Secretário de Educação não espera que todos os estudantes sejam vacinados em 2021

Mesmo assim, retorno das aulas estaduais está confirmada a partir de 26 de julho

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  • Daniel Aloísio

Publicado em 14 de julho de 2021 às 13:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo AFP

Apesar do retorno das aulas semipresenciais na rede estadual de ensino, a vacinação em massa de todos os servidores e estudantes da educação ainda em 2021 não é uma expectativa concreta do secretário de Educação Jerônimo Rodrigues.  

“Nós lutamos pela vacina. Agora não teremos as condições reais de vacinar todos os professores servidores e estudantes ainda esse ano. Não tenho expectativa que ainda esse ano podemos fazer a vacinação em massa. A gente pode chegar a um bom número”, disse em coletiva de imprensa realizada na manhã dessa quarta-feira (14), sobre o retorno das aulas semipresenciais na Bahia. 

Segundo o gestor, a dificuldade na vacinação tem relação com o atraso no envio de doses para a Bahia por parte do governo federal. “Nós gostaríamos de que todos já estivessem vacinados. Mas a gente tá num país em que o presidente não priorizou isso”, criticou.  

Ainda assim, Jerônimo defendeu a reabertura das escolas estaduais e a retomada das aulas, no modelo semipresencial, com o estabelecimento de protocolos de segurança. “Não vamos colocar as pessoas em um fogo cruzado”, disse.  

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Dentre as medidas que serão adotadas, está a redução na capacidade das salas de aula, com apenas 50% do normal. Para isso ser possível, a semana letiva passará a ter seis dias, dividida em dois grupos de estudantes. Um grupo terá aula nas segundas, quartas e sextas, enquanto o outro terá nas terças, quintas e sábados.  “Se por segurança for preciso a divisão de dois dias ao invés de três dias na semana, assim será feito. Se for apenas um dia na semana, já será importante. É pra que a escola possa botar o olho no aluno, saber como ele está, dizer que estamos presentes. Educação se faz com presença”, defendeu.  Confira outros protocolos nas escolas  Outras medidas de segurança que estão sendo aplicadas são a instalação de pias nas escolas, dispersores de álcool em gel e ventiladores. Toda a comunidade escolar deverá seguir alguns procedimentos, como o uso obrigatório de máscaras para acessar a instituição e manter obrigatoriamente o seu uso; e manter o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas.  

Os equipamentos, materiais de uso comum das salas de aula e laboratórios devem ser higienizados, no mínimo, a cada aula/turma e, sempre que possível, deve-se fazer o uso individual. O consumo de água dos bebedouros deve-se dar exclusivamente por meio de copos individuais ou descartáveis e garrafas. 

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Mesmo assim, caso haja algum endurecimento da pandemia, com aumento de casos ou mortes por covid-19, o Governo do Estado diz que estará pronto para suspender as aulas semipresenciais. “Qualquer caso, fato concreto, nós tomaremos a decisão urgente de voltar para o remoto. A direção da escola não vai brincar com isso”, argumentou Jerônimo.  

Segundo o secretário, 72% dos profissionais de educação do estado têm 40 anos ou mais. Esse público já pôde ter tomado a primeira dose da vacina e aguarda a data da segunda aplicação. Há ainda, em determinadas cidades, como Salvador e Feira de Santana, algumas exceções. Nesses municípios, todos os educadores com mais de 18 anos puderam ser vacinados por causa de decisões judiciais. 

Vacina em adolescentes já é realidade no Brasil  No início de junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou que a vacina da Pfizer/BioNTech possa ser usada em pessoas a partir de 12 anos. Segundo a empresa fabricante, o imunizante tem 100% de eficácia em adolescentes com idades entre 12 e 15 anos.  

Em São Luís, onde cerca de 90% da população adulta já foi vacinada com a primeira dose da vacina contra a Covid-19, a vacinação em adolescentes de 17 anos começou nessa terça-feira (13). A vacina já é autorizada para adolescentes de 12 anos ou mais também nos Estados Unidos, no Canadá, no Reino Unido e na Europa. 

* Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.