prevenção Ao todo, 5,78 milhões de candidatos e candidatas farão as provas do Enem 2020 em todo o país. A prova acontecerá em 14 mil locais, com 205 mil salas espalhadas pelo Brasil. >
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou no edital desta edição do exame as adaptações previstas para o certame que acontecerá em meio à pandemia. O ministro da Educação garantiu que todas as medidas foram tomadas para a segurança de candidatos e dos profissionais que atuam na prova. >
Entre as orientações, a mais importante é o uso obrigatório de máscara de proteção individual durante todo o tempo da prova, desde a entrada no local onde o estudante fará o exame. A exceção ao uso da máscara só ocorrerá nos casos de deficiências que impeçam a sua colocação. Além disso, a máscara deve cobrir toda a região do nariz até a boca, sendo permitido levar uma extra para a troca, como Rafael de Carvalho vai fazer.>
A máscara também só poderá ser retirada para ingestão de líquidos e alimentos, desde que não seja tocada na parte frontal e com a posterior higienização das mãos com álcool em gel.>
No momento da identificação inicial do candidato, na chegada à sala da prova, ele deverá higienizar as mãos com álcool em gel próprio ou fornecido pelo aplicador, para só então entrar na sala. O candidato também poderá ir ao banheiro devidamente acompanhado por um fiscal, como nas edições anteriores, mas respeitando a distância mínima estabelecida nos protocolos de prevenção à infecção covid-19.>
Ainda segundo o edital do Inep, todos que se recusarem a seguir as regras, especialmente do uso da máscara, poderão ser eliminados da prova a qualquer momento.>
Higiene reforçada De acordo com o infectologista Claudílson Bastos, professor de infectologia da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e da UniFTC, o candidato deve, além de levar seu próprio material individual para a prova, levar também álcool em gel para higienização constante das mãos. “A máscara, se for de pano, deve ser trocada após duas horas de uso. Ao ir ao banheiro, o candidato deve lavar as mãos com água e sabão ao chegar e ao sair”, recomenda Bastos.>
O especialista em Enem e diretor de Ensino do grupo Bernoulli Educação, Rommel Domingos, alerta ainda para o comportamento do lado de fora das salas. “O estudante deverá evitar aglomerações nos dias das provas, mesmo se eles encontrarem pessoas conhecidas e colegas que não veem há muito tempo”, ressalta.>
O Inep garante que haverá mais salas para a realização das provas, para possibilitar mais distanciamento social entre os participantes, e que será disponibilizado álcool em gel em todas elas para participantes e aplicadores. O órgão ainda disse que os locais de prova passarão por higienização antes de cada dia de aplicação e que profissionais que irão trabalhar no Enem estão sendo capacitados para se adequar às medidas de segurança. >
Quem for de grupos de risco (conforme informado ao Inep na inscrição da prova) ficará em salas com um número de participantes ainda menor que as demais. Nas salas normais, a ocupação máxima será de 50%. Nas de pessoas do grupo de risco, 25%. Entram nessa categoria, segundo o Inep, idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias ou que afetam a imunidade. >
E quem estiver infectado? Quem tiver sintomas de covid-19 ou de outras doenças infectocontagiosas não deve comparecer aos locais de aplicação. Nesses casos, a condição deverá ser comunicada, por meio da Página do Participante, antes da aplicação do exame. O candidato deve solicitar a possibilidade de reaplicação da prova, apresentando documento que comprove a doença e tenha assinatura de um profissional de saúde. >
Já aqueles que apresentem sintomas somente na véspera ou no dia da prova, devem procurar o serviço de saúde para obter diagnóstico e avisar o Inep pela Página do Participante ou pelo telefone 0800616161 para receber orientações de como encaminhar seu laudo médico e pedir a remarcação da prova.>
Como otimizar o tempo? O diretor pedagógico executivo do grupo Bernoulli, Marcos Ragazzi, dá dicas para a hora da prova. Para ele, agora é momento de descansar, não mais estudar com o mesmo ritmo, e a preocupação maior deve ser o dia do exame. Ele diz que é importante que o aluno mantenha a estratégia de realização de prova que já construiu ao longo dos estudos e simulados; uma mudança de última hora não é recomendada. Mas as pesquisas e observações mostram que alguns métodos podem ajudar. Confira:Fazer primeiro as provas de conteúdos em que tem mais facilidade; Deixas as questões mais difíceis para o final, caso sobre tempo; Saber que tem cerca de 3 minutos para cada questão e estar atento à contagem que o fiscal faz do tempo de prova; Reservar ao menos uma hora para a redação no início ou no meio da prova, nunca no final, pois o estudante pode já estar muito cansado; Ler primeiro o enunciado das questões e depois, se constatar necessário, o texto que o acompanha; Evitar ao máximo o chute ao acaso, primeiro tente resolver a questão; Se sobrar tempo ao final, revisar as questões mais fáceis, pois elas valem mais pontos; Reservar ao menos 15 minutos finais para preencher o gabarito. Anota aí! Janeiro 2021 Dia 17 - Aplicação do Enem impresso (1º dia) Dia 24 - Aplicação do Enem impresso (2º dia) Dia 31 - Aplicação do Enem Digital (1º dia)>
Fevereiro 2021 Dia 7 - Aplicação do Enem Digital (2º dia) Dia 24 - Aplicação do Enem PPL/Reaplicação (1º dia) Dia 25 - Aplicação do Enem PPL/Reaplicação (2º dia)>
Nesta edição, os participantes precisam estar atentos. Os portões dos locais de aplicação serão abertos mais cedo, às 11h30 (Horário de Brasília). Assim, o participante terá até 1 hora e 30 minutos para acessar o local de prova. Essa é uma das medidas de segurança adotada pelo Inep e tem o objetivo de evitar aglomerações do lado de fora dos portões.>
O fechamento dos portões acontece 13h e o início das provas, 13h30. >
CORREIO traz fascículos para revisão O CORREIO publica, até o dia 13 de janeiro, 17 fascículos especiais do 14º projeto Revisão Enem 2020, uma realização do CORREIO, com o patrocínio da UniFTC e o apoio da SAS. Com simulados on-line, disponibilizados no site do jornal, os conteúdos contam com questões objetivas, realizadas pelo SAS Educação, para os estudantes testarem os seus conhecimentos em todas as disciplinas.>
“É um projeto pensado para facilitar a vida do estudante nessa reta final. Os conteúdos são desenvolvidos para abranger todas as 120 habilidades cobradas e os assuntos mais recorrentes nas provas, para que o aluno descubra uma forma dele se aproximar mais da realidade do exame, além de disponibilizar as videoaulas com as resoluções para que o aluno também aprenda o conteúdo que ainda não sabe”, diz o professor Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais no SAS Plataforma de Educação. Além disso, sempre às quartas, o site do CORREIO oferece videoaulas no canal (Link do vídeo desta quarta)>
“Reunimos em um só lugar materiais inéditos de estudo que serão atualizados semanalmente e ficarão disponíveis para serem consultados sem sair de casa, a qualquer momento, de qualquer lugar, computador ou celular. Toda quarta-feira o estudante poderá ler conteúdos especiais, assistir a videoaulas e realizar simulados para testar os seus conhecimentos nas mais diversas áreas”, diz Vanessa Araújo, coordenadora de projetos do jornal.>
*Com orientação da subeditora Monique Lôbo>