Soteropolitanos planejam gastar cerca de R$ 200 em presente para o Dia dos Pais

Comércio espera que data festiva impulsione vendas em, pelo menos, 15%

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  • Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2022 às 05:00

. Crédito: Nara Gentil/Arquivo CORREIO

O Dia dos Pais nesse domingo (14) promete aquecer o comércio da capital. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Salvador, o setor espera um aumento de 15%, quando comparado ao ano passado, nas vendas para a data. A instituição aponta para média de compra de R$ 180, sendo os segmentos mais procurados os de roupas, calçados e acessórios. Em seguida, vêm os perfumes e cosméticos, eletrônicos e celulares, bebidas e artigo esportivo.

Pesquisa da Unijorge com a Pollis Estratégia aponta que a data movimentará 76% dos soteropolitanos em busca do presente perfeito. Para isso, o levantamento estima uma média de gasto de até R$ 200 nos produtos, mais do que no último ano, quando a média de compra foi de R$ 150. Este ano de 2022 já registra crescimento de 33% no investimento e 4% no número de clientes, segundo o estudo.

O retorno às compras em lojas físicas, após um período de isolamento e pandemia, também é apontado pela pesquisa: 68% do público vai às compras presencialmente, sendo 38% em shoppings, 25% em lojas de ruas e 5% em supermercados. Já os 32% restantes pretendem comprar pela internet.

A especialista em marketing e estatística na Pollis, Caroena Alves, afirma que esse é um momento otimista e de aquecimento para o comércio.

“[Vemos agora] o retorno às compras em shoppings. Tivemos um período em que estava sendo muito reduzidas. Lojas de rua estavam sendo preteridas e este ano aumentou para 25%, sendo apenas 14% no ano passado.” Para ela, o fortalecimento é resultado do otimismo financeiro na saída do período mais crítico da pandemia de covid-19.

Otimismo Lojista na Leão de Ouro e Lupo em centros comerciais, como Salvador Shopping e Shopping Barra, Felipe Sica diz que é esperado aumento de 25% de vendas neste Dia dos Pais em relação a 2019, ano de pré-pandemia. Ele conta que era observado queda na procura de itens para presente, mas o perfil mudou desde 2020. 

“Está voltando a ter perfil de buscar presente nessa faixa de preço [R$ 150] e produtos não mais para uso dentro de casa, mas para sair, linha casual. Porque está num momento em que as pessoas estão saindo bastante e estão comprando produtos para esses fins”, afirma. Apesar do impacto da pandemia nas vendas, Sica diz que já foi superado o lucro quando comparado a 2019, por isso, a loja não tem aplicado promoções, uma vez que há insegurança de estoque esgotado próximo à data. 

Flávia Carqueija, sócia da Baron, loja de roupas masculinas, espera crescimento de 10% a 12% nas vendas no Dia dos Pais, a segunda data mais lucrativa após o Natal, no estabelecimento. Em preparação, o comércio comprou mais produtos e espera resposta do público através de ações de marketing do Shopping Itaigara, onde está localizado. O gerente de marketing do centro comercial, Gilson da Hora, estima aumento de vendas em 12% e aumento de público de 23%. Hoje, a média é de 300 mil frequentadores por mês.   Bermuda de algodão e moletons são peças mais procuradas na Baron (Marcus Ribeiro/ Divulgação)

Artigos de moda lideram lista de compras

O levantamento da Unijorge ainda mostra que as principais opções permeiam o setor de beleza e vestuário. Segundo os dados, 35% dos participantes falaram que vão comprar cosméticos e perfumaria, 20% escolheram roupas, 14% buscaram sapatos e 6% compraram mochila. Fora do setor aparecem os gastos com refeições (5%), como oferecer almoço ou jantar feito em casa e compra de smartphone (4%).

O estudante de direito Everton Nunes, 21 anos, pretende comprar um relógio. Isso porque o pai já coleciona doze. A compra deve ser feita em loja física, dado que o tempo de entrega é maior pela internet. Já o valor, entre R$ 400 e R$ 500, será parcelado.

“Ele tem apreço muito grande, coleciona e é sempre algo que acrescenta no visual dele. Geralmente, no Dia dos Pais, é um presente com ‘carta na manga’, algo que vai agradar. Quando a gente [Everton e o irmão, Elton] não pensa em algo mais elaborado, o relógio vem ‘a calhar’”, afirma, lembrando que já deu o acessório outras duas vezes.

Para João Tramm, 20, estudante de direito, acessórios de moda não eram a primeira opção. A prioridade eram produções artesanais, mas o custo fez João mudar os planos. Ele foi em lojas de departamento em centros comerciais, a fim de encontrar produtos mais baratos e com qualidade. Ao final, encontrou uma blusa de R$ 60 e comprou em dois tamanhos diferentes: uma para ele e outra para o pai.

“O critério principal foi o preço. Depois veio o que ele gosta. Geralmente, dou uma busca on-line, só que casou que eu estava no shopping e foi por questão de comodidade. Nos outros anos já comprei on-line, mas o presente chegou muito tempo depois. Então, falei: ‘Vou comprar logo para não ser como no outro ano’”, disse.

Apesar da busca presencial, dados da Shopee, plataforma de comércio on-line, evidenciam que 68% dos usuários da rede têm costume de realizar compras pela internet em datas especiais. Responsável pelo marketing da empresa, Felipe Piringer analisa que é comum a tendência de planejar a compra para evitar atraso na entrega.   “Identificamos que 36% dos respondentes começam a buscar os presentes com três ou mais semanas de antecedência, e isso representa um aumento em relação ao ano passado, quando as buscas se concentraram uma semana antes da data. Esse dado nos mostra que os consumidores estão programando a compra, para não deixar para a última hora”, comenta Piringer.

No Brasil Em todo país, o Dia dos Pais deve movimentar R$ 24,09 bilhões no setor comercial. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que aproximadamente 101,8 milhões de brasileiros (63%) devem presentear os pais no segundo domingo de agosto. O percentual nacional é 13% menor que o estadual. 

A reportagem buscou informações sobre o impacto no comércio local, no entanto, a CNDL informou não ter informações regionais. O Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas-BA) também foi procurado e disse não ter como calcular em números o crescimento neste ano. A entidade afirma que o segundo domingo de agosto é a quarta data importante do varejo e há expectativa de crescimento nas vendas em 5%.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro