Sindicato anuncia paralisação contra retorno de aulas presenciais em Salvador

De acordo com representantes da categoria, há possibilidade de greve geral caso o decreto da prefeitura que permite volta às aulas não seja revogado

  • D
  • Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2021 às 21:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/Correio

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), secção Salvador, determinou no fim da tarde desta terça-feira (27) a paralisação das atividades presenciais nos dias 3, 4 e 5 de maio na capital baiana. De acordo com decreto da prefeitura, as aulas retornam a partir de segunda-feira (3).

De acordo com a categoria, o motivo é o retorno das aulas presenciais em Salvador proposta pelo prefeito Bruno Reis. Rui Oliveira, presidente do sindicato, afirma que caso não haja a revogação do decreto que ordena o retorno das atividades pela prefeitura de Salvador, a categoria poderá entrar em greve geral.

"Tivemos uma assembleia hoje com mais de 2 mil trabalhadores da educação de Salvador e decidimos pela paralisação", afirma o presidente. "Vamos continuar nosso trabalho remoto, porém caso o prefeito não revogue o decreto, faremos uma greve geral. Também teremos atividades como carretas e protestos."

Rui também afirma que a ação é apoiada também pela rede particular e pelos movimentos estudantis, que exigem o ciclo completo de vacinação antes do retorno das aulas presenciais. O presidente da APLB finalizou afirmando que a paralisação poderá ser estendida para toda a Bahia, e que uma assembleia estadual que contará com mais de 20 mil trabalhadores já está agendada.

De acordo com a TV Bahia, a assessoria do prefeito Bruno Reis afirmou que o gestor irá se reunir com a APLB novamente amanhã (28) para pedir o retorno para a sala de aula. A expectativa do sindicato era que a reunião acontecesse apenas na quarta-feira, dia 5 de maio. 

A prefeitura de Salvador também informou que até segunda-feira (3) é esperado que mais de 10 mil trabalhadores da educação municipal com idade acima de 40 anos sejam vacinados. O número representa mais de 75% dos profissionais que atuam nas escolas municipais e 85% dos professores das redes estaduais de ensino.

“Esse é um passo importantíssimo para a retomada segura da educação em nossa cidade. Já vacinamos mais de 26% da população de Salvador. Concluímos a imunização dos idosos acima de 60 anos, que é o público mais vulnerável. Estamos avançando no público com comorbidades. Salvador vem se destacando em todos os rankings nacionais de vacinação, ocupando as primeiras posições”, disse o prefeito Bruno Reis.

Em nota, o Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro), que também representa professores de colégios particulares do estado, também se posicionou contra o retorno presencial ou semipresencial sem vacinação, sem que se complete o ciclo de imunização, e anunciou que amanhã à noite faremos assembleia com a categoria para tratar do tema.

Entenda o retorno Mais de um ano após a pandemia separar alunos e escolas, os estudantes de Salvador já têm data marcada para reencontrar a sala de aula: dia 3 de maio. O anúncio, que encerra o longo período de incertezas sobre a volta da educação presencial, foi feito na sexta-feira (23) pelo prefeito Bruno Reis. Entretanto, o retorno só será possível para parte dos estudantes da capital e ocorrerá sem a plenitude desejada.

De acordo com o secretário de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, todas as séries já poderão retornar, do ensino infantil ao médio. No caso das escolas públicas, a prefeitura é responsável apenas até o fundamental. O médio fica por conta da rede estadual, que ainda não tem planos de retorno presencial. Já os colégios particulares que ofertam séries do antigo segundo grau estão autorizados a reabrir. Depende somente deles a decisão.  

“Toda a educação tem a permissão de voltar, municipal e particular. Todos os segmentos”, reforçou o secretário. Os pais, no entanto, terão o direito de decidir se os filhos vão frequentar a escola por causa da pandemia, apesar dos protocolos sanitários impostos pela prefeitura e do chamado modelo semipresencial. As salas de aula, por exemplo, estarão limitadas a 50% da capacidade. 

Os alunos poderão frequentar as escolas em dias alternados: segundas, quartas e sextas em uma semana e, na seguinte, às terças e quintas. Segundo a prefeitura, o rodízio vai garantir o cumprimento de carga horária igual para todos. Nos dias em que não estiverem nas escolas, os estudantes terão aulas online ou pela TV, estudos dirigidos e atividades impressas. 

Nas escolas, o uso de máscaras e o distanciamento social de 1,5 metro serão obrigatórios. O consumo de água deverá ser feito com copo descartável ou garrafa individual. Nas lanchonetes e restaurantes, também não poderá ocorrer compartilhamento de produtos e materiais.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela