Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2022 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
A inflação e a taxa de juros altas e a queda da renda das famílias prejudicaram o resultado das vendas no setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos no início de 2022. De janeiro a maio, a indústria recuou 24% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) na segunda-feora (11), primeiro dia da Eletrolar Show, maior feira do setor no país, que reúne fabricantes da indústria e do varejo em São Paulo até quinta-feira (14). Foram 31,39 milhões de unidades vendidas nos cinco primeiros meses do ano, contra 38,99 milhões no mesmo período de 2021. Se for considerada a média dos últimos cinco anos, a queda é de 13%. “Nossos resultados estão diretamente vinculados ao poder de compras da população”, afirmou Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros. De acordo com ele, com os juros mais altos, os clientes se tornam mais indecisos. Segundo Nascimento, todas as regiões do país apresentaram resultado semelhante. Apesar dos números ruins, a expectativa do setor é de retomada no resto do ano. Para isso, conta com datas historicamente boas para a indústria de eletroeletrônicos, como a Black Friday, o Natal e a Copa do Mundo do Catar, e o advento da internet 5G no país. “A própria realização da Eletrolar Show, que neste ano conta com 13 das nossas 34 associadas, o dobro de 2019, é um sinal claro que nossos empresários estão confiantes, apesar de um cenário macroeconômico bastante desafiador”, analisou ele durante a Eletrolar, que reúne mais de 700 expositores e 10 mil produtos, entre eles, 2 mil lançamentos. Para ele, a situação econômica ruim fez com que o setor de eletro passasse a concorrer diretamente com o de serviços pela renda das famílias. “No início da pandemia, foi a indústria nacional de eletroeletrônicos e eletrodomésticos que não deixou os consumidores na mão. Conseguimos abastecer o mercado e nos orgulhamos disso. Mas a sociedade ficou abastecida e sentimos a primeira queda de vendas em maio e, em setembro, ligamos o alerta. Somos o primeiro setor a sentir a pressão inflacionária”, disse Nascimento, que cita ainda o aumento nos custos dos insumos e do frete internacional, muito por conta da alta do dólar, como fatores que ajudaram na retração do setor.*O jornalista viajou a São Paulo a convite da Eletrolar Show >