Setor florestal do país terá investimentos de R$ 32,6 bilhões até 2023

Os recursos serão empregados na ampliação ou implantação de novas fábricas voltadas à produção de papel, celulose e painéis de madeira em seis estados

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  • Geraldo Bastos

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Valter Andrade/Divulgação

O setor de florestas plantadas do Brasil vai receber, até 2023, investimentos da ordem de R$ 32,6 bilhões. Os recursos serão empregados na ampliação ou implantação de novas fábricas voltadas à produção de papel, celulose e painéis de madeira nos estados do Paraná, São Paulo, Minas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.  Ao fim do investimento, serão gerados 46 mil empregos, sendo 35 mil no período de obras e outros 11 mil fixos. 

Os números foram apresentados nesta quinta-feira (26), em Salvador,  pelo presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, durante o 25º Simpósio Intersindical de Negociações Coletivas das Indústrias de Celulose, Papel, Papelão e Artefato (Sinpel).  Segundo ele, em pleno pico da recessão econômica do país, entre  os anos de 2014 e 2018, os aportes no setor alcançaram mais de R$ 20 bilhões. 

Hartung  contou ainda que a Ibá reabriu esta semana uma representação em Brasília. O objetivo, segundo ele, é aproximar o setor da capital federal e dos brasileiros. "Temos que nos comunicar com Brasília, falar de nossas qualidades e daquilo que temos capacidade de fazer. Somos um setor que faturou mais de R$80 bilhões no ano passado, que impacta economicamente e socialmente o país", afirmou Hartung.    Ele  disse  que a atividade  emprega, com carteira assinada, aproximadamente 500 mil pessoas  e  atua fortemente na recuperação de áreas degradadas  e de baixo dinamismo econômico. "Estive recentemente no Mato Grosso do Sul. O setor entrou ali substituindo a pecuária de baixa produtividade. Não estamos ali disputando áreas  onde se planta alimentos", afirmou Paulo Hartung. "O que falta  ao setor é ter uma narrativa unificada, clara com a sociedade", salientou. 

De opinião semelhante, Sabrina de Branco,  presidente  do Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira de Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia (Sindpacel), também enfatizou a necessidades do segmento se comunicar melhor com a sociedade. "As pessoas precisam saber mais do que a gente faz, a riqueza que o setor gera, que somos os grandes preservadores da mata nativa, grandes geradores de empregos e tributos", enfatizou.

Ela informou que, na Bahia, são 657 mil hectares de florestas plantadas, sendo que mais de 65% dessas áreas são certificadas. No ano passado, o estado produziu cerca de 3 milhões de toneladas de celulose, o que equivale a 15% de toda a produção nacional. "Na Bahia, os investimentos no setor somaram R$ 728 milhões no ano passado", acrescentou Sabrina de Branco. 

O evento, que segue até esta sexta-feira (27), reuniu  ainda o deputado federal João Roma (Republicanos/BA), o diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), Wilson Andrade, além  de representantes de entidades sindicais e das  indústrias do setor.