Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Vinicius Nascimento
Publicado em 17 de agosto de 2020 às 05:30
- Atualizado há 2 anos
Secretário da Saúde de Salvador, Léo Prates divulgou ontem em sua conta pessoal no Twitter que a capital baiana é 6ª entre todas do Brasil com mais equipes de Saúde da Família, com 319 ao todo. O número é histórico para a cidade, que já foi a última neste mesmo ranking, de acordo com Ministério da Saúde.>
Além disso, a capital baiana alcançou 55,13% de cobertura na atenção primária. Em 2012, esse índice era um terço disso, de acordo com Léo Prates. “A atenção básica é a estrutura mais importante do SUS, na minha visão. Ela é quem evita que os pacientes agravem e no final evita que você perca vida. O sistema básico de saúde visa prevenção e essa é a coisa mais importante. Quando o prefeito ACM Neto assumiu, a cidade tinha 18% de atenção primária e hoje chegamos a 55%, um esforço para que Salvador tenha uma cobertura digna por sua saúde”. >
Grandes cidades costumam ter um número menor neste indicador de atenção básica por um motivo simples: a população costuma ser maior. De acordo com o Caderno de Avaliação de Monitoramento da Atenção Básica (Camab), elaborado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), essa conta é feita levando em consideração o número de equipes de Saúde da Família e a população do município.>
Léo Prates diz que Salvador deve, inclusive, subir mais algumas casas no ranking de equipes de Saúde da Família porque a capital baiana tem à disposição um total de 346 atendendo a população soteropolitana. Além disso, Salvador tem 153 postos.>
Especialista em Saúde Pública, Danielli Costa explica que a saúde no Brasil é dividida em três atenções: primária, secundária e terciária. Em resumo, a primária serve como uma porta de entrada para o sistema de saúde. A Organização Pan-Americana de Saúde aponta que a atenção primária “cuida das pessoas e não apenas trata doenças ou condições específicas”.>
Segundo a OPAN, esse setor oferta atenção integral o mais próximo possível do ambiente cotidiano dos indivíduos, famílias e comunidades. Isso inclui um espectro de serviços que vão desde a promoção da saúde (por exemplo, orientações para uma melhor alimentação) e prevenção (como vacinação e planejamento familiar) até tratamento de doença agudas e infecciosas, controle de doenças crônicas, cuidados paliativos e reabilitação.>
“Ter uma atenção básica forte impacta em maior número de medidas preventivas. Se você previne uma diabetes, por exemplo, desafoga o sistema hospitalar que integra a atenção terciária e representa o final dessa cadeia. A atenção primária traz uma segurança nas outras etapas do sistema de saúde como um todo”, explica Danielli.>
A Organização Mundial da Saúde define a atenção primária, ou básica, em cima de três pilares. O primeiro deles é garantir que as pessoas tenham acesso a serviços abrangentes de promoção, proteção, prevenção, cura, reabilitação e cuidados paliativos ao longo da vida, priorizando estrategicamente as principais funções do sistema voltadas para indivíduos, famílias e população em geral como elementos centrais da prestação de serviços integrados em todos os níveis.>
Em segundo lugar está uma ação de forma sistemática sobre os determinantes mais amplos de saúde por meio de políticas públicas e ações baseadas em evidências em todos os setores. Por fim, a ideia de empoderar indivíduos, famílias e comunidades para otimizar sua saúde, como defensores de políticas que promovam e protejam a saúde e o bem-estar, como cuidadores de saúde de si mesmos e de outras pessoas.>
De acordo com o Camad, a Bahia tem cobertura estimada de atenção básica, atualmente, em 77,6%. Entre 2008 e 2018, houve um aumento de aproximadamente 21 pontos percentuais neste número.>