Sexta vítima de chacina em Portão tem morte cerebral confirmada

Arthur pulou no chão para proteger filho de quatro meses, mas foi baleado

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  • Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2019 às 21:26

- Atualizado há um ano

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O pintor Arthur Silva de Jesus Moreira, 23 anos, que foi baleado na cabeça quando carregava o filho no colo, teve confirmada nesta segunda-feira (20) a morte cerebral, segundo informação do Hospital do Subúrbio, para onde ele foi socorrido. Ele é a sexta vítima da chacina que aconteceu em Portão, Lauro de Freitas, no final de semana.  (Foto: Reprodução) No momento do ataque, Arthur estava na frente de casa, com o filho de quatro meses nos braços. Ao ouvir os disparos, o pintor se jogou no chão com o bebê e conseguiu proteger a criança, que não teve ferimentos graves e passa bem. Com a morte cerebral confirmada, a família resolveu fazer a doação de órgãos. O corpo ainda não tem data para ser sepultado.

Familiares e vizinhos disseram que a chacina foi motivada pela guerra de tráfico na região, mas que as vítimas não tinham envolvimento, eram inocentes e foram pegas de surpresa na porta de casa por esse fogo cruzado. Cinco pessoas conseguiram correr. “É demarcação de território. Eles vêm procurar alguém, não acham, e saem atirando a esmo”, afirmou uma vizinha, que pediu para não ser identificada.

Morreram Guilherme Gomes da Silva, 19, a adolescente Raiane Freitas, 12, Raimunda Jesus dos Santos, 35, Rogério Oliveira da  Silva, 36, e Pablo dos Santos, 15. Os três primeiros eram da mesma família e os demais vizinhos. Guilherme e Raiane foram surpreendido pelos tiros quando estavam na porta de casa; os corpos deles foram sepultados no Cemitério de Portão ontem. Raimunda foi sepultada hoje em Esplanada, cidade no Nordeste da Bahia. O corpo de Rogério foi encaminhado para Piauí. Já Pablo será sepultado nesta terça, mas local e horário ainda não foram decididos pela família.

Nenhuma das vítimas tinha entradas em delegacias, de acordo com informações da polícia. A SSP-BA informou que as mortes foram motivadas por disputa de duas facções criminosas que atuam na região.  Movimentação de vizinhos no local do crime (Foto: Marina Silva/CORREIO)