Salvador vai ganhar pista olímpica de skate em 2022

Projeto está em fase de elaboração e obras podem começar ainda esse ano

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  • Daniel Aloísio

Publicado em 30 de julho de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/Arquivo CORREIO

Com o sucesso do skate na Olimpíada de Tóquio, Salvador quer ter seu representante nos jogos de 2024 em Paris. Para isso, uma pista de skate olímpica será construída na cidade, no bairro de Stella Maris. O projeto já está em fase de elaboração pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre).  

“O equipamento esportivo visa popularizar e ampliar a prática do esporte, que foi incluído entre as modalidades olímpicas recentemente e já conquistou duas medalhas de prata nesta edição”, disse a Sempre, em nota. A construção dessa pista é motivo de comemoração por parte da Federação de Skateboard do Estado da Bahia (Feseb). “Nossa Confederação Brasileira de Skate (CBSK) junto aos poderes públicos conseguiram essa pista de modalidade Park completa. Vai ser a primeira do tipo que a gente vai ter na Bahia. É bem provável que as obras comecem em outubro e no primeiro trimestre do ano que vem já vai estar pronta nos moldes olímpicos.”, afirmou Windson Romero, presidente da Feseb.  A obra vai contar com recursos do Ministério da Cidadania, de acordo com o ex-secretário municipal e atual vereador de Salvador, André Fraga´(PV), que ajudou na viabilização dos recursos. Ele vai estar hoje (30) com integrantes da Faseb fazendo uma vistoria do local onde a pista será construída. "Nosso desejo é que o equipamento seja um novo celeiro de talentos olímpicos. A expectativa é que a obra comece ainda esse ano e seja entregue em 2022", disse. 

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Pista será de modalidade que vai ser disputada na Olimpíada  A pista de skate que será construída em Salvador é da modalidade Park, que vai estrear nos Jogos Olímpicos na próxima terça-feira (3). Nesta disputa, os atletas competem em uma pista com formato de U e paredes de até quatro metros de altura. Dora Varella, Isadora Pacheco, Yndiara Asp, Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas são os brasileiros que vão em busca de medalhas. 

Nessa semana, dois outros brasileiros (Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, a Fadinha) conquistaram medalhas de prata na Olimpíada através da modalidade Street, na qual a pista de competição simula as ruas com obstáculos como escadas, rampas, corrimões, guias de calçadas e muretas.  

“A grande maioria das pistas que temos em Salvador são Street. Mas a que será construída é própria de olimpíadas. É uma pista que pode gerar futuros competidores lá na frente”, comemora Romero. Um desses possíveis atletas é o seu próprio filho, Juan Romerinho, de apenas 10 anos. Em 2024, ele vai estar com 13 anos, mesma idade em que Fadinha faturou a medalha de prata em Tóquio.  

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“Eu pratico desde os cinco anos. Já participei de vários campeonatos na Bahia e em outros estados”, diz o menino, que treina pelo menos duas horas por dia quando não chove em Salvador. “Fico feliz em ver que o skate está bastante valorizado e as pessoas estão reconhecendo nossa força”, conta.   Juan Romerinho treina para ir à Olimpíada de Paris em 2024 (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Competições de Skate vão ser retomadas em Salvador ainda em 2021  Para fomentar o surgimento de novos atletas, como Romerinho, a Faseb pretende realizar ainda esse ano campeonatos de skate na Bahia. “Graças ao legado olímpico, os poderes públicos estão buscando nossa entidade, o que nos leva a pensar em eventos. O problema mesmo é a pandemia, mas queremos sim ter uma etapa presencial ainda esse ano, de acordo com o que as autoridades permitirem”, disse Romero.  

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Um dos campeonatos que devem sair do papel é o circuito baiano de skate, que vai servir como uma seletiva para o campeonato brasileiro da categoria. A fase estadual deve ser composta de quatro etapas que serão realizadas em Salvador e outras cidades. Os três melhores skatistas na classificação geral vão disputar o campeonato nacional.  “O que mais dificulta nossos atletas é a falta de patrocínio. Temos skatistas com potencial grande e, se tivessem mais apoio, a gente teria já em 2020 skatistas baianos nas olimpíadas”, afirma.   Windson Romero é o presidente da Feseb (Foto: Nara Gentil/CORREIO) * Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.