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Eduardo Dias
Uma briga de família acabou em caso de polícia no último domingo (12). O pintor de carros Otair Rodrigues Ponciano, 51 anos, foi agredido pelo sobrinho, André Luiz Ponciano do Santos, no bairro de São Caetano, em Salvador. Tudo isso por causa de uma vaga de garagem.>
De acordo com o depoimento de familiares, André Luiz é mototaxista no bairro e mora nos fundos da casa do tio, com esposa e filhas. Ele tentava ocupar um espaço nos fundos da residência para fazer uma garagem para a sua moto e, após uma negativa do parente, ficou exaltado. Com uma carabina de pressão, ele disparou contra a cabeça de Otair.>
Machucado, o tio foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE) por volta das 18h20 de domingo, onde fez registro da ocorrência. Apesar do relato da vítima e dos próprios familiares, foi registrado na polícia que Otair foi atingido de raspão por uma arma de fogo.>
Recuperado, Otair teve alta na manhã desta segunda-feira (13) e passará por um exame de corpo delito ainda hoje no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR). Ao CORREIO, o pintor de carros, que é irmão da mãe de André Luiz, relatou que não é a primeira vez que é agredido pelo sobrinho. Em depoimento, ele informou que, em outra ocasião, André Luiz usou uma barra de ferro para golpear sua cabeça. >
"Não é a primeira vez que ele tenta me matar. Na outra vez, ele me deu uma cacetada na parte de trás da cabeça. Agora, me acertou na cabeça com um tiro e quase fico cego", relatou Otair.>
Com medo, a esposa de Otair, Marlucia Oliveira dos Santos, 52, pensa em se mudar do local para evitar novos problemas com o sobrinho. >
"A gente quer sair dali porque não aguentamos mais. Por pouco meu esposo não fica cego. Ele (André Luiz) já fez serviços comunitários e tudo mais, mas não mudou", contou ela, que também conta já ter sido vítima de André Luiz.>
Segundo Marlucia, o mototaxista responde a um processo judicial com base Lei Maria da Penha por agressão contra ela e precisa obedecer a uma ordem de permanecer a 30 metros de distância da casa onde ela mora.>
"Ele já tentou contra mim também. Só que, depois de seis meses, resolvemos deixar para lá, para não ter que ficar indo na Justiça. Ele foi obrigado a ficar 30 metros de distância da minha casa e ainda foi contestar. Estou cansada de ficar sofrendo com isso", desabafou.>
O caso está sendo investigado pela 4ª Delegacia (São Caetano). O CORREIO procurou a Polícia Civil que, sem sistema, informou que não poderia atender à solicitação.>
* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier>