Salvador tem oito bairros com alerta de sirenes de emergência acionadas

80 pessoas tiveram que sair de suas casas e estão em abrigos da prefeitura montados nas comunidades

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  • Bruno Wendel

Publicado em 10 de abril de 2021 às 16:27

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Bruno Wendel/CORREIO

Em apenas dois dias, as sirenes do Sistema de Alerta e Alarme  já foram acionadas em oito bairros por conta das chuvas fortes em Salvador.  Segundo a Defesa Civil (Codesal), até a tarde deste sabado (10), 80 pessoas tiveram que sair de suas casas e estão hoje em abrigos da prefeitura montados nas comunidades. 

"A minha casa é feita de cimento e areia. Não tem alvenaria e está cheia de rachaduras. Costumo dizer que ela é de papelão, que só Deus segura", disse a ambulante Maria José Barbosa Costa, 46 anos, que está abrigada na Escola Municipal Antônio Carvalho Guedes, na Capelinha. Ela mora com o marido e os três há mais de 20 anos na Vila Picasso. 

Desde o início da chuva forte, Maria disse que não conseguia dormir. "Tenho medo de não acordar mais. Nas últimas chuvas, a parede da casa começou a estalar. Moro num barranco onde, a qualquer momento, tudo pode ser levado pela água. Sei que a minha casa não é segura, mas fazer o que? Eu não tenho para onde ir. Os meus vizinhos estão com o mesmo problema", disse ela.

A ambulante declarou ainda que já torcia para a sirene tocar. "A família toda já estava aflita, com medo de a casa ser levada pela chuva. Vez e outra pedia para tocar o alarme, porque só assim a gente estaria numa área seguara. Mas graças a Deus vamos passar esse período de chuva dormindo e com segurança", pontou. 

A Defesa Civil avalia como positivo o número de pessoas que estão nos abrigos. "Essas pessoas entendem que sua segurança está em risco, quando não saem de suas casas para irem para esses abrigos prontamente preparados pela prefeitura, um trabalho que envolve avárias secretarias para receber essas pessoas. A finalidade desse protocolo de retiradas das pessoas de suas casas é para preservar o nosso bem maior, a vida", declarou o diretor da Codesal, Sósthenes Macêdo. 

Além da Capelinha, as sirenes foram acionadas nas localidades de Alto da Terezinha, Bom Juá, Calabetão, Castelo Branco, Sete de Abril, Lobato e a Baixa do Cacau, em São Caetano. De acordo com os dados da Codesal, até as 15h de hoje, foram registradas 97 ameaaças de deslizamento, 61 avaliações de imóveis alagados, 58 ameaças de desabamento e 37 alagamnentos de imóvel. 

Simulados  A Defesa Civil (Codesal) realizaria nesta sábado  um simulado em três das oito comunidades que tiveram as sirenes acioanadas, mas foi preciso suspender o procedimento por causa do acumulado de chuva nestas regiões atingir 150 mm em 72 horas, requisito para acionamento das sirenes, e também pela previsão da continuidade de chuvas fortes.

Os simulados que seriam realizados nas comunidades de Bosque Real, em Sete de Abril, Calabetão e Bom Juá serão suspensos por conta do acionamento das sirenes do Sistema de Alerta e Alarme nas comunidades. 

Em todas as comunidades no qual o sistema foi acionado, as equipes da Codesal estiveram presentes alertando os moradores sobre o alto risco de deslizamento de terra e a necessidade de saírem das residências com brevidade e seguirem as rotas de fuga determinadas para um local seguro. 

Há abrigos mantidos pela Prefeitura nos locais durante toda a Operação Chuva para acolher os cidadãos quando houver o acionamento do Sistema de Alerta e Alarme. Além destas três comunidades, houve ainda acionamento da sirene nas comunidades de Mamede, no Alto da Terezinha, e em Moscou, em Castelo Branco. 

A Codesal reforça que, em caso de acionamento do sistema, os moradores devem ter um kit preparado com documentação e medicamentos controlados para caso seja necessário se deslocar com rapidez. Além disso, é recomendado que os aparelhos elétricos das residências sejam desligados antes de deixarem seus lares.

A operação, que visa preservar vidas, conta com apoio das Prefeituras-Bairro, da Guarda Civil Municipal (GCM), da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre) e da Secretaria da Educação (Smed), por meio das Gerências Regionais de Educação.