Sebrae lança Guia do Candidato Empreendedor para as eleições de 2020

Entidade deseja incentivar a priorização de políticas públicas focadas no desenvolvimento econômico sustentável e a geração de emprego com o apoio ao empreendedorismo e a melhoria do ambiente de negócios

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  • Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Um gestor que investe no fortalecimento das micro e pequenas empresas também investe na sua população com a geração de emprego e renda nos municípios. A menos de dois meses das eleições, o Sebrae busca incentivar o debate em torno do papel do empreendedorismo para as cidades, especialmente, no processo de recuperação da crise econômica gerada pelo coronavírus. É com esse mote que o Sebrae lançou, na segunda-feira (28), o Guia do Candidato Empreendedor com 10 passos e 100 ações para o desenvolvimento e a prosperidade do município.

As iniciativas são um convite para que os postulantes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador incluam ações efetivas de promoção do desenvolvimento econômico sustentável e a geração de emprego dentre as prioridades da gestão, com base no apoio ao empreendedorismo e na melhoria do ambiente de negócios. 

“Estamos provocando um debate antes da eleições para que tenhamos atenção ao lançamento de política públicas que podem fazer a diferença na vida das pessoas. Nesse momento, a ação ajuda a despertar no candidato a importância das micro e pequenas empresas para a cidade”, explica o presidente nacional da entidade, Carlos Melles. Presidente do Sebrae aponta que os gestores devem priorizar o desenvolvimento econômico sustentável durante a gestão (Foto: Divulgação/Sebrae) Nessa linha, o superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, aponta que o desenvolvimento de cada município depende do empenho da gestão. “O gestor pode proporcionar um ambiente legal favorável ao empreendedorismo e isso tem reflexo direto na economia local, com o surgimento e fortalecimento das pequenas empresas e a geração de empregos”, afirma.

Pandemia Além do momento de renovação do poder público municipal, os desafios econômicos apresentados pelo coronavírus forçam uma guinada para o empreendedorismo. Para o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, o guia é lançado em um momento oportuno por incentivar o fomento das empresas que “representam a força econômica do Brasil”.

“Enfrentamos um impacto na economia, os pequenos negócios são responsáveis por boa parte dos empregos, da geração de renda no país. Isso é o que mais precisamos nesse momento”, pontua.

O material foi produzido com base nas ações do Sebrae já implementadas nas cidades, ressalta o Diretor Técnico da entidade, Bruno Quick. Sendo assim, ele acredita que a entidade é capaz de apoiar fortemente o projeto de desenvolvimento do país a partir dos municípios. “Temos um corpo técnico com cerca de 6 mil colaboradores e uma rede muito grande para apoiar as prefeituras. Do ponto de vista da educação empreendedora, por exemplo, possuímos metodologias, E-books, plataformas de educação à distância para formar professores. Ao longo dos anos, buscamos os problemas para saber o que era necessário e entregar o conhecimento e assistência técnica para uma série de políticas públicas voltadas para o empreendedorismo”, afirma Quick.Foi usando iniciativas propostas pelo Sebrae que o atual Deputado Federal Vinicius Farah, ex-prefeito de Três Rios (RJ), afirma ter transformado uma cidade falida em um local empreendedor e com geração de empregos. Ele foi o vencedor duas vezes do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor.

“Como gestor recém-eleito, coloquei as ferramentas do Sebrae como prioridade. Com isso, assumi o compromisso de fazer no meu município um modelo de desburocratização, qualificação profissional e agilidade da máquina pública. Para as empresas chegarem no seu município é necessário ter um ambiente favorável”, relembra o gestor.

Como consequência das iniciativas, Farah aponta que foram criados 16,8 mil empregos diretos e 2.483 indústrias e empresas se instalaram no município em seis anos.

Parte das ações citadas pelo ex-prefeito integram as guia lançado na segunda. Como, por exemplo, dar preferência aos pequenos negócios locais nas compras do município; e implantar o ensino do empreendedorismo nas escolas municipais. 

Parceria O Sebrae se apresenta como um parceiro na busca pelo desenvolvimento das cidades. A programação é que, após a eleição, os novos gestores contem com o apoio do serviço para aplicar as diretrizes sugeridas durante a candidatura. Antes da posse, o Sebrae pretende se encontrar com os eleitos. Os 100 primeiros dias de mandato serão marcados por uma visita da entidade a todos os municípios, que poderão, nos próximos quatro anos, se beneficiar dos programas do Sebrae.

O guia é voltado não apenas para os candidatos, mas também para os eleitores. A ideia é que o cidadão saiba escolher um gestor comprometido com o fortalecimento das micro e pequenas empresas. O documento mostra para a população o que um postulante pode fazer pelos negócios locais.

“O papel do micro e pequeno empreendedor é despertar no eleitor a importância desses negócios para o desenvolvimento municipal. Essa é a hora de perceber o candidato que se identifica com as plataformas do desenvolvimento, que traz essas propostas”, pontua Melles. 

O presidente ainda aponta que os empreendedores devem despertar nos postulantes a atenção para os pequenos negócios. Toda a movimentação envolvendo os empresários, a população e os candidatos é capaz de gerar um ciclo virtuoso de desenvolvimento, segundo Melles.

Durante o lançamento do Guia, o presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Fábio Nogueira (TCE-PB), sugeriu que, em caso de 2º turno, os dois postulantes assinem uma carta de compromisso com o projeto prefeito empreendedor, do Sebrae. “Seria uma iniciativa estratégica, que afunilaria a relação dos candidatos com o desenvolvimento local”, completa.

A iniciativa do Sebrae é apoiada pela Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o Instituto Rui Barbosa, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público e a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela